Estudo retrospectivo dos casos de intoxicações em gatos registrados pelo Centro de Informações Toxicológicas do Rio Grande do Sul entre 2005 e 2017

Abstract

Os casos de intoxicações na clínica de pequenos animais são frequentes, sendo o cão normalmente mais afetado que o gato, porém, em casos de menor gravidade. As toxicoses em felinos têm número expressivo e merecem reconhecimento por parte dos médicos veterinários, principalmente porque esta espécie pode ser mais suscetível que outras por suas particularidades metabólicas e comportamentais. Os agentes tóxicos são potencialmente muito variados, entretanto, os pesticidas e os medicamentos (humanos e veterinários) têm sido os maiores causadores de problemas na saúde desses animais. Principalmente nas intoxicações medicamentosas, devemos ressaltar a importância dos tutores desses animais, pois, muitas vezes os casos ocorrem por administrações de medicamentos com o intuito terapêutico, mas na dosagem incorreta ou até mesmo, utilizando um fármaco não indicado para a espécie felina. Na tentativa de elucidar melhor os casos de intoxicações em gatos, foram levantados os dados coletados por um dos sistemas de informações toxicológicas de referência no Brasil: o Centro de Informações Toxicológicas do Rio Grande do Sul (CIT-RS). O período analisado foi de 2005 a 2017 e, nesses anos, foram registrados um total de 10.122 casos de exposições a agentes tóxicos por espécies animais, sendo 6,75% dos casos em felinos. A principal classe de agentes tóxicos envolvidos foi a dos praguicidas (59%) tendo a permetrina como principal representante com 32,6%, que são empregadas rotineiramente no controle de infestações por ectoparasitas nos animais. Os praguicidas foram seguidos pelos medicamentos, representando 26,6%, e fenólicos, que compreenderam 4%. Dessa forma, este trabalho traz uma análise desses casos e uma revisão bibliográfica dos principais grupos de agentes tóxicos envolvidos, bem como do manejo desse paciente, buscando auxiliar os médicos veterinários a compreenderem melhor a fisiopatologia das intoxicações e a terapêutica dessas toxicoses em gatos.There are frequent cases of poisoning in small animals, dogs being more affected than cats but in less severe situations. There are a significant number of toxicosis cases in cats and they deserve more recognition by veterinarians, mainly because this species may be more vulnerable than others due to their metabolic and behavioural special characteristics. There are potential variable toxic agents, but pesticides and medicines (human and veterinary) have been the greatest cause of problems for the cats’ health. In the case of poisoning by medications, it should be emphasized the importance of the animals’ caregivers; frequently there are cases where medicines were administered with a therapeutic intent by them, but in the incorrect dosage or using a drug which was inappropriate for the feline species. In an attempt to elucidate the cases of poisoning in cats in our region, data has been collected by one of the toxicological research organizations in Brazil, the Toxicological Information Center of Rio Grande do Sul. During 2005 to 2017, a total of 10,122 cases of poisoning in animals were examined and cats represented 6.75% of the recorded cases. The main toxic compound was the pesticides (59%), with permethrin as the main agent with 32,6%, which is routinely employed in controlling infestations by ectoparasites in animals. The pesticides were followed by the drugs, representing 26.6%, and phenolics, which comprised 4%. This work represents an analysis of those cases and a bibliographical review of the principal groups of toxic agents involved, as well as the management of the patients. The aim of this study is to help veterinarians to better understand the pathophysiology of poising and the treatment of the toxicoses in cats

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