O presente artigo busca analisar como vem se constituindo a exploração do trabalho juvenil no futebol e o seu impacto nas trajetórias, modos e condições de vida dos jovens. O estudo teve a intenção de identificar como vem se desenvolvendo o mercado da bola em tempos da fi nanceirização do capital, ao analisar como se configura o trabalho da juventude no que diz respeito à inserção no referido mercado. Frente a isso, tratou de verificar como o sistema de garantia de direitos atua na proteção social de adolescentes e jovens diante desse contexto. Tem como base uma investigação fundamentada no materialismo histórico-dialético, se constituindo como uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratória e descritiva, por meio de um estudo de campo e revisão bibliográfica junto à Biblioteca Digital de Teses e Dissertações e Artigos do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), incluindo materiais que tivessem relação com o tema das trajetórias juvenis no mercado de trabalho do futebol de alto rendimento. Em relação à pesquisa de campo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com jogadores de futebol, ex-jogadores e trabalhadores de comissões técnicas das categorias de base de clubes; com o objetivo de analisar questões que envolvem a exploração do trabalho, as trajetórias, modos e condições de vida a partir da inserção no mercado do futebol. Os resultados apontam para as diversas contradições que constituem a trajetória juvenil, marcadamente fetichizada, pois o mercado de trabalho no futebol para os jovens no caminho da profissionalização se manifesta por processos de precarização e violações de direitos. Os achados da pesquisa apontam para a necessidade de romper com os fetiches do mercado da bola, que estão entranhados no imaginário social, pois a realidade, para a maioria dos jogadores de futebol, é marcada pela descartabilidade, pelos baixos salários, pela flexibilização nas relações de trabalho e pelas estruturas de trabalho precarizadas, entre outras questões invisíveis para grande parte da sociedade. Essa aparência, muitas vezes, naturaliza, esconde e oculta processos de violação de direitos que os jovens no caminho da profissionalização do futebol podem vivenciar.The investigation aimed to analyze how the exploitation of youth work in football has been constituted and its impact on the trajectories, ways and conditions of life of young people. The study aimed to identify how the ball market has been developing in times of financialization of capital, by analyzing how youth work is configured with regard to insertion in the ball market. In view of this, to verify how the rights guarantee system acts in the social protection of adolescents and young people in this context. The research, based on a critical perspective that makes use of dialectical historical materialism as a method. It is characterized as a qualitative research, exploratory and descriptive. The study consisted of a bibliographic review research with selected studies in the Digital Library of Theses and Dissertations and articles from the CAPES Periodicals Por-tal that were related to the theme of youth trajectories in the high performance football job market. In relation to the field research, semi-structured interviews were carried out in the online modality, with eleven research participants, among them, soccer players, ex-players and workers of technical commissions of the basic categories of clubs that were available. to carry out the research. Through it, we sought to analyze issues that involve the exploitation of work, the trajectories, ways and conditions of life from the insertion in the football market. As results point to the various contradictions that constitute the youth trajectory, markedly fetishized, as the job market in football for young people on the path of professionalization is manifested by processes of exclusion. The research findings point to the need to break with the fetishes of the ball market, which are ingrained in the social imaginary, since the reality for most football players is marked by disposability, low wages, flexibility in work relationships, structures of bad work among other issues invisible to a large part of society. This appearance often naturalises, hides and hides processes of exclusion and violation of rights that young people on the path to professional football may experience