Henriques, Amelia Teresinha

Oliveira, Clarissa F. de

Schapoval, Elfrides Eva Scherman

Zettler, Claudio Galleano

Portuguese

Lume 5.8

---- ---~~~===~ J.30 Cad. Farm., 7 (Supl.), 1991. ESTUDO FARMACOLÓGICO DO EXTRATO TOTAL DE Polygonum hydropiperoides Michaux OLIVEIRA C.F.;DIEHL E.E.;HENRIQUES A.T.;SCHAPOVAL E.E.S.;ZETTLER C.G.* FACULDADE DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL,PORTO ALEGRE,RS,BRASIL *FUNDAÇÂO FACULDADE FEDERAL DE CieNCIAS MeDICAS DE PORTO ALEGRE INTRODUÇÂO: A família Polygonaceae é a única da ordem Polygonales e apre-senta aproximadamente 800 espécies, de distribuição cosmopolita, ocorren-do principalmente no hemisfério norte e em menor número nos trópicos e sub trópicos. A espécie Polygonum hydropiperoides Michaux é comum nas américas tendo como habitat os lugares Úmidos, situados às margens dos pântanos, ri os e lagoas(l). Na medicina popular, as folhas são comumente utilizadas co mo anti-hemorroidal, nas formas de pomada, comprimidos, supositórios, ba= nhos ou clísteres(2,3). Para as outras espécies do mesmo gênero, também co nhecidas como erva de bicho(P. aviculare L.;P. punctatum E.;P. eersicarioT des HBK), foram encontrados flavonoides, tanTnos, ác. gálico-e oleo volá-til(4). Este trabalho tem como objetivos a determinação da atividade anti-inflamatória do extrato total hidroetanólico das folhas de Polygonum ~­dropiperoiª-es, a detecção dos efeitos tóxidos, bem como a avaliação quími-ca deste extrato. MATERIAL E MeTODOS: l)MATERIAL VEGETAL: As folhas foram coletadas em Viamão-RS, no mês de ou-tubro de 1988. As folhas secas à temperatura ambiente e após reduzidas à pó fino em moinho. 2)PREPARAÇÂO DO EXTRATO: O pó das folhas foi turbolizado em etanol 90% por 45 min .• Os extratos foram evaporados à seco, sob vácuo, à temperatura in-ferior à 60°C; o extrato mole resultante foi liofilizado. 3)AVALIAÇÂO QUÍMICA: Para identificação dos constituintes químicos foram ~ tilizados teste preconizados por MATOS(S). 4)AVALIAÇÂO BIOLCGICA: A)Toxicidade aguda: este teste foi realizado utilizando camundongos albi-nos Swiss, machos, pesando entre 30 e 40g, divididos em 4 grupos. O lO gr~ po(n=4) recebeu o extrato total, dissolvido em solução salina à 0,9%, na dose de 1500mg/kg, via intraperitonial; o 20 grupo(n=4) recebeu igualmente o extrato na dose lOOOmg/kg; o )Q grupo(n=8) recebeu 250mg/kg, via oral, e o grupo(n=ll), controle, recebeu solução salina em volume proporcional ao peso dos animais. Os animais foram observados durante 48 horas. B)Toxicidade sub-aguda: este teste foi realizado utilizando-se 18 ratos , adultos, Wistar, pesando entre 160 e 200g divididos em 2 grupos. O lO gru po recebeu o extrato total dissolvido em solução salina na dose de 350mg, kg, via oral; o 20 grupo, controle, recebeu solução salina em volume pro porcional ao peso dos animais. Os animais receberam diariamente, durante 4 semanas, o extrato na dose indicada. Os animais foram mantidos em condi-çÕes adequadas e observados durante o período de tratamento, em relação a mudanças de comportamento, ganho de peso, bem como aspectos gerais físicos e fisiológicos. Decorridos as 4 semanas, os ratos foram sacrificados e su~ metidos a um exame anatomopatológico dos rins, baço, estõmago e fígado. · C)Avaliação da atividade antiedematogênica: a metodologia descrita por WI~ TER e colaboradores(6), emprega carragenina para indução de edema de pata de rato. Foram utilizados ratos Wistar, adultos, pesando entre 180 e 230g, machos. Os animais foram previamente anestesiados, por via intraperitonia com Nembutal dissolvido em solução salina na dose de 40mg/kg. Uma hora a Cad. Farm., 7 (Supl.), 1991. J.31 pós a administração do extrato, dissolvido em solução salina.Induziu-se o ~dema na parte plantar das patas posteriores direitas dos ratos, através ~a injeção de 0,1ml de solução salina de carragenina à 6,0mg/ml.O controle ~o edema foi efetuado nas patas posteriores esquerdas pela injeção de 0,1 ~1 de solução salina.Paralelamente foram ensaidos animais controle utili -zando volume de veículos proporcionais ao peso.Os volumes foram medidos ~os tempos inicial, uma, duas e quatro horas após a injeção do agente flo-~ístico, utilizando-se pletismógrafo modificado de WINDER, WAX e BEEN(7) .O líquido utilizado para aferição dos volumes deslocados pela introdução das ~atas, foi solução de lauril sulfato de sódio de 0,05%(m/v) em água:etanol (95:5 v/v). p)tleo isolado de cobaia: a cobaia foi sacrificada por deslocamento cervi-~al, o íleo foi retirado, lavado e mantido em líquido de Tyrode.Um segmen-~o de 2,5 em de íleo foi suspenso em cuba de órgão isolado (10ml) à 36°C • Foram obtidas curvas de dose-efeito simples de histamina(0,01;0,02;0,04ug/ ~l)e na presença do extrato total de Polygonum hydropiperoides(100ug/ml) incubado por 5 minutos antes de cada dose do antagonista. ~ESULTADOS E DISCUSSÂO: Na análise do extrato total hidroetanólico, foi de ~ectada a presença de flavonóides, taninos e saponinas. No teste de toxici ~ade aguda, via intraperitonial, 50% dos animais que receberam 1500 mg/kg do extrato total morreram; a dose de 100mg/kg provocou uma letalidade de 25% dos animais. A dose de 250mg/kg, via oral, não apresentou toxicidade a guda. Em vista destes resultados, foi avaliada a toxicidade sub-aguda, na dose de 250mg/kg, via oral. Não foram observadas mudanças significativas de comportamento, peso e fisiológicas; no exame anatomo-patológico, não fo raro verificadas aslterações nos rins, baço, estõmago e fígado. Em ensaios preliminares para a avaliação da atividade antiedematogênica do extrato to ~al, foi utilizada a via intraperitonial nas doses de 250mg/kg e 500mg/kg~ as quais mostraram,-uma atividade muito acentuada. Em vista destes resulta-dos, e considerando o uso na medicina popular, partiu-se para a avaliação do extrato por via oral •. O qual apresentou inibição média do edema em 52,03%(tabela 1). Na avaliação do efeito do extrato de Polygonum hydropipe roides (100ug/ml) frente ~ histamina sobre o íleo de cobaia, observou - se uma inibição média de 42,28% nas contrações da musculatura lisa, o que su-gere uma atividade antagonista deste extrato, confirmando o maior percent~ al de inibição do edema na primeira hora(tabela 1), onde a liberação da histamina é mais pronunciada. Tabela 1: Avaliação da atividade antiedematogênica de Polygonum hydropipe-roides Michaux Tratamento Via de Dose Inibiçao% administração (mg /kg) 1h 2h 9h Extrato total v.o. 250 57,21**** 55,64**** 43,24*** hidroe+-.anólico Indometacina i.p. 10 69,04**** 60,95**** 65,10**** Significancia estat1stica(teste "t" - Student) ,em relaçao ao controle : *p ( O,OS;**p( 0,02;***p< 0,01;****p ( 0,001. J.32 Cad. Farm., 7 (Supl.), 1991. CONCLUSÂO: O extrato total de Polygonum hydropiperoides Michaux, que con -tém flavonóides, taninos e saponinas, não apresentou toxicidade aguda (250 mg/kg) e subaguda (350mg/kg), sendo que na dose de 250mg/kg, via oral, a -presentou um percintual de inibição média do edema igual a 52,03%. No en -saio "in vitro", apresentou uma inibição média de 42,28% nas contraç6es da musculatura intestinal. REFERENCIAS BIBLIOGRÂFICAS: 1. PILZ,A.B.F. e PEREIRA,A.B. (1987) Pesquisa,série botãnica ~,47-71. 2. CRUZ,G.L. Dicionário das Plantas úteis do Brasil. (1982) ,599pp. 3. SIM0ES, C.M.O.iMENTZ, L.A.;SCHENKEL, E.P.;IRGANG, B.E. e STERMANN, J.R. Plantas da Medicina Popular no Rio Grande do Sul. (1986) ,173pp. 4. HEGNAUER, R. Chemotaxonomie der Pflanzen. (1973) ,v.6. 5. MATOS, F.J.A. Introdução à Fitoguímica Experimental. (1988). 6. WINTER, C.A.;RISLEY, E.A. e NUSS, G.W. Proceeding of the Society for Experimental Biolog•,· and Medicine 111. ( 1962) , 544-4 7. 7. WINDER, C.V.;WAX, J. e BEEN, M.A. Archives Internationales de Pharma-coynamic et de Therapie,112. (1957) ,174-87. 8. BIDET, D.;GAIGNAULT, J.;GIRARD, P. e POITIER, P. L'actualic chimigue • (1987) ,89-97. 9. HAVSTEEN, B. Bioc.Pharmac. 32 (1983) ,1141-1148. (CNPq) 

Estudo farmacológico do extrato total de Polygonum hydropiperoides Michaux

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