Dunas continentais do Brasil como geocronômetros das variações paleoclimáticas

Abstract

Dunas continentais são feições de importância primordial para o estudo das oscilações climáticas ocorridas ao longo do Quaternário. No Brasil, esses depósitos aparecem em distintos contextos espaciais e refletem as suas condições paleoambientais e paleoclimáticas formadoras. O presente trabalho propõe-se a apresentar uma síntese da literatura acerca do tema no transcurso dos últimos 30 anos, integrando as informações geocronológicas e ambientais a respeito das dunas continentais existentes no território brasileiro. Os dados analisados de datações por LOE e TL apontam para a ocorrência de deposições eólicas desde o Pleistoceno Superior (57±6.5 Ka anos AP) até o presente (0.165±0.025 Ka anos AP) com alternância entre momentos de menor e maior atividade. Dunas parabólicas, lençóis de areia e bacias de deflação (blowouts) são predominantes nas áreas estudadas. Mecanismos cíclicos e anômalos parecem ter sido responsáveis pela instalação de fases mais secas que levaram a maior oferta de sedimentos e a consequente formação dos depósitos dunares. A boa resolução dos dados cronológicos sugere ainda que as dunas funcionam como importantes geoarquivos para o estudo de mudanças ambientais com intervalos de médio a curto prazo de recorrência. Palavras-chave: Geomorfológica climática; paleoclimatologia; dunas interiores

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