Podemos contar a história da arte de várias maneiras, mas também a partir de um
diálogo entre forma e informe, previsão e acaso, controlo e aleatoriedade, contorno e
mancha. Na poesia visual e na pintura informal, por exemplo, o espaço da folha e da tela
têm sido os lugares em que o consciente e o inconsciente, como vasos comunicantes,
realizam esta conversa impura, vertida em acaso e experimentação.
Na minha investigação artística desenvolvo questões em torno do acaso/acidente,
são imagens, objetos artísticos, consequência de gestos por vezes controlados e
conscientes que resultam em algo descontrolado e aleatório, como forma de provocar o
“acaso”, o “acidente”. O gesto de atirar/verter/derramar algo espontâneo, a forma
resultante é algo incontrolável, são manchas irregulares.
O “efeito surpresa” durante o processo artístico é de facto importante, as
tentativas/erro durante o processo fazem parte, o próprio processo criativo e
experimentação são fundamentais para o meu trabalho