FATORES DE RISCO PARA DEISCÊNCIA DA ANASTOMOSE NA RESSECÇÃO ANTERIOR DO RETO: NOSSA EXPERIÊNCIA

Abstract

Introduction: Anastomotic leakage is a complication of anterior rectum resection, with an incidence up to 20%. Although there ́s no consensus about risk factors for anastomotic leakage, they can be divided into patient/disease/ surgery related. We analyze risk factors in our experience for colorectal anastomosis leakage. Material and Methods: Retrospective review of 105 patients with rectal cancer submitted to anterior rectum resection in the General Surgery Department of a terciaty referral center from 1/1/2018 to 31/12/2019. Statistical analysis was performed using the SPSS, version 25.0. Results: We found an anastomotic leakage incidence of 10.5%. A statistically significant association between anastomotic leakage and previous abdominal surgery and usage of intraabdominal drain was seen, and a tendency to statically significance with intraoperatively red blood cells transfusion. We didn ́t found association with age, sex, cardiovascular risk factors, use of NSAIDs, corticoids, radio chemotherapy, open or laparoscopic surgery, surgeon experience, rectum tumor location and time of surgery. Discussion: Risk factors for anastomotic leakage vary between different studies but it is consensual that it has a multifactorial cause. As there are preoperative factors that increase the risk of anastomotic leakage, an extensive study of the patient previous to the surgery is mandatory in order to minimize the complications. Unlike current literature, we didn’t find any risk factors related to the surgery and the surgeon, and only one risk factor related to the patient (previous abdominal surgery). The association between anastomotic leak and use of pelvic drain is difficult to explain and needs additional studies. Conclusion: In our experience previous abdominal surgery is the only risk factor for anastomotic leakage development in anterior rectum resection for rectal cancerIntrodução: A fístula anastomótica é uma complicação da ressecção anterior do reto, com incidência de até 20%. Embora não haja consenso sobre os fatores de risco para a deiscência da anastomose, estes podem estar relacionados com o doente, com a doença, ou com a cirurgia. Analisámos os fatores de risco para a deiscência da anastomose colorretal na nossa série. Material e Métodos: Realizámos uma revisão retrospetiva de 105 doentes com cancro retal submetidos a ressecção anterior do reto no Departamento de Cirurgia Geral de um centro terciário de referência no período de 01/01/2018 a 31/12/2019. A análise estatística foi realizada com recurso ao programa SPSS, versão 25.0. Resultados: Encontramos uma incidência de deiscência da anastomose de 10,5%. Observou-se associação estatisticamente significativa entre deiscência da anastomose e antecedentes de cirurgia abdominal e a necessidade de colocação de dreno intra-abdominal, observámos uma associação sem significância estatística com a transfusão intraoperatória de eritrócitos. Não encontramos associação com a idade, sexo, fatores de risco cardiovascular, uso de AINEs, corticóides, radioquimioterapia, cirurgia aberta ou laparoscópica, experiência do cirurgião, localização do tumor de reto e a duração da cirurgia. Discussão: Os fatores de risco para fístula anastomótica variam entre os diferentes estudos, mas é consensual que tem uma causa multifatorial. Como existem fatores pré-operatórios que claramente aumentam o risco de deiscência da anastomose, é mandatório o estudo das morbilidades do doente antes da cirurgia, a fim de as mitigar e minimizar as complicações. Ao contrário da literatura, não encontramos nenhum fator de risco relacionado com a técnica cirúrgica e com o cirurgião, apenas a história de cirurgia abdominal prévia revelou uma associação estatisticamente significativa. A associação entre a deiscência da anastomose e uso de dreno pélvico é difícil de explicar e necessita, por esse motivo de estudos adicionais. Conclusão: Na nossa série, a cirurgia abdominal prévia foi o único fator de risco para o desenvolvimento de deiscência da anastomose na ressecção anterior do reto por cancro do reto

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