RELATO DE CASO - TRATAMENTO DE MIÍASE RECIDIVANTE NO ESPAÇO INTERDIGITAL PÉLVICO DE UM CARNEIRO

Abstract

Os carneiros são de grande relevância para a progressão do melhoramento genético e consequentemente da cadeia produtiva ovina, enfermidades no casco destes animais são difíceis de serem tratadas e necessitam de cuidar por longo período. O objetivo deste trabalho é descrever o tratamento de miíase recidivante no espaço interdigital do membro pélvico direito de um carneiro. O ovino reprodutor da raça Texel, encontrava-se no Instituto Federal Catarinense, campus Concórdia. Fatores predisponentes como lesões e o aumento de temperatura do meio ambiente estão diretamente relacionados à miíase, podendo tornar recidivantes ou não os quadros clínicos. No dia 01 de junho de 2023 o animal apresentou dificuldade de locomoção e sinais de claudicação, permanecendo boa parte do tempo deitado. Ao examinar o animal, identificou-se a presença de miíase no espaço interdigital do membro posterior direito pela 4ª vez, a lesão apresentava-se com aproximadamente 3 centímetros de raio e tinha formato arredondado, associado a exsudato purulento. No mesmo dia, iniciou-se o tratamento retirando as larvas e realizando a higienização da lesão, com sabão e água em abundância e após clorexidina 2%, posteriormente realizou-se curativo e bandagem para a proteção do local lesionado. Também foi utilizado, de forma parenteral, 1 mg/kg via intramuscular (IM) de cloridrato de ceftiofur a cada 24 horas por 7 dias, e meloxicam na dose de 0,5 mg/kg IM a cada 24 horas por 5 dias. Além disso, realizou-se o pedilúvio, com solução antisséptica e cicatrizante (5% de sulfato de zinco, 5% de sulfato de cobre, 10% de acetato de chumbo e 6% de ácido acético) diluída em água na proporção 1:10, sendo que para o local lesionado era mantido por 5 minutos em imersão. Na primeira semana de tratamento, realizou-se, diariamente, a limpeza da ferida com água e clorexidina 2%, pedilúvio, aplicando pomada de unguento e spray de prata, trocando o curativo e a bandagem. Após o 7º dia, prosseguiu-se os mesmos procedimentos a cada dois dias, até o dia 27/06. Na terceira semana de intervenção, a ferida apresentava aspecto granular e redução pela metade do tamanho inicial. Na quarta semana de tratamento a ferida apresentava um terço do tamanho inicial, finalizando o processo de cicatrização. A ferida no espaço interdigital direito do carneiro ficou completamente cicatrizada após 45 dias de tratamento. Assim, apesar de demandar bastante trabalho e ser longo o tratamento, apresentou resultado satisfatório e melhoras significativas na condição física do animal

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