ELEMENTOS SOCIAIS DO MUNDO DO TRABALHO NA FICÇÃO CINEMATOGRÁFICA: PROVOCAÇÕES DE “O CORTE”

Abstract

"A gesture says a thousand words," teaches the popular saying. But when the actions in question are artistically staged in a film directed by Costa-Gravas, their ability to say more than words is infinitely multiplied. In the movie "The Cut", the consequences of current changes in work are portrayed with doses of humor, without forgetting the reflective and critical approach. The protagonist, a moment of extreme despair, embarks on a plan to physically eliminate their competitors, and thus guarantee a place in the competitive job market. The dilemma of accountability for unemployment permeates the film, encouraging reflection on the subject of a critical perspective on the consequences of lack of employment opportunities can be found in spheres that extend beyond the economic aspect. Thus the plot of the movie shows the Marxian postulate the dual condition of labor in capitalism: while the work is potentially a way of life and affirmation of the human condition, is alienated and alienating process of production of existence. The messages that the movie leaves us, two deserve special attention. The first concerns the ideas already consensus in this society, that unemployment is an individual problem, and should therefore be individually resolved. The second message, subliminally present in the film, says the solution to unemployment in the opposite direction: the problem is not the individual but the system. And this is only collectivize opportunities in a changing perspective, making man the center of everything.“Um gesto diz mais que mil palavras”, ensina o ditado popular. Mas quando os gestos em questão são artisticamente encenados, numa produção cinematográfica dirigida por Costa-Gravas, a possibilidade de estes dizerem mais que palavras é infinitamente multiplicada. No filme “O Corte”, as consequências das atuais transformações no mundo do trabalho são retratadas com doses de humor, sem deixar de lado a abordagem reflexiva e crítica. O protagonista, num momento de extremo desespero, empreende um plano para eliminar fisicamente seus concorrentes, e assim, garantir uma vaga no disputado mercado de trabalho. O dilema da responsabilização pelo desemprego perpassa o filme, estimulando a reflexão sobre o tema numa perspectiva crítica, em que as consequências da falta de oportunidades de emprego podem ser localizadas em esferas que se ampliam para além do aspecto econômico. Assim, o enredo do filme evidencia o postulado marxiano da dupla condição do trabalho no capitalismo: ao mesmo tempo em que o trabalho é potencialmente meio de vida e afirmação da condição humana, é processo alienado e alienante de produção da existência. Das mensagens que a obra nos deixa, duas merecem atenção especial. A primeira diz respeito ao ideário, já consensual nesta sociedade, de que o desemprego é um problema individual, e deve ser, portanto, individualmente resolvido. A segunda mensagem, subliminarmente presente no filme, aponta a solução para o desemprego numa direção oposta: o problema não está no indivíduo, mas no sistema. E este só coletivizará as oportunidades se, numa perspectiva transformadora, tornar o homem o centro de tudo

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