O PROJETO ESCOLA SEM PARTIDO COMO ESTADO DE EXCEÇÃO: UMA PROPOSIÇÃO CRÍTICA PELO ECO NÃO OUVIDO DAS VÍTIMAS DA HISTÓRIA

Abstract

O presente trabalho propõe uma mobilização teórica crítica e interdisciplinar que permita analisar os significados e as repercussões do projeto Escola Sem Partido no campo educacional. Mais do que compartilhar visões equivocadas sobre a educação e o processo educativo, o projeto tem demonstrado capacidade de articular demandas sociais difusas que ganham força e aparelhamento nos espaços políticos. Por meio de uma análise educacional, cultural, política e filosófica do projeto, nos apropriamos de referenciais críticos – em especial Walter Benjamin – que podem contribuir para formular um diagnóstico contemporâneo acerca da natureza do pensamento autoritário que permeia o sistema educacional. As análises indicam que o movimento de apoio ao projeto contribui, consciente ou não, com a legitimação de um estado de exceção por meio de políticas que minam as mediações institucionais e democráticas de convivência, retirando os direitos da população, ao invés de garanti-los e ampliá-los. Concluímos que é preciso fazer ecoar os ecos não ouvidos das vítimas da história - - no caso, de professores, alunos e toda a sociedade impactada pelas ideias do projeto -, fazendo do estado de exceção atual um contexto de luta e resistência frente ao Escola sem Partido e sustentando novos horizontes de transformação social voltados para o bem coletivo e emancipatório

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