FLAD – Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento
Abstract
Imigrantes e lusodescendentes nos EUA no século xxi é um estudo que surge da vontade
da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) de conhecer o perfil
demográfico e socioeconómico atual da comunidade luso-americana nos Estados Unidos.
Esta investigação, cujo resultado agora se publica, compreende os anos entre 2006 e 2020,
estudados em três períodos de cinco anos.
A relação da FLAD com os Estados Unidos, e de modo particular com a diáspora
portuguesa, está presente em toda a nossa atividade e decorre naturalmente da nossa
existência.
Queremos, por isso, continuar a trabalhar com a comunidade no fortalecimento da relação
entre os nossos dois países e no aumento da sua representação nos Estados Unidos. Tal
implica, desde logo, uma proximidade entre pessoas, para aprofundar os laços que temos
criado ao longo dos anos. Mas o modo como países e instituições, entre as quais a FLAD, se
relacionam com a comunidade – e o modo como os membros dessa comunidade se relacionam
entre si – depende não apenas da proximidade, mas do conhecimento que temos desse grupo
como um todo e das especificidades que nele se encontram.
Este estudo enquadra-se, assim, na missão da FLAD de promover iniciativas que
fortaleçam a comunidade luso-americana, incentivando o movimento associativo, a formação e
a participação cívica e a sua representação política. Isto é crucial para a comunidade fazer ouvir
a sua voz nos Estados Unidos e potenciar a ligação entre os dois países.
Afirmamos com frequência que existe hoje uma comunidade portuguesa nos Estados
Unidos com um novo perfil, mais qualificada. Afirmamos também a importância da língua e
como ela está muito presente nas novas gerações. Mas tal não estava, até agora, devidamente
documentado com dados que não se cingissem apenas aos primeiros anos do século xxi.
Com este estudo, abrem-se portas para o conhecimento cada vez mais profundo desta
população, maioritariamente constituída por lusodescendentes, falantes ou não da língua
portuguesa, e, ainda que em menor medida, por imigrantes portugueses, com ou sem cidadania
americana. Fica assim documentada a sua maior dispersão geográfica, a mais elevada
qualificação dos lusodescendentes falantes de português, os setores de atividades em que se
ocupam, o acesso que têm à saúde, as condições em que vivem, entre outros indicadores.
Não podemos agir para e com a comunidade sem sabermos quantos são os seus
membros, quem são, em que condições vivem e em que estados e cidades os encontramos.
Este relatório é produto do trabalho de seis investigadores, sob a coordenação de Alda
Botelho Azevedo, a quem a FLAD agradece o entusiasmo demonstrado desde o primeiro dia,
bem como a dedicação com que desenvolveram o trabalho até à data da sua publicação.
Estou certa de que o relatório será um instrumento de trabalho de grande utilidade nos
dois lados do Atlântico.info:eu-repo/semantics/publishedVersio