Redes sociais face aos desafios num mundo global / coordenação [de] Joaquim Manuel Rocha Fialho, e outros. - Lisboa : Universidade Lusíada. 2023. - ISBN 978-989-640-249-5 - P. 117-123

Carneiro, Ana Paula Morgado

Santos, Aline Macena dos

Portuguese

Repositório das Universidades Lusíada de Lisboa (RUL)

http://repositorio.ulusiada.ptUniversidades LusíadaSantos, Aline Macena dosCarneiro, Ana Paula MorgadoRede de escritórios de projetos da Fiocruz : umaexperiência participativahttp://hdl.handle.net/11067/7056https://doi.org/10.34628/hr60-c977MetadataIssue Date 2023Type bookPartThis page was automatically generated in 2023-10-21T13:40:54Z withinformation provided by the Repositoryrede de escritórios de projetos da fiocruz: uma experiência participativa 1179.Rede de escritórios de projetos da Fiocruz: uma experiência participativaFiocruz project office network: a participatory experience.alinE macEna Dos santosMBA em Gestão de Projetos. Universidade Cândido Mendes (UCM) – Brasil. aline.santos@fiocruz.brana Paula morgaDo carnEiroDoutora em Administração de Empresas pela  Universidad Nacional de Missiones (UNaM) – Argentina. ana.carneiro@fiocruz.br https://doi.org/10.34628/hr60-c977Resumo: As Redes colaborativas constituem hoje uma abordagem cada vez mais utilizada no âmbito governamental, como uma composição inter organizacional e multidisciplinar para formulação e execução de políticas públicas. Nesse sen-tido, a Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz possui estratégias estabelecidas por suas unidades técnico-científicas, envolvendo instituições parceiras para a constitui-ção de ações por meio de Redes de colaboração e participação e entre essas ações está a Rede de Escritórios de Projetos da Fiocruz, composta de dezesseis unida-des da instituição. Seu propósito é promover a integração e compartilhamento de conhecimentos com a finalidade de fortalecer e potencializar as ações em ges-tão de projetos institucional, por meio de ações que abrangem a implementação de uma estratégia de comunicação e informação, que envolvem a realização de encontros mensais, jornal interno da rede, repositório, site, grupo em aplicativo de troca mensagens e outros instrumentos, com a participação e o envolvimento dos trabalhadores que compõe a Rede.Palavras-chave: redes colaborativas; gestão pública; gestão de projetos; redes públicas; Fiocruz.Redes sociais face aos desafios num mundo global118Abstract: Collaborative Networks are today an approach that is increasingly used in the governmental sphere, as an inter-organizational and multidisciplinary composi-tion for the formulation and execution of public policies. In this sense, the Oswaldo Cruz Foundation has strategies established by its technical-scientific units, involving partner institutions for the constitution of actions through collaboration and partici-pation networks and among these actions is the Fiocruz Project Offices Network, com-posed of sixteen institution units. Its purpose is to promote the integration and sharing of knowledge in order to strengthen and enhance actions in institutional project mana-gement, through actions that include the implementation of a communication and information strategy, which involve holding monthly meetings, journal internal net-work, repository, website, message exchange application group and other instruments, with the participation and involvement of the workers that make up the Network.Keywords: collaborative networks; governmental project; project offices; gover-nmental networks.Introdução O Estado e a sociedade passam por um grande processo de transformação, em decorrência da globalização e modernização, traduz-se num aumento da dife-renciação social, gerando novas necessidades em relação ao processo de coorde-nação social. A necessidade de adequação de uma nova visão dos elementos e característi-cas da Gestão Pública remete a um processo de reflexão dos desafios imediatos e da necessidade de abordagens descentralizadoras, que busquem a participação dos trabalhadores, tomadas de decisões compartilhadas, que proporcionem a formação de consenso, a cooperação interdisciplinar e o aumento do processo de responsa-bilidade nos serviços, sistemas e programas (Kopf & Hortale, 2005).As Redes colaborativas constituem hoje uma abordagem cada vez mais uti-lizada no âmbito governamental, como uma composição inter organizacional e multidisciplinar para formulação e execução de políticas públicas. Esse movimento surgiu da necessidade do Estado diante dos desafios atrelados à globalização e a rede de escritórios de projetos da fiocruz: uma experiência participativa 119exigência cada vez maior de proteção do aparelho público. O que antes era deter-minado executado dentro de uma estrutura hierarquizada passa a ocorrer de forma policêntrica e reticulada. (Fleury & Ouverney, 2007)Nesse aspecto, caracterizam-se como responsáveis por redimensionar as bases organizacionais das políticas públicas por meio da descentralização dos processos, compartilhamento das decisões, conhecimento, inovações e composta por atores diversificados. Requerendo uma transformação na conjuntura pública, pois tra-ta-se de uma mudança para modelos cooperativos, pautados na inclusão política e econômica da sociedade, diferente de ações pontuais burocráticas instituciona-lizadas. (Oliveira, 2020)Somam-se a esses fatores revolução da tecnologia informacional, que esta-belece um novo sistema de comunicação, o fomento a ações inovadoras e com-partilhamento de conhecimento de alcance universal, ao mesmo que reforça as identificações individuais e coletivas. (Fleury & Ouverney, 2007)O Ministério da Saúde vem implementando projetos que buscam um reforço dessa visão, como a Política Nacional de Humanização (PNH), cuja proposta busca a participação e integração dos gestores, trabalhadores e usuários no forta-lecimento do Sistema Único de Saúde no Brasil. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) possui várias estratégias estabelecidas por suas unidades técnico-científicas, que envolvem instituições parceiras para o desenvolvimento de ações por meio de Redes colaboração que tratam de questões de saúde que afetam diretamente a população, independente da esfera de governo. Sendo uma dessas ações a Rede de Escritórios de Projetos (EPs) da Fiocruz, com-posta de dezesseis unidades com o objetivo de promover a integração e compar-tilhamento de conhecimentos com a finalidade de fortalecer e potencializar as ações em gestão de projetos institucional.A Fiocruz possui escritórios de projetos com diferentes níveis de maturidade em gerenciamento de projetos. Nesse sentido, a criação da Rede de Escritórios de Projetos da Fiocruz surgiu com o propósito de promover e colaborar no processo de troca de experiências, conhecimentos e boas práticas em gestão de portfólios e projetos em Saúde pública. Através de uma estratégia de comunicação colabora-tiva com o propósito de melhorar a integração e qualidade em Gestão de Projetos.A Rede de EPs foi instituída pela Presidência da Fiocruz, em dezembro de 2019 através da portaria nº 6539/2019, no qual foram designados representantes Redes sociais face aos desafios num mundo global120das unidades para representação e acompanhamento das ações. Atualmente a rede é composta dezesseis unidades da Fiocruz que possuem estruturas organizacionais voltadas para o gerenciamento de projetos. Porém, todas as unidades técnico cien-tíficas possuem profissionais que atuam direta e indiretamente na gestão admi-nistrativa dos projetos. Entre os desafios enfrentados pelos profissionais estava a pouca integração entre as unidades, com impacto maior na comunicação e infor-mação sobre o processo de gerenciamento de projetos.A criação e atuação em rede proporcional maior integração entre as unidades técnico-científica e trouxe para discussões temas voltados para o gerenciamento de projetos, de acordo com a realidade institucional. Além das ações de comunicação e informação a rede também desenvolveu dois projetos junto aos escritórios: o primeiro denominado PDP – Programa de Desenvolvimento de Pessoas em Gestão de Projetos e o segundo Estudos de Avaliabilidade da Rede de Escritórios. Ambos os projetos tiveram seu início decor-rente da necessidade apresentada pelos escritórios.MetodologiaA metodologia utilizada foi uma pesquisa social através do exploratório de bibliografias, artigos e do estudo de casos a serem levantados dentro do escopo da Fundação Oswaldo Cruz e das redes colaborativas existentes na instituição. Buscando uma compreensão e entendimento dos processos, estratégias de ino-vação e sua repercussão junto ao trabalho desenvolvidos pelos profissionais que atuam dentro do cenário público.Segundo Gil (1991, p.142), a pesquisa social pode ser definida como: “...o processo, que utilizando a metodologia científica, permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade social ...”Para Alves (2002) uma pesquisa atualmente não se restringe apenas à área acadêmica, pois se encontra inserida nas práticas organizacionais de forma geral, possibilitando que a informação pormenorizada sobre determinado assunto pro-porcione uma melhor detecção e interpretação de diferentes fenômenos.Sobre esse aspecto a Rede de EPs buscou aplicar metodologias participa-tivas voltadas para a qualificação da comunicação e melhoria dos processos em rede de escritórios de projetos da fiocruz: uma experiência participativa 121projetos, desenvolvimento de profissionais, para o alcance das metas da Gestão em Saúde que possibilitem atitudes estratégicas que fortaleçam o SUS e benefi-ciem a sociedade.Resultados A Rede de EPs Fiocruz adotou uma estratégia de comunicação e formação, realizando ações como o de um encontro mensal reunindo os trabalhadores dos escritórios, realizado online, no qual ocorre a apresentação e compartilhamento de experiências internas e que também, contou com a participação de profissio-nais de outros escritórios de fora da Fiocruz. O objetivo era possibilitar a troca de conhecimento, a conexão e aproximação dos escritórios.A implementação de um jornal mensal, cujo conteúdo é desenvolvido pelos escritórios com ações que possam impactar e promover o conhecimento aos tra-balhadores da rede tem como objetivo fomentar a troca de conhecimento e a informação sobre o gerenciamento de projetos no setor público, principalmente na área da saúde.A atuação da rede também possibilitou o desenvolvimento de dois livros, sendo um construído a partir do resultado dos Estudos de Avaliabilidade da Rede de Escritórios, denominado “Avaliação em saúde redes sociotécnicas e translação do conhecimento”, organizado pelas pesquisadoras Marly Marques da Cruz, Isabel Craveiro, Juliana Fernandes Kabak, Santuzza Arreguy Silva Vitorino e o outro livro denominado “Escritórios de Projetos em Saúde, discussão e apresentação de boas práticas como compartilhamento de experiências”, organizado por Aline Macena dos Santos, Ana Paula Morgado Carneiro e Maria da Penha Rodrigues dos Santos, que contém textos de experiências trazidas pelos trabalhadores dos escritórios. O livro desenvolvido pela rede faz parte de uma proposta para que todo ano seja lançado um livro com as experiências dos escritórios, de modo a contribuir para a gestão do conhecimento na gestão de projetos públicos em saúde.Redes sociais face aos desafios num mundo global122Discussão e conclusãoEssas ações demonstram a importância das redes colaborativas e seu potencial inovador, que ocorrem como uma estratégia a ser utilizada para viabilizar a sus-tentabilidade da universalidade ao sistema de saúde, por proporcionar a troca de conhecimento, experiência, desenvolvimento de novas tecnologias e trazer o tra-balhador para o centro das discussões e tomadas decisão, desse modo promove a valorização e dignificação do trabalhador e do usuário. Apresentam-se como uma relevante alternativa para obtenção de qualidade e efetividade no setor público e se revelando como um modelo de gestão que propicia a descentralização de poder, de informação, que privilegia o conhecimento, a inovação e que dignifica o tra-balhador e o usuário.Os cenários demonstram a relevância da constituição e atuação das Redes Colaborativas, principalmente no processo pandêmico e as limitações e superações necessárias para a implementação de um modelo assistencial calcado na integrali-dade da atenção à saúde, na universalização do acesso, na humanização, na equi-dade e na participação social dos usuários do SUS.Referências Alves, M.J.O. (2002). A influência da resiliência no profissional de atendimento da área de saúde. Recife; s.n, p. 45.Bergue, S.T. (2011). Modelos de gestão em organizações públicas: teorias e tecnologias gerenciais para a análise e transformação organizacional. Caxias do Sul: Educs.Carneiro, A.P.M; Santos, A.M. & Santos, M.P.R. (2022). Escritórios de Projetos em Saúde Pública. Discussão e apresentação de boas práticas como compartilhamento de experiências. Rio de Janeiro: Lux.Cruz, M.C.; Craveiro, I.; Kebab, J.F. & Vitorino, S.A.S. (2022). Avaliação em saúde redes sociotécnicas e translação do conhecimento. Rio de Janeiro: HUCITEC Editora. Coelho, D. & Gusso, D. (2011), (ORG). Impactos tecnológicos sobre a demanda por trabalho no Brasil. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília.Gil, A.C. (1991). Como elaborar projetos de pesquisa. 3.º ed. São Paulo: Atlas.rede de escritórios de projetos da fiocruz: uma experiência participativa 123Moura, S. A. (1998). construção de redes públicas na gestão local: algumas tendências recentes. Revista de Adm. Contemp. 2(1). acessado em: https://doi.org/10.1590/S1415-6555199800010000Política Nacional de Humanização (PNH). (2007). disponível em: http://portal.saude.gov.br/saude/area.cfm?id_area=390. Acessado em: fevereiro de 2007.Oliveira, D.R. & Passador, J. L. (2020) Gestão e políticas públicas em rede: interlocu-ções pressupostos e aplicações. 1.ed. Curitiba: Appris.Teixeira, S.M.F. & Fleury, A.M.O. (2007). Gestão de redes: estratégia de regionalização da política de saúde. Rio de Janeiro: Editora FGV.

Fiocruz project office network : a participatory experience

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