Orientadora: Prof.ª Drª. Luciane Ferreira MocroskyTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Exatas, Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e em Matemática. Defesa : Curitiba, 23/06/2023Inclui referências: p. 252-266Resumo: Este trabalho apresenta um estudo que se propôs perseguir a interrogação: "como o(a) professor(a) do curso de licenciatura em matemática compreende a docência em/na sua prática pedagógica?". Em atenção ao fenômeno "docência-na-formação-universitária", iniciamos um exercício fenomenológico-hermenêutico perguntando pelo que a interrogação interroga. Assumimos a postura fenomenológica indo à literatura vigente, em busca de colaborações para as nossas discussões; aos documentos oficiais, em busca de respostas para as questões políticas-educacionais que permeiam essa tese; e ao encontro dos professores com formação inicial em matemática (licenciatura ou bacharelado), em busca de compreensões a respeito da docência. Também buscamos entrelaçar o ciclo de políticas de Stephen Ball e colaboradores, a partir das contribuições dos contextos da influência, da produção de texto e da prática, com os conhecimentos filosóficos advindos da fenomenologia, alinhavando com o caráter político que as produções de Hannah Arendt trouxeram para esse debate. A formação de uma categoria "a formação docente na pós-graduação (#CI - Delta)", veio em resposta a alguns desses questionamentos. Nela obtivemos esclarecimentos sobre "a identidade profissional do professor bacharel em matemática (*CI - Rõ)". Os depoimentos apontaram a formação de uma identidade profissional complexa, edificada numa formação conteudista que tem na pesquisa modos de constituição da docência. O clamor pela formação continuada para professores do magistério superior, no âmbito das universidades, nos levou à formação da categoria: "a formação como ação num continuum educacional (#CI - Ípsilon)". Entendemos que se é a docência que acompanha o professor desde a formação inicial até a continuada, ela é uma diretriz orientadora do seu fazer pedagógico, por isso a compreendemos como um campo de estudos que nos fornece ferramentas para sua análise como um campo formativo e científico. A complexidade da docência nos encaminhou para a formação de uma grande categoria "complexidades da docência (#CII - Alfa)" que nos apontou que esta é muito maior do que o senso comum de suas práticas definidas pela didática. Essa mesma complexidade nos levou a enveredar pelos caminhos da política educacional e nossas pesquisas apontaram para "os impactos da política neoliberal na educação" (#CI - Ômega). Essa categoria nos apontou as linhas invisíveis que têm manipulado as políticas educacionais abrindo espaço para a comercialização da educação, que vem sendo negociada como um commodity. Tudo Isso nos levou a constatação de que a docência pode ser posta como uma ciência, que já possui uma determinada estrutura, mas que ainda precisa ter fundamentos teóricos, aspectos práticos, o dar-se entrelaçado de teoria e prática, que é o que sustenta um campo científico. Em suma, a docência se insere num campo de discussão que visa desmistificar que o conhecimento do conteúdo é suficiente para a prática docente, posto que a complexidade da docência vai muito além desse reducionismo. Estamos focando no ser-humano-professor, grafado dessa forma porque se constituem em um só, e desse modo abarcando a formação identitária, a função e o papel do professor na sociedade.Abstract: This research presents a study that followed to pursue the question: "how does the professor of the degree course in mathematics understand teaching in/in its pedagogical practice?". In view of the "teaching-in-university-education" phenomenon, we begin a phenomenological-hermeneutic exercise by asking what the interrogation asks about. We assume the phenomenological posture going to the current literature, in search of collaboration for our discussions; to official documents, in search of answers to the political-educational questions that permeate this thesis; and meeting teachers with initial formation in mathematics (degree or bachelor's degree), in search of understandings about teaching. We also seek to intertwine the policy cycle of Stephen Ball and collaborators, from the contributions of the contexts of influence, text production and practice, with the philosophical knowledge arising from phenomenology, aligning with the political character that Hannah Arendt's productions brought to this debate. The formation of a category "teacher formation in post-graduation (#CI - Delta)", came in response to some of these questions. In it, we obtained clarifications on "the professional identity of the bachelor teacher in mathematics *CI - Rô)". The testimonies pointed to the formation of a complex professional identity, built on a content education that has in research ways of constituting teaching. The clamor for continuing education for higher education teachers, within the scope of universities, led us to the formation of the category: "formation as action in an educational continuum (#CI - Ípsilon)". We understand that if it is teaching that accompanies the teacher formation initial to formation continuing, it is a guiding principle of his/her pedagogical work, that is why we understand it as a field of studies that provides us with tools for its analysis as an educational and scientific field. The complexity of teaching led us to the formation of a large category "complexities of teaching (#CII - Alfa)" which indicated that this is much greater than the common sense of its practices carried out by didactics. This same complexity led us to embark on the paths of educational policy and our research pointed to "the impacts of neoliberal policy on education" (#CI - Ômega). This category showed us the invisible lines that have manipulated educational policies, opening space for the commercialization of education, which has been negotiated as a commodity. All of this led us to the realization that teaching can be seen as a science, which already has a certain structure, but which still needs to have theoretical foundations, practical aspects, the intertwining of theory and practice, which is what sustains a scientific field. In short, teaching is part of a field of discussion that aims to demystify that content knowledge is sufficient for teaching practice, since the complexity of teaching goes far beyond this reductionism. We are focusing on the human-being-teacher, spelled this way because they are one, and thus encompassing identity formation, the role and role of the teacher in society
