A aceitação, a compreensão e a eficácia do ensino em tempo integral, envolvendo o contra turno têm sido amplamente discutidas por pesquisas e políticas educacionais no Brasil. Na maioria das vezes o ensino realizado no contra turno representa um mero reforço da classe regular. Entretanto, atividades lúdicas envolvendo os conteúdos programáticos podem tornar o contra turno mais proveitoso. O objetivo do estudo foi realizar e avaliar a eficácia de seis oficinas envolvendo atividades lúdicas com utilização de materiais reaproveitáveis ou de baixo custo para construir objetos e abordar os elementos geométricos do triangulo retângulo, figuras plana e não plana e do círculo, visando promover a construção de conhecimentos sobre conteúdos de matemática em 14 estudantes cegos do 6º. ao 9º. ano do ensino fundamental no período de contra turno. Os estudantes não tiveram dificuldade em seguir as instruções fornecidas pela professora e souberam cada um ao seu tempo, responder corretamente, na maioria das vezes, sobre os nomes que recebem os lados de um triângulo retângulo a partir da dobradura de uma sacola plástica, sobre as linhas paralelas e perpendiculares que formavam a sacolinha de papel e sobre os elementos geométricos dos círculos utilizados para realizar a colagem de uma flor em um jardim. A partir dessas atividades lúdicas foi possível vislumbrar as potencialidades dos estudantes em questão, considerando as suas necessidades e especificidades, pois, mesmo sem enxergar, eles conseguiram realizar as tarefas propostas e tiraram proveito dos conteúdos possíveis de serem trabalhados. O estudo realizado envolveu o planejamento, a execução e a testagem da produção de materiais e práticas pedagógicas podem servir na aprendizagem de matemática por estudantes cegos, sendo mais um suporte para a prática da educação inclusiva que também podem ser aplicada tanto para estudantes de baixa visão como para estudantes videntes