O impacto do conflito trabalho-família no engagement, um estudo com enfermeiros

Abstract

Dissertação de mestrado em Gestão de Unidades de SaúdeA incompatibilidade entre a esfera do trabalho e da família é uma realidade que assola muitos trabalhadores na atualidade. A difícil articulação destes dois domínios conduz à vivência do fenómeno designado por Conflito Trabalho-Família (CTF). Esta dificuldade de articulação de papéis tem reflexos negativos ao nível do empenho e desempenho profissional podendo interferir com os níveis de engagement dos profissionais, onde se incluem os enfermeiros. Face à escassez de estudos desenvolvidos no grupo profissional de enfermeiros, pretende-se com este estudo avaliar o impacto que o CTF poderá ter nos níveis do engagement dos enfermeiros e identificar as suas principais variáveis. Foram inquiridos 128 enfermeiros a exercer funções no Centro Hospitalar Médio Ave (CHMA) e no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Ave-Famalicão através da aplicação de um questionário online. As questões deste questionário foram formuladas com o objetivo de obter a caracterização sociodemográfica e profissional da amostra. Na avaliação das respostas dos inquiridos foram utilizadas as escalas Survey Work Home Interaction (SWING) e Ultrecht Work Engagement Scale (UWES). Os resultados do estudo revelaram baixos níveis de interação trabalho-família e um moderado nível de engagement. Destaca-se a média mais elevada na interação família-trabalho positiva e o nível mais elevado na dimensão dedicação no referente ao engagement. Concluímos, então, pelos resultados obtidos, que os enfermeiros não apresentam uma relação de conflito entre o trabalho e a família, remetendo para o equilíbrio dos papéis, pelo facto de os valores da interação positiva e negativa percecionada pelos respondentes ao questionário serem baixos. A relevância deste estudo prende-se com as implicações que o CTF poderá trazer para as instituições de saúde e para a necessidade de as hierarquias/organizações/decisores políticos estarem alerta e conscientes para a adequação, promoção e implementação de estratégias de conciliação trabalho família de forma a reduzir o conflito.The unbalance between the spheres of work and family is a reality that afflicts many workers today. The difficult intertwine of these two spheres leads to the worker’s perceptions of Work-Family Conflict (WFC). The struggle in articulating distinct roles has negative effects on the level of workers’ commitment and professional performance, and may interfere with the work engagement of professionals, including nurses. Given the scarcity of studies developed in the professional group of nurses, this study aims to assess the impact that WFC may have on nurses' engagement levels and identify its main variables. We conducted an online survey questionnaire with a total of 128 nurses working at the Hospital Medical Centre of Ave (CHMA) and the Grouping of Health Centres of Ave-Famalicão (ACES). The survey comprised questions on the sociodemographic and professional characterization of the sample, as well as measurement scales drawn from the Survey Work Home Interaction (SWING) and Utrecht Work Engagement Scale (UWES). The study’s results revealed low levels of work-family interaction and a moderate level of work engagement. The results also highlight the highest average in the positive family-work interaction, and in the dedication dimension pertaining to engagement. Departing from the study’s results, we conclude, that nurses do not present a conflicting relationship between work and family, pointing to the balance of roles, due to the low values of positive and negative interaction perceived by the survey’s respondents. The relevance of this study is related to the implications that the WFC may bring to health institutions and to the need for hierarchies/organizations/policy-makers to be attentive and aware of the adequacy, promotion and implementation of work-family reconciliation strategies, as a means of WFC decrease

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