Desenvolvimento e validação de um método de rastreio para Ketamina (KET) por imunoensaios enzimáticos

Abstract

Poster apresentado no 11º Congresso Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, Évora, 2012Introdução: Nas últimas décadas, têm sido frequentemente reportados casos em que drogas legais são utilizadas de forma ilícita/descontextualizada, sendo a ketamina um exemplo. A ketamina foi inicialmente desenvolvida como anestésico. No entanto, cedo passou a ser também classificada como “club drug”, tendo um caráter alucinogéneo e funcionando como anestésico dissociativo, dados os distúrbios psiquiátricos de tal ordem graves que causava e causa nos pacientes/consumidores. O objetivo principal deste trabalho foi o desenvolvimento e validação de um método de deteção da ketamina por imunoensaios enzimáticos (método de rastreio) em amostras de sangue total e de urina, in vivo e post-mortem, de forma a que seja posteriormente aplicável na rotina deste serviço. Materiais e Métodos: Os imunoensaios foram realizados num equipamento Bio-Rad CODA® Automated EIA Analyzer. O kit utilizado foi o Ketamine Micro-Plate EIA – Forensic Application da OraSure Technologies, Inc.. Para os passos da validação, amostras brancas de sangue total e de urina foram fortificadas com diferentes concentrações de KET (210, 300, 510, 3000 ng/mL). Para a avaliação da ocorrência de reatividade cruzada, diferentes amostras foram fortificadas com fenciclidina (10, 100 ng/mL). Resultados e Discussão: Para validar a técnica analítica, foram avaliados os seguintes parâmetros: especificidade e seletividade do método (utilizando soluções de ketamina e de fenciclidina, que é um análogo estrutural da primeira), até à comprovação da não ocorrência de arrastamento, passando pela garantia da robustez do método perante a introdução de diversas variáveis. Da realização de todos os testes propostos, surgiu a evidência do desempenho adequado de diversos parâmetros essenciais: o método revelou-se específico/seletivo para a ketamina, foi verificada a ausência de reatividade cruzada com outros compostos (mesmo que estruturalmente semelhantes à KET), não se verificou arrastamento de analito e a robustez do método foi também assegurada através do estudo de diversas variáveis distintas propositadamente introduzidas. Os resultados obtidos na validação permitem concluir que o método se revelou adequado e eficiente para a deteção de ketamina nas amostras testadas (sangue branco, mistura de sangues reais e urina), com um cut-off de 210 ng/mL, quer para sangue, quer para urina, permitindo a sua aplicação na rotina do Serviço de Toxicologia Forense.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

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