Perfil microbiológico isolados em hemoculturas em uma UTI geral de um hospital escola no ano de 2017/ Microbiological profile isolated in blood cultures in a general UTI of a teaching hospital in 2017

Abstract

 Introdução: Infecções hospitalares são as que acontecem em pacientes internados, ou em pacientes após alta e que exibiram sinais de infecção de 48 a 72 horas após a mesma. A nomenclatura infecção hospitalar está sendo modificado pela nomenclatura infecção relacionada à assistência à saúde. Isso se dá pelo motivo de exclui as infecções hospitalares somente com a infecção adquirida no hospital, podendo também associar   a infecções ligadas a outros meios de assistência à saúde, como ambulatórios e clínicas (STUBE et al., 2013). As unidades hospitalares são avaliadas como amplo reservatório de microrganismos oportunistas, a exemplo de bactérias, fungos e vírus. Desta maneira, o perfil das infecções que acontecem na atmosfera nosocomial se mostra diferenciado das contraídas na comunidade, sobretudo no que diz a respeito quanto à frequência, sítio de infecção e tipo de microrganismo isolado Grillo et al., 2013.  A resistência microbiana é um grave problema de saúde pública no mundo, pela elevada mortalidade e pelo reduzido número de opções terapêuticas. O ambiente hospitalar é hostil e propício ao desenvolvimento de infecções Brasil, 2017. O exame de hemocultura versa a fundamental metodologia de detecção de microorganismos em corrente sanguínea.  Nesse sentido os microrganismos interatuam com o hospedeiro e levam a uma resposta local e/ou sistêmica, diferenciando assim uma infecção, quando existe uma desregulação e uma exacerbação desta resposta com propensão ao risco de vida, surge assim, a sepse (SINGER, 2016). Os setores de terapia intensiva são ambientes fáceis para o aparecimento da resistência antimicrobiana, isso se dá e pode ser notado por múltiplos fatores, agrupamento de pacientes graves, como uso frequente de antimicrobianos de amplo espectro, internações e espaço físico restrito, desenvolvendo a possibilidade de transmissão de microrganismos de pessoa a pessoa Kollef, Micek, 2005. Objetivos: Avaliar a incidência de bactérias e fungos e o perfil de sensibilidade e resistência apresentados por elas. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo, transversal, não controlado, realizado no ano de 2017, no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA/UFAL), Maceió/AL. Para testes de susceptibilidade dos microorganismos aos antimicrobianos, as amostras foram identificadas e processadas seguindo o protocolo CLSI (Manual Clinical and Laboratory Standards Institute) e nota técnica da ANVISA nº01/2013. Resultados: As bactérias Gram-Positivas mais incidentes isoladas em hemoculturas, coletados durante o ano de 2017 foram: Staphylococcus epidermidis (30,76%), Staphylococcus haemolyticus (30,76%) Staphylococcus aureus (12,91%), Staphylococcus lugdunensis (12,91%) e Staphylococcus saprophyticus (12,91%). As bactérias Gram-Negativas mais incidentes do ano de 2017 de janeiro a dezembro foram Klebisiela pneumoniae (42,85%) e Pseudomonas aeruginosa (28,57%), Acinetobacter balmannii em (14,28%) e Enterobacter cloacae (14,28%). Quanto ao perfil, as bactérias Gram-Positivas demonstraram um maior perfil de resistência a Penicilina (77,77%), Eritromicina (67,79%) e Clindamicina (57,05%). Quanto as sensibilidades, as melhores respostas foram para Tigeciclina (95,68%), Vancomicina (90,86%) e Teicoplanina (92,32%). Os antimicrobioanos que apresentaram maior porcentagem de resistência às amostras de material clínico das bactérias Gram-Negativas foram Ampicilina (91,37%), Ampicilina/Subactam (75,85%) e Sulfametoxazol + Trimetoprima (73,36%). As maiores sensibilidades apresentadas foram ao Ertapenem (87,49%), Amicacina (87,36%), Colistina (83,69%), Imipenem e Meropenem (72,06%). Discussão: As taxas de infecção hospitalar dentro das unidades de terapia intensiva variam entre 18 e 54%, sendo cerca de cinco a dez vezes maiores do que em outras unidades de internação de um hospital. Confirmando-se todos os isolados das bactérias Gram-negativas com outros estudos da literatura observa-se a Klebsiela pneumoniae como bactéria predominante nas amostras de sangue. Assim como nas bactérias Gram- positivas observa-se a predominância dos Staphylococcus coagulase negativo. Estudos em vários locais são necessários para avaliar o perfil epidemiológico, perfil microbiológico e o desfecho atual das infecções relacionadas a assistência à saúde em UTIs brasileiras. Considerações finais: Percebe-se que as elevadas taxas de mortalidade estão associadas às infecções de corrente sanguínea (Machado et al., 2017). De tal modo, estudos nessa perspectiva permitem que ocorra um trabalho conjunto com o serviço de controle de infecção hospitalar para direcionamento apropriado do serviço de saúde na elaboração de protocolos sobre uso racional de antibióticos, como também a implementação de medidas precaução e controle das infecções, com o intuito de minimizar taxas de morbimortalidade, os custos em saúde e o tempo de internação

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