Canuto, Raquel

Lima, Jennyffer

Oliveira, Juliana Souza

Portuguese

Lume 5.8

NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA Ambiente alimentar comunitário de Recife: desigualdades socioeconômicas e demográficas Jermyffer Lima1; Juliana Souza Oliveira1; Raquel Canuto2. 1. Universidade Federal de Pemambuco, Recife - PE -Brasil; 2. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre -RS - Brasil. INTRODUÇÃO O Ambiente Alimentar (AA) comunitário repercute na escolha e aquisição dos alimentos e, consequentemente, na saúde dos indivíduos. Embora existam estudos sobre AA cormmitá1io das cidades do sudeste brasileiro, no Nordeste ainda é pouco conhecido, sobretudo relacionado à sua relação com desigualdades sociais. Assim. objetivou-se descrever o AA comunitá1io e sua associação com as condições socioeconômicas e demográficas dos setores censitários de Recife. MÉTODOS Estudo ecológico com dados dos setores censitá1ios mbanos de Recife. O ambiente social foi descrito por variáveis obtidas no último Censo (renda, n(unero de domicílios, população, alfabetização, raça e disponibilidade de serviços essenciais - fornecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo), compilados no Índice de Vulnerabilidade em Saúde (IVS), categmizado em baixo, médio e alto risco. O AA comunitário foi caracterizado por dados sobre os estabelecimentos alimentares, classificados como: estabelecimentos que comercializam predominantemente alimentos in natma ou minimamente processados; estabelecimentos que comercializam predominantemente alimentos ultraprocessados; estabelecimentos mistos; e supennercados e hipennercados. Os softwares QGIS e o SPSS foram utilizados. A aprovação do Comitê de Ética foi dispensada pois trata-se de domínio público. RESULTADOS Do total de 20.199 estabelecimentos alimentares identificados, a maioria é do tipo ultraprocessados (77,3%, n=l5.607), seguida dos mistos (14,6%, n=2.952), in natura ou minimamente processados (7,4%, n=1.488), e supermercados e hipennercados (0,75%, n=l52). Em relação às condições socioeconômicas e demográficas dos setores censitários estudados (n=1.828), 34% (n=623); 35,3% (n=645) e 30,6% (n=560) apresentaram, respectivamente, baixo, médio e alto IVS. Verificou uma associação significativa indireta entre a frequência dos estabelecimentos alimentares e o IVS, de modo que os estabelecimentos são menos frequentes em áreas de IVS alto (maior vulnerabilidade em saúde), exceto para os hipennercados e supennercados que são mais prevalentes nas áreas de maior IVS. rasll ran R. Assoe. bras. Nutr. 2022; 13 (2): 1205-1914~ •i::C:C~·I(!)Iiill•• ISSN 2357·7894 ~ :f REVISTA 0AA5SOCIAÇÃO IR A.SILEIRA OE NUTA~ÃO 1253 CONCLUSÃO O AA cormmitá1io de Recife possui majoritariamente estabelecimentos alimentares do tipo ultraprocessados e as áreas de maior vulnerabilidade possuem menor acesso a estabelecimentos em geral, exceto super e hipermercados, demonstrando desigualdades sociais que podem limitar o acesso aos alimentos saudáveis e repercutir negativamente na alimentação e saúde da população agravando as desigualdades sociais em saúde. Palavras-chave: Ambiente Alimentar !Desigualdades Sociais I Sistemas Alimentares rasll ran R. Assoe. bras. Nutr. 2022; 13 (2): 1205-1914~ 11~C=C~·•(!)mi••• ISSN 2357·7894 ~ :f REVISTA 0AA5SOCIAÇÃO IRA.SILEIRA OE NUTA~ÃO 1254 

Ambiente alimentar comunitário de Recife : desigualdades socioeconômicas e demográficas

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