Financeirização: origens e desdobramentos de uma racionalidade perversa

Abstract

Nas últimas duas décadas, parece ter entrado de vez nos estudos acadêmicos econômicos o tema da financeirização. De fato, é um assunto contemporâneo, e que tem ganho cada vez mais adeptos mas, pelo que indicam os principais trabalhos, suas origens remontam a meados dos anos de 1970, onde a Crise do Fordismo, juntamente com paradigmas específicos daquele período, construíram o arcabouço perfeito para que o reinado das finanças emanasse com força no capitalismo dos países centrais. Não obstante todos os avanços da Era de Ouro do Capitalismo do pós Segunda Guerra Mundial, em termos de crescimento econômico consistente e ganhos de bem-estar social, venceram a batalha as teorias neoliberais baseadas na extrema liquidez e rentabilidade por meio de ativos financeiros, em detrimento do investimento direto em ativos produtivos. Assim, neste cenário instável e contraproducente, o mundo se encontra imerso até os dias atuais. Desta forma, este trabalho se propõe a apresentar as principais definições de financeirização, de acordo com alguns dos mais notáveis e recentes textos sobre o assunto, explicando suas principais características, formação e dinâmica, e como seus efeitos danosos já podem ser evidenciados nas economias de muitos países. Para melhor entendimento do fenômeno há, de início, uma exposição de como as teorias das Finanças evoluíram ao longo do tempo até serem intensamente “absorvidas” pela Ciência Econômica no início do século XX, onde terminaram anexadas ao arcabouço teórico da Economia e implantadas no capitalismo moderno pelas décadas seguintes, influenciando no cálculo do capitalista e em suas tomadas de decisão

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