O campo da literatura contemporânea vem se desenhando, nas últimas décadas, cada vez mais como expandido (KRAUSS, 1985), inespecífico (GARRAMUÑO, 2014) ou pós-autônomo (LUDMER, 2010), num movimento em que o literário flerta com outras mídias e outros sistemas culturais para tornar-se múltiplo. Nesse processo, assistimos à proliferação de formas artísticas híbridas, especialmente no âmbito da poesia, que vai ganhando novos modos de significar a palavra quando falada, cantada, performada, diagramada, compartilhada, programada, grafitada... Assim, do poema impresso em página de livro, eclodem novas formas líricas no slam, no videoclipe, no hipertexto, em poemas visuais, na arte urbana e em tantos outros regimes de sentidos que as novas mídias propiciam