Countertransference in the initial care of victims of sexual and urban violence : a qualitative-quantitative research

Abstract

Objetivo: Avaliar a contratransferência dos terapeutas durante o atendimento inicial de pacientes mulheres vítimas de violência sexual e urbana, investigando a influência do gênero do terapeuta e da natureza e momento do trauma. Método: A amostra foi composta por 36 relatos redigidos por médicos residentes de psiquiatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, oriundos do atendimento de 36 pacientes. Este estudo utilizou métodos qualitativos e quantitativos para a análise dos seus dados. Os relatos foram classificados em seis grupos, conforme o gênero do terapeuta e a natureza do trauma. Foi realizada a análise de conteúdo dos relatos. Associou-se uma análise estatística dos dados. Resultados: Houve predomínio de sentimentos de aproximação nos terapeutas de ambos os sexos no atendimento de vítimas de violência sexual. Entre terapeutas mulheres, a natureza do trauma (sexual ou urbano) não influenciou os padrões contratransferenciais (p = 0,7). Entre os terapeutas homens, ao contrário, a natureza do trauma influenciou de forma significativa (p = 0,044) o padrão contratransferencial, havendo um número elevado de sentimentos de distanciamento nos relatos de atendimentos de vítimas de violência urbana. Conclusões: Houve um predomínio de sentimentos de aproximação dos terapeutas de ambos os sexos no atendimento inicial de pacientes vítimas de violência sexual. Foi observado um predomínio de sentimentos de distanciamento nos terapeutas homens que atenderam vítimas de violência urbana. Mais estudos são necessários para uma melhor compreensão das relações terapêuticas nos atendimentos de vítimas de trauma psíquico.OBJECTIVE: To assess therapists' countertransference during initial care of female victims of sexual and urban violence with the aim of investigating influence of therapist's gender, type and moment of trauma. METHODS: The sample comprised 36 reports written by psychiatry residents at Hospital de Clínicas de Porto Alegre based on the care provided to 36 patients. This study used qualitative and quantitative methods of data analysis. Reports were classified into six groups according to therapist's gender and type of trauma. A content analysis and a statistical analysis of the data were performed. RESULTS: Therapists of both genders presented a prevalence of feelings of closeness when providing care to victims of sexual violence. Among female therapists, type of trauma (sexual or urban) did not have an influence on countertransference patterns (p = 0,7). On the other hand, among male therapists, type of trauma had a significant influence (p = 0,044) on countertransference, with a high rate of feelings of distance in reports of care provided to victims of urban violence. CONCLUSIONS: Therapists of both genders presented a prevalence of feelings of closeness when providing initial care to patients victims of sexual violence. Male therapists who provided care to victims of urban violence presented a prevalence of feelings of distance. Further studies are needed for a better understanding of therapeutic relationships in the care of victims of psychic trauma

    Similar works