Vinculação, regulação emocional e níveis de burnout em estudantes universitários

Abstract

A presente investigação teve como objetivo explorar a associação entre estilos de vinculação (ansiosa e evitante) e burnout (pessoal, académico, e total), e explorar o papel mediador das estratégias de regulação emocional (supressão, ruminação, comunicação de emoções, e colocar em perspetiva) nesta associação. Participaram 205 universitários em regime diurno, sem o estatuto trabalhador-estudante e com idades compreendidas entre os 18 e 38 anos (M= 21.72 e DP= 3.00) A vinculação, a regulação emocional e o burnout foram avaliados com instrumentos de autorrelato através de um inquérito online. Vários modelos de mediação múltipla foram testados com recurso à macro PROCESS.. Os resultados mostraram uma associação positiva tanto da vinculação ansiosa como da vinculação evitante com os níveis de burnout pessoal, burnout relacionados com a faculdade e burnout total. Além disso, confirmou-se o papel mediador de algumas estratégias de regulação emocional nestas associações. Em específico, a vinculação ansiosa associou-se a maior uso da ruminação e da supressão, que por sua vez contribuíram para maiores níveis de burnout (pessoal e académico, respetivamente); já a vinculação evitante associou-se a menor uso do colocar em perspetiva e a maior uso da supressão que, por sua vez, contribuíram para maiores níveis de burnout (pessoal e académico, respetivamente). Os resultados sugerem que os estudantes com um estilo de vinculação inseguro estão em maior risco de experienciarem burnout e uma das explicações está relacionada com o recurso a estratégias de regulação emocional menos adaptativas. Em termos práticos, salienta-se a importância de oferecer a estes estudantes intervenções que promovam o uso de estratégias de regulação emocional mais adaptativas de forma a reduzir os níveis de burnout experienciados

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