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LOPES, F. C. F.

PANCOTI, C. G.

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 48a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia   O Desenvolvimento da Produção Animal e a Responsabilidade Frente a Novos Desafios Belém – PA, 18 a 21 de Julho de 2011   _______________________________________________________________________________________________________________________________ Página - 1 - de 3  Degradabilidade in situ da matéria seca e matéria orgânica da cana de açúcar tratada com óxido de cálcio com diferentes tempos de hidrólise, em novilhas Holandês x Zebu1  Anna Carolynne Alvim Duque2, Carlos Giovani Pancoti3, Ana Luiza Costa Cruz Borges4, Fernando César Ferraz Lopes5, Ricardo Reis e Silva4, Alexandre Lima Ferreira6   1Trabalho financiado pela Embrapa Gado de Leite, FAPEMIG, CNPq e Ical Energética 2Mestranda em Zootecnia da Escola  de Veterinária da UFMG-Bolsista do CNPq. E-mail: alvimduque@yahoo.com.br 3Doutorando em Zootecnia da Escola  de Veterinária da UFMG-Bolsista CNPq 4Professor da Escola de Veterinária da UFMG 5Analista da Embrapa Gado de Leite. Bolsista de Produtivi ade do CNPq. 6Doutorando em Zootecnia da Escola  de Veterinária da UFMG-Bolsista CAPES  Resumo: Avaliou-se a degradabilidade in situ da matéria seca (MS) e da matéria orgânica (MO) na ca  de açúcar tratada com óxido de cálcio (1% na matéria natural-MN) em diferentes tempos de hidrólise (zero, 24, 48 e 72 horas) em novilhas Holandês x Zebu. Foram utilizados cinco animais fistulados no rúmen, em delineamento com blocos ao acaso com parcela subdividida. A degradabilidade potencial e efetiva, e as taxas de degradação da MS e da MO não apresentaram diferença com relação ao aumento do tempo de hidrólise e também em comparação ao grupo controle (cana de açúcar in natura). A adição de 1% de CaO ou o aumento do tempo de ação do agente alcalino à cana de açúcar não alteraram a degradabilidade in situ potencial e efetiva da MS e da MO em novilhas Holandês x Zebu, mostrando um potencial do CaO em manter a degradabilidade da can de açúcar no decorrer de 72 horas. Porém, houve diminuição linear na taxa de degradação da MS e MO com o aumento do tempo de hidrólise devido à maior solubilização do material hidrolisado.  Palavras–chave: Alcalino, bovino, CaO, forragem  In situ degradability of dry matter and organic matter from sugar cane treated with calcium oxide with different hydrolysis times in Holstein-Zebu heifers1  Abstract: The in situ degradability of dry matter (DM) and organic matter (OM) in sugarcane treated with calcium oxide (1% in natural matter-NM) was evaluated at different hydrolysis times (zero, 24, 48 and 72 hours) in Holstein-Zebu heifers. Five animals with a rumen canula were used in a blocks with split-plot experimental design. The potential and effective degradability, and the degradation rates of DM and OM did not differ with respect to the increase of hydrolysis time and also compared to the control group (fresh sugar cane). The addition of 1% CaO or increasing the time of action of alkali to sugar cne, did not alter the in situ degradability of DM and OM in Holstein-Zebu heifers, showing a potential of CaO in maintaining the degradability of sugar cane in the course of 72 hours. However, there was a linear decrease in the rate of degradation of DM and OM with increasing hydrolysis time due to higher solubility of the hydrolyzed material  Keywords: Alkaline, CaO, cattle, forage  Introdução  A sazonalidade de produção forrageira constitui um dos entraves à produção animal, pois a pecuária brasileira caracteriza-se pela dependência de pastagens. Entre as forrageiras com potencial par  suprir a demanda de nutrientes dos ruminantes, especialm nte no período de menor disponibilidade de pasto, a cana-de-açúcar apresenta-se como fonte alim ntar promissora. Quando a forragem apresenta alto teor de fibra insolúvel em detergente neutro, como as forrageiras cortadas em idades avançadas, ou quando a fibra apresenta baixa digestibilidade, como a da  48a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia   O Desenvolvimento da Produção Animal e a Responsabilidade Frente a Novos Desafios Belém – PA, 18 a 21 de Julho de 2011   _______________________________________________________________________________________________________________________________ Página - 2 - de 3  cana-de-açúcar, podem-se utilizar substâncias químicas para o tratamento, visando melhoraria na digestibilidade e disponibilidade de nutrientes para os animais. Os agentes alcalinizantes, como o óxido de cálcio sã  utilizados visando à melhora os coeficientes de digestibilidade da cana-de-açúcar e de outras forrageiras, o que pode resultar em maior quantidade de energia para o animal e maior consumo destes alimentos. Uma provável vantagem da utilização de óxido de cálcio para hidrólise da cana-de-açúcar é a possibilidade de armazenamento da mesma já desintegrada, visto que ocorrem perdas de matéria seca tanto na cana-de-açúcar in natura quanto na hidrolisada (Santos et al., 2005).  O presente trabalho foi conduzido para avaliar a degradabilidade in situ da cana de açúcar tratada com óxido de cálcio sob diferentes tempos de hidrólise, em novilhas Holandês x Zebu.  Material e Métodos  O experimento foi realizado no Campo Experimental Santa Mônica - Embrapa Gado de Leite, localizado no município de Valença - RJ. O ensaio teve duração de 11 dias, sendo sete dias de adaptação à dieta e as instalações e quatro dias de coletas. A variedade da cana de açúcar utilizada no experimento foi a RB 73-9735 com grau Brix de 22. Utilizaram-se cinco novilhas Holandês x Zebu fistuladas no rúmen mantidas em sistema tipo “Tiestall”, com cochos e bebedouro individuais. Os animais eram alimentados com dieta à base de cana de açúcar tratada com CaO ajustadas para 15% de sobras e fornecidas às 8 e 14 horas. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso com parcelas subdividi as. Foram avaliados quatro tratamentos contendo cana de açúcar tratada com óxido de cálcio (1% na MN) sob diferentes tempos de hidrólise (zero, 24, 48 e 72 horas) e um grupamento controle contendo cana de açúcar in natura. A degradabilidade in situ foi determinada utilizando-se sacos de náilon medindo 15 x 8 cm, com malha de 50 micrômetros. Foi utilizada três repetiçõ s por tratamento e por tempo de incubação, sendo que em cada saco continha 5 g de amostra moída à 5 mm após secagem em estufa de ventilação forçada (55ºC por 72 horas). Antes da incubação os sacos foram embebidos em água destilada por 10 minutos. As amostras foram inseridas no rúmen às 8 horas da manhã e removidas às 0, 6, 12, 18, 24, 48, 72 e 96 horas após a inserção. Após a retirada, os sacos foram lavados em água corrente, congelados e posteriormente secos em estufa ventilada a 55oC por 72 horas. Os resíduos dos tratamentos foram analisados para MS e matéria mineral (MM), esta última para a determinação da MO.  Os parâmetros de degradação ruminal  situ da MS e MO da cana de açúcar foram estimados pelo processo iterativo do algoritmo Marquardt, com auxílio do procedimento para modelos não-lineares (PROC NLIN) do SAS (SAS..., 2002).  As estimativas do  parâmetros de degradabilidade ruminal foram realizadas, ajustando o modelo não-linear descrito por Tomich & Sampaio (2004), visando análises de regressão linear e quadrática dos parâmetros de degradação ruminal em função do tempo de hidrólise do óxido de cálcio (zero, 24, 48 e 72 horas) utilizando-se o procedimento REG do SAS... (2002).  As degradabilidades efetivas (DE) da MS e MO da cana de açúcar foram calculadas conforme proposto por DE=[(100-DEG48).(exp-kp*t48+exp-kp*t100)/2], em que: DEG48 é a degradação do nutriente até 48 horas de incubação, kp é a taxa de passagem, t48 é o último horário de incubação (48 horas), e t100 é o tempo de incubação presumível para o desaparecimento total do nutriente no rúmen, adotando-se a taxa de digestão no último intervalo de incubação como constante.  Resultados e Discussão Não houve efeito linear e quadrático (P>0,05) dos tempos de hidrólise da cana de açúcar com 1% de CaO sobre a degradabilidade potencial (A) e degra abilidades efetiva a taxas de passagem de 2 e 5%/h. (DE2 e DE5). Para a taxa de degradação (c) da MS (P=0,011) e MO (P=0.011) foi observado efeito linear negativo com  o aumento do tempo de hi rólise da cana de açúcar, conforme apresentado na Tabela 1. O efeito linear negativo observado para a t x  de degradação (c) deve-se em parte, a maior solubilização do material com o aumento do tempo de exposição ao agente alcalino, fração esta que corresponde ao conteúdo celular, sendo a fração fibr sa pouco degradada ao longo das 96 horas de degradação ruminal. Ribeiro et al. (2009) avaliando a degradabilidade ruminal da MS na cana de açúcar  48a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia   O Desenvolvimento da Produção Animal e a Responsabilidade Frente a Novos Desafios Belém – PA, 18 a 21 de Julho de 2011   _______________________________________________________________________________________________________________________________ Página - 3 - de 3  in natura e tratada com 2,25% (MN) de CaO, encontraram valores inferiores para a degradação potencial (38,5 e  47,5%, respectivamente), degradabilidades efetiva a taxas de 2 e 5%/h (53,4 e 67,5; 48,2 e 60,7% respectivamente) e taxas de degradação com valores próximos ao presente estudo (3,6 e 3,8%/h respectivamente).  Tabela 1 - Degradabilidades potencial (A) e efetiva (DE) e taxas de degradação (c) da matéria seca (MS) e matéria orgânica (MO) da cana de açúcar (controle) e da cana de açúcar adicionada ao óxido de cálcio (1% MN) em diferentes tempos (zero, 24, 48 e 72 horas) de hidrólise, em novilhas Holandês x Zebu     Controle Tempos de hidrólise   Efeito (Valor de P) Fração Item Cana in natura T1 - 0h T2 - 24h T2 - 48h T2 - 72h EPMa Linear Quadrático A (%) MS 79,44 80,91 81,92 78,28 80,69 0,3084 bns Ns c (%/h) MS 3,12 4,07 3,87 3,72 3,65 0,00036 0,011 Ns DE2C (%) MS 72,08 73,42 74,48 71,42 73,08 0,3034 ns Ns DE5C (%) MS 67,83 68,38 69,63 67,21 68,27 0,5492 ns Ns A (%) MO 79,29 79,55 80,70 76,77 79,35 0,3318 ns Ns c (%/h) MO 3,14 4,07 3,88 3,67 3,61 0,00042 0,011 Ns DE2C (%) MO 71,03 71,80 72,73 69,40 71,28 0,28 ns Ns DE5C (%) MO 66,26 66,58 67,52 64,92 66,20 0,216 ns Ns aEPM = Erro-padrão da média; bns = não-significativo (P>0,05)  Conclusões A adição de CaO foi efetiva em manter a degradabilidade potencial da cana de açúcar durantes às 72 horas de exposição ao agente, entretanto, houve um decréscimo linear da taxa de degradação em decorrência de maior solubilização do material exposto.  Literatura citada RIBEIRO, L. S. O.; PIRES, A. J. V.; CARVALHO, G. G. P.; CHAGAS, D. M. T. Degradabilidade da matéria seca e da fração fibrosa da cana de açúcar trat da com hidróxido de sódio ou óxido de cálcio. Rev. Bras. Saúde Prod. An., v.10, n.3, p. 573-585, 2009. SANTOS, M. C.; NUSSIO, L. G.; SOUSA, D. P. Estabilidade aeróbica e perda de matéria seca de cana  de açúcar in natura tratada com níveis crescentes de óxido de cálcio. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 42. Goiânia. Anais... SBZ, CD ROM, 2005. SAS Institute Inc. SAS® User's Guide: Statistics, Version 5 Edition. Cary, NC: SAS Institute Inc., 2002. TOMICH, T.R.; SAMPAIO, I.B.M. A new strategy for the determination of forage degradability with an in situ technique through the use of one fistulated ruminant. Journal of Agricultural Science, v.142, p. 589-593, 2004.  

Degradabilidade in situ da materia seca e materia organica da cana de açucar tratada com óxido de calcio com diferentes tempos de hidroçlise, em novilhas holandes x zebu.

http://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/922213/1/Degradabilidade-in-situ-mat-seca-e-mat-org-cana-de-acucar.pdf

Degradabilidade in situ da materia seca e materia organica da cana de açucar tratada com óxido de calcio com diferentes tempos de hidroçlise, em novilhas holandes x zebu.

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