Reflecting on Our Time“Stop to think about, stop to look around, stop to listen to the other, think carefully, look carefully, and listen carefully; stop to feel the other, feel carefully; dwelling on details, stop hearing your opinion, stop judging, stop your willing, stop with automatic actions, because you need to improve attention and tenderness, open your eyes and ears, talk about what happens to us, learn with no hurry, listen to the others, cultivate the art of getting together, be very quiet, be patient and give yourself some time and space (Jorge LARROSA, 2002, p.24. Our tradution)

Carniatto, Irene

Silva, Harrysson Luiz da

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Projeto SABER

  IJERRS - ISSN 2675 3456 - V.3, N.1, 2021    p. 5 CLIMATE EMERGENCY: THE CHALLENGES OF FEELING, BEING, THINKING AND LIVING TOGETHER ON THIS TRAVEL ON PLANET EARTH  EMERGÊNCIA CLIMÁTICA: OS DESAFIOS DE SENTIR, ESTAR, PENSAR E VIVER JUNTOS NESTE PERCURSO NO PLANETA TERRA  Editorial   Irene CARNIATTO1  http://orcid.org/0000-0003-1140-6260 Harrysson  Luiz da Silva2 https://orcid.org/0000-0002-3421-1143   Refletindo sobre nosso tempo  “Parar para pensar, parar para olhar, parar para escutar, pensar mais devagar, olhar mais devagar, e escutar mais devagar; parar para sentir, sentir mais devagar; demorar-se nos detalhes, suspender a opinião, suspender o juízo, suspender a vontade, suspender o automatismo da ação, cultivar a atenção e a delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender a lentidão, escutar aos outros, cultivar a arte do encontro, calar muito, ter paciência e dar-se tempo e o espaço (LARROSA, 2002, p.24).   A citação de Larossa3 utilizada na publicação “Notas sobre a experiência e o saber da experiência”, e também em cartas aos professores em “A FORMAÇÃO DO                                             1 Professora Dra. do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural Sustentável da Universidade Estadual do Oeste do Paraná; Coordenadora da Rede Internacional de Pesquisa Resiliência Climática – RIPEDRC, Cascavel, Paraná, Brasil. irenecarniatto@gmail.com   2 Professor Pós-Doutor do Programa do Mestrado Profissional em Desastres Naturais do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina; Participantes da Rede Internacional de Pesquisa Resiliência Climática – RIPEDRC Florianópolis, Brasil. harrysson@uol.com.br 3 Professor de Filosofia da Educação na Universidade de Barcelona. Licenciado em Pedagogia e em Filosofia, doutor em Pedagogia, realizou estudos de pós-doutorado no Instituto de Educação da Universidade de Londres e no Centro Michel Foucault da Sorbonne, em Paris. LARROSA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Rio de Janeiro: Revista Brasileira de Educação, nº 19, p. 20-28, 2002.   IJERRS - ISSN 2675 3456 - V.3, N.1, 2021    p. 6 SUJEITO PROFESSOR - Investigação Narrativa em Ciências/Biologia”4 inspira a reflexão sobre a existência nesse momento de pandemia e emergência climática5.  A pandemia tornou possível a oportunidade de paramos e refletirmos, não só sobre nossos estilos de vida, mas também acerca dos nossos relacionamentos familiares, locais, regionais e globais, e a consequente busca de soluções, muitas delas já existentes e esquecidas no âmbito da cultura, no contexto do desenvolvimento histórico. A Emergência Climática é um “estado” que foi instalado como “alerta” para possíveis desastres, que já estão em curso, e que poderão atingir o “ponto de não retorno”6. Figura 2: Rompendo os limites planetários.   1. Concentração de CO2 na atmosfera (mudanças climáticas),  2. Perda da biodiversidade 3. Poluição por nitrogênio (uso de fertilizantes)  4. Escassez água doce 5. Ciclo do fósforo 6. Perda uso do solo 7. Acidificação dos oceanos 8. Depleção da camada de ozônio 9. Poluição por aerossóis 10. Poluição química                                             4 CARNIATTO, Irene. A FORMAÇÃO DO SUJEITO PROFESSOR - Investigação Narrativa em Ciências/Biologia. Cascavel: Edunioeste, 2002, p.5. 5 AUGUSTO, Felipe. Emergência Climática: palavra do ano e compromisso do Greenpeace. 17 de dezembro de 2019. Disponível:https://www.greenpeace.org/brasil/blog/emergencia-climatica-palavra-do-ano-e-compromisso-do-greenpeace/. Acesso em 18/06/2021. 6 MSN Notícias. Ponto de não retorno para aquecimento irreversível pode ter sido superado. AFP 15 de junho 2021. Disponível em: https://www.msn.com/pt-br/noticias/meio-ambiente/ponto-de-não-retorno-para-aquecimento-irreversível-pode-ter-sido-superado/ar-AAL419H?ocid=msedgdhp&pc=U531   IJERRS - ISSN 2675 3456 - V.3, N.1, 2021    p. 7 Fonte: Rockström et al. Nature, v. 461, 24 set. 2009, p. 472 A capacidade de suporte do planeta, também apresentada por alguns como o ponto de não retorno (tipping points), se caracteriza como os níveis em que os elementos do sistema terrestre, que se caracterizam por um comportamento de equilíbrio instável, podem desencadear fenômenos em cadeia e de retroalimentação. Numerosos pesquisadores já o tem ilustrado como a um castelo de cartas, cujo movimento abrupto pode significar que, a partir de certos níveis esses elementos podem desencadear em movimentos em cadeias, que gerem processos retroalimentados que poderão desencadear inúmeros desastres, ainda que todos os efeitos antropogênicos cessarem imediatamente.  A pandemia nos permitiu experienciar que um efeito adverso, como da Covid-19, obrigou o planeta parar.  Mostrou que esses fenômenos podem ser desastres catastróficos que alcançam a todos, de todas as classes sociais, atingindo todas as áreas, como a educação, a saúde, a política, a cultura e a economia. Mas que a população vulnerável, idosos, doentes, crianças, portadores de necessidades especiais, pobres e moradores em situação de rua, podem ser os mais atingidos.  Assim, o alerta está posto para o desenvolvimento de medidas de “resposta e de reconstrução7”, decorrentes da ausência de ações no âmbito do enfrentamento de “prevenção, preparação e mitigação” aos desastres8. Entende-se que o ponto de não retorno para um aquecimento irreversível pode ter sido superado, advertiu nesta terça-feira o cientista alemão Markus Rex, que comandou a maior expedição enviada ao Ártico. Após o retorno da missão internacional onde passou oito meses, ele apresentou sua avaliação em entrevista em Berlim, ao lado da ministra da Educação e Pesquisa, Anja Karliczek (IstoéDinheiro, 2021).                                             7 Etapas finais do ciclo de proteção e defesa civil. 8 Etapas iniciais do processo de proteção e defesa civil.   IJERRS - ISSN 2675 3456 - V.3, N.1, 2021    p. 8 “Apenas o estudo dos próximos anos nos permitirá saber se ainda podemos salvar a camada de gelo do Ártico, presente o ano todo graças a uma proteção do clima, ou se já atravessamos o ponto de não retorno”,  “O desaparecimento do gelo de verão Ártico é uma das primeiras minas neste campo minado, um dos primeiros pontos de não retorno a que chegamos quando vamos longe demais no aquecimento” (global).  “Podemos nos perguntar se já não estamos caminhando sobre esta mina e ativamos o início da explosão”, (Markus Rex, IstoéDinheiro, 2021).9 Figura1: Dark image of big cargo ship in strong storm. Imagem escura de grande navio de carga em forte tempestade.  FONTE: Por Nightman1965. ID da foto stock livre de direitos: 196096832.10                                              9 IstoÉDinheiro. SUSTENTABILIDADE: Ponto de não retorno para aquecimento irreversível pode ter sido superado. https://www.istoedinheiro.com.br/ponto-de-nao-retorno-para-aquecimento-irreversivel-pode-ter-sido-superado/ 10 Shutterstock, Inc. Imagens free. Disponível em:  https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/dark-image-big-cargo-ship-strong-196096832. Imagens free.   IJERRS - ISSN 2675 3456 - V.3, N.1, 2021    p. 9 A figura deste imponente navio cruzando o oceano, pode ser tomada como ilustração de como vai, para onde e que pretendemos encontrar pelo caminho, em nossa trajetória planetária? E, sempre lembrarmos de que estamos todos no mesmo barco. Para Meira11 “na piscina podemos pescar muitos problemas, mas as emergências climáticas são um problema estrutural da piscina", e se a estrutura da piscina se rompe, talvez não possamos ter vida humana para contar suas consequências.  Assim, devemos agir para informar a todos as pessoas, e fazê-las compreender que é necessária uma mudança em suas vidas, para que o ambiente seja parte de cada um, numa perspectiva solidária, de cooperação e convivência com alegria, amor e gratidão pela vida.  Esse é o desafio que a Rede Internacional de Pesquisa e Resiliência Climática – RIPEDRC se propõe a desenvolver através das pesquisas e projetos realizados por seus participantes, que se encontram em 13 países, e, em 11 estados brasileiros: uma nova perspectiva para a população mundial. O canal de comunicação das pesquisas da RIPERDC com a sociedade é através do International Journal of Environmental Resilience Research and Science – IJERRS12, que nessa edição vem trazer as seguintes contribuições, algumas conceituais, didáticas, pedagógicas e outras mais funcionais: Em “O Tempo Para Repensar É Agora: Considerações sobre a Pandemia do Coronavírus (Covid-19) são realizadas considerações sobre a preocupação com o momento presente em relação a pandemia, dentre as quais, o enfrentamento  relativo a “ Estrutura Conceitual Básica de Cadeia de Suprimento Humanitária”                                             11 Professor Doutor da Universidade da Galícia, Espanha e membro do IPCC da ONU. Comunicação Pessoal na Disciplina Optativa Tópicos II - PGAD/ Unesp –Tupã, junho 2021.  12 International Journal of Environmental Resilience Research and Science – IJERRS. http://e-revista.unioeste.br/index.php/ijerrs/index    IJERRS - ISSN 2675 3456 - V.3, N.1, 2021    p. 10 que deveria  se constituir numa ação permanente de prevenção e de resiliência, frente aos eventos extremos e não somente nos momentos de gestão dos desastres. A discussão entre a “Classificação Climática para o Sul do Brasil” e as “Políticas Públicas Locais para Adaptação às Mudanças Climáticas” vem reforçar a necessidade de que gestores públicos das diferentes escalas espaciais (municipais, estaduais, regionais, nacionais e internacionais) estabeleçam o diálogo o necessário entre ciência e poder no âmbito da gestão pública.  Concomitantemente, muitas soluções eficientes (custo), eficazes (tempo curto de aplicação) e efetivas (promotoras de mudanças de modo permanente)  são apresentadas para diferentes contextos de aplicações tecnológicas, de pesquisas e de indicações para saúde, as seguintes pesquisas: “As Vantagens do Sistema Solar Tracker”, “a Previsão da Produtividade do Café com Base em Dados Agroclimáticos”, bem como, os perigos sobre ds “Intoxicações Exógenas por Agrotóxicos”.  Buscando compreender os processos educativos e suas relações em contextos diversos: a “Educação Ambiental e Resiliência Climática” se apresenta como alternativa para mudança dos cenários futuros; a “Crise da Água numa Escola do Campo, aponta a necessidade de integração da escola no contexto das mudanças climáticas, e sua estreita relação com a “Questão Hídrica como Desafio Contemporâneo”. As discussões bastante desenvolvidas, mas pouco operacionalizadas acerca da “Educação Ambiental como Direito Humano”, e, dos Direitos Fundamentais do Jovem Aprendiz e Políticas para a Juventude, demonstram o quanto ainda se tem que avançar em termos de mudanças de “mindset”. Por outro lado, para diferentes públicos-alvo há necessidade de avançar em propostas mais lúdicas e próximas de suas realidades, traduzindo conhecimentos científicos em “Manual de   IJERRS - ISSN 2675 3456 - V.3, N.1, 2021    p. 11 Dicas Sustentáveis de Educação e Percepção Ambiental”.  As contribuições dos autores trazem um conjunto de discussões e resultados de pesquisas, em diferentes contextos e públicos-alvo, regatando e reforçando o papel do ensino, da pesquisa e da extensão universitária no contexto da pandemia da COVID-19 e a necessidade de que é possível mudar, e que não percamos de perspectiva a emergência climática, como “estado de alerta” e de empoderamento dos atores sociais. O Tempo é Hoje!! As pesquisas têm mostrado que estamos rompendo com os pontos de equilíbrio de todos sistemas e processos, que comprometerão a inviabilização da vida nos moldes que conhecemos no planeta terra. Somos chamados a criar novos modelos de vidas, novas histórias e novas narrativas. Lo que importa es que las vidas no sirven como modelos. Sólo las historias sirven. Sólo podemos vivir en las historias que hemos leído u oído. Vivimos nuestras propias vidas a través de textos. Pueden ser textos leídos, cantados, experimentados electrónicamente (...). Cualquiera que sea su forma o su medio, esas historias nos han formado a todos nosotros; y son las que debemos usar para fabricar nuevas ficciones, nuevas narrativas. (Heilbrun apud Larossa, 1995: 11)13 Todos somos responsáveis, em nossas ações cotidiana, em casa, em nosso trabalho, nas universidades e, em nossas vidas, e, em nossos negócios. Sejamos a mudança que queremos no Planeta!!                                             13 CARNIATTO, Irene. A FORMAÇÃO DO SUJEITO PROFESSOR - Investigação Narrativa em Ciências/Biologia. Cascavel: Edunioeste, 2002, p.10.  

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