The Potters and the Archaeologist: the Clay in the Construction of Different Bodies

Abstract

In this article, guided by experienced ceramists, I was able to delve into the pottery productive universe, not only observing these ceramist women, but thinking with my hands. This commitment to learning a motor skill has allowed new questions to surface, modifying my point of view regarding the artifact. As in the productive process that I have been learning, this text has come and go, and these retakes have been part of its modeling process, of my own learning process. And so, it may seem overly intersubjective, because it approaches frontier paradigms. Focusing on the gestures, the production of the text also gave the groping, with the body being the guide on the way. The gesture is pure ubiquity, being at the same time intellectual and material denotes the know-how itself; or rather, more than that, it allows the doing-being because in building the materiality develops at the same time, the identity. As Leroi-Gourhan (1965, p. 44) said long time before, "it is in what produces or does, not in what is, what a human hand manifest itself as such". As Ceramistas e a Arqueóloga: a Argila na Construção de Corpos Distintos A olaria é uma técnica corporal exigente que requer um corpo ativo. É preciso (constantemente) atenção voluntária, treino, repetição, abertura à crítica e autocrítica, tolerância à dor (e de novo). Mas é fundamental saber montar e desmontar - sempre como processo contínuo – o sujeito e a matéria, a pessoa e o objeto, de forma inseparável. O barro é também uma pessoa e a pessoa um corpo-máquina, ciborgue (Haraway, 2000). Um corpo molda o outro de forma relacional (Joyce, 2000) em um processo recíproco de objetivação-subjetivação (Santos-Granero, 2009). Para as ceramistas com as quais convivo nos espaços urbanos, só existe o ser no fazer, esses verbos se constroem mutuamente e se enredam, não há vida sem argila. Ser essa pessoa tem estreita relação com o fazer cerâmico. Como já aprendemos faz tempo com Simone de Beauvoir e Judith Butler, nos tornamos mulheres nessa construção material e simbólica; e distintas umas das outras, mulheres situadas. Nesse sentido, interessa aqui debater algumas dessas construções e sociabilidades em fazer-ser uma mulher ceramista em um contexto urbano. Elas se constroem em um esforço voluntário, consciente e proativo em seu ofício, como mulheres-ceramistas. Entre ceramistas a máxima “sinto, logo sou” é potencializada, e é então um corpo ativo que aplica uma teoria viva ao seu meio ambiente (Le Breton, 2016). Nesse artigo pretendo interligar pessoas, coisas e fatos, para construir uma narrativa (parcial) sobre a tecnologia cerâmica e os diferentes corpos que ela produz. A perspectiva, no entanto, não é minha nem delas sendo ao mesmo tempo também nossa. É a argila, narradora da história, que dita o tempo, constrói, conecta e transforma os diferentes corpos. É essa perspectiva da materialidade que desejo seguir, incluindo os gestos técnicos como perspectiva teórico-prática

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