“E que a história que me ensinaram, eu posso viver ela de outra forma”: uma pesquisa sobre a educação física escolar e a mediação pedagógica na perspectiva da educação libertadora de Paulo Freire

Abstract

Esta pesquisa teve como objetivo investigar como a mediação pedagógica é inscrita nas práticas educativas de professoras e professores de Educação Física escolar que percebem na educação libertadora de Paulo Freire conhecimentos potentes ao enfrentamento da opressão. Nesse sentido, os primeiros movimentos de pesquisa foram mostrando que a produção de conhecimentos sobre o pensamento pedagógico na Educação Física escolar vem apresentando uma compreensão sobre o ensino como sinônimo de “intervenção”. Ao discutir e interpretar que essa representação remeteria à contradição opressores-oprimidos que vivemos em nossa formação cultural opressora, busco reposicionar a discussão pela educação libertadora de Paulo Freire considerando a necessidade de que a libertação assuma o foco do pensamento pedagógico da Educação Física escolar, sob o risco de continuarmos seguindo a sombra do opressor com um discurso ingenuamente crítico e, nesse sentido, criticamente colonizador. Para deslocar essa compreensão, dialoguei com professores e professoras que orientam suas práticas educativas sob inspiração da educação libertadora de Paulo Freire, construindo o que denominamos de narrativas dialógicas e que compuseram a base empírica para aprofundar o conhecimento sobre o fenômeno em estudo. As análises proporcionaram a interpretação sobre que a educação libertadora de Paulo Freire desafia os professores e as professoras participantes a assumirem a autoria de suas próprias histórias, tendo na pedagogia do oprimido o desafio que os têm exigido o reposicionamento da mediação pedagógica pela práxis libertadora.This research aimed to investigate how pedagogical mediation is inscribed in the educational practices of school physical education teachers who perceive in the liberating education of Paulo Freire powerful knowledge to confront oppression. The first research movements were showing that the production of knowledge about pedagogical thinking in school physical education has been presenting an understanding of teaching as synonymous with “intervention”. In discussing and interpreting that this representation would refer to the oppressive oppressive contradiction that we live in our oppressive cultural formation, I seek to reposition the discussion by the liberating education of Paulo Freire considering the need for liberation to take the focus of the pedagogical thinking of school physical education, under the risk of continuing to follow the shadow of the oppressor with an ingeniously critical and, in this sense, critically colonizing speech. To move this understanding, I dialted with teachers who guide their educational practices under the inspiration of Paulo Freire's liberating education, building what we call dialogic narratives and that composed the empirical basis to deepen the knowledge about the phenomenon under study. The analyzes provided the interpretation that Paulo Freire's liberating education challenges the participating teachers to assume the authorship of their own stories, having in the pedagogy of the oppressed the challenge that required them to reposition pedagogical mediation by the liberating praxis

    Similar works