Mello-Leitão, C. de

Portuguese

Cadernos Espinosanos (E-Journal)

Vol. VIII, N.0 U — pp. 127-135 18-VII-1947 PAPEIS AVULSOS DO DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA SECRETARIA DA AGRICULTURA — S. PAULO - BRASIL ALGUMAS ARANHAS NOVAS DE PEDRA AÇÜ E PARANÁ (*) No decorrer do ano passado tive a oportunidade de estudar al- gumas pequenas coleções de aranhas, feitas por meu aluno Sega- das Viana, em Pedra Açú (serra de Teresópolis) e no Itatiaia, para esclarecimento de suas observações de ecologia dessas regiões, e em vários pontos do Estado do Paraná pelo snr. Carlos Goffergé. Do mesmo Estado do Paraná recebera em 1945 uma importante co- leção, pertencente ao Museu Paranaense e o resultado do exame da mesma sairá brevemente publicado nos Arquivos do Museu Pa- ranaense. Descrevo agora as espécies novas, encontradas por Se- gadas Viana e Goffergé. pelo Prof. Dr. C. de Mello-Leitão Theridula políta sp. n. Fig. 1 - Epígino de Theridula polita $ •— 2,2 mm. Abdome: 1,6 x 1,4 mm. Patas Fêmures Patelas-tíbias Protarsos Tarsos Total I 1,0 0,8 0,6 0,4 2,8 mm II 0,8 0,7 0,5 0,4 2,4 mm III 0,6 0,5 0,4 0,4 1,9 mm IV 0,8 0,9 0,5 0,4 2,6 mm (*) Entregue para publicação em 12-4-47. 128 PAPÉIS AVULSOS Vol. VIII — N.0 It Cefalotórax mais alto ao nível do terço médio, com uma crista transversal nítida; a porção posterior do cefalotórax levemente ex- cavada, a anterior convexa e declive, muito estreitada para diante. Olhos posteriores pequenos, iguais, equidistantes, separados entre si pouco mais de um diâmetro, em fila levemente recurva. Vistos de cima os olhos médios anteriores parecem muito maiores que os posteriores e a área dos olhos médios é mais larga que alta e mais larga adiante. Vistos de frente os olhos anteriores formam uma li- nha procurva, os médios maiores que os laterais, separados entre si um diâmetro e sub-contíguos aos laterais. Clípeo mais alto que a área dos olhos médios, levemente côncavo. Quelíceras pequenas, menores que o clípeo. Peça labial livre, triangular, mais larga na base que longa, lâminas maxilares dilatadas distalmente, adian- te da peça labial. Esterno largo e reto adiante, de lados paralelos, estreitando-se bruscamente das ancas III para trás. Patas inermes. Abdome pouco mais longo que largo, de face dorsal leve e regular- mente convexa. Fiandeiras ventrais. Cefalotórax, castanho-escuro, quase negro. Patas creme, com uma linha longitudinal negra na face anterior de todos os segmen- tos nas patas I e II e na face posterior dos fêmures III e IV, face anterior das patelas III e IV e na face ventral, no limite com a ante- rior, das patelas e tíbias III e IV. Abdome negro luzidio. Esterno, peça labial, lâminas maxilares e face ventral do abdome de colo- rido denegrido; ancas creme. Hab.: Santa Cruz (E. do Paraná) Arctosâ leucotaeniata sp. n. mmm 1 Vi m Fig. 2 - Epígino de Arctosa leucotaeniata 9 •— 11,0 mm. Patas Fêmures Patelas-tíbias Protarsos Tarsos 1 4,9 6,0 3,4 2,2 11 4,6 5,6 3,0 1,6 111 4,3 4,6 3,6 2,2 'V 5,6 6,6 5,2 2:6 To tal 16,5 mm 14,8 mm 14,7 mm 20,0 mm 18-VII-1947 — C. de Mello Leitão — Aranhas de Pedra Açu e Paraná 129 Cefalotórax elevado. Área dos olhos dorsais de comprimento igual aos três quintos da largura. Olhos anteriores iguais, equidis- tantes, separados menos de um diâmetro, formando uma linha pro- curva. Quelíceras verticais; a margem superior armada de dois dentes, muito desiguais, o mais próximo da garra muito mais ro- busto; margem inferior com três dentes robustos, iguais. Todos os tarsos escopulados, as escópulas dos tarsos III e IV divididas por larga faixa de cerdas. Protarsos I e II com escópulas que lhes re- vestem os quatro quintos distais. Tíbias I e II com 2-2-2 espinhos ventrais, as tíbias anteriores com um espinho anterior e as do se- gundo par com 1-1 espinhos anteriores e um posterior. Tíbias IIÍ e IV com 2-0-2-0-2 espinhos ventrais, O-.l-0-1-0 laterais e .... 1-0-0-1-0 dorsais; protarsos com três verticilos de 4-4-5 espinhos. Cefalotórax cor de mogno, sendo a região cefálica mais escu- ra, ornado de larga faixa longitudinal mediana avermelhado-clara e apresentando de cada lado três manchas triangulares alongadas denegridas. Quelíceras cor de mogno, com a metade basilar reves- tida de pêlos fulvescentes e a metade distai densamente revestida de pêlos sedosos negros, as duas partes unindo-se em uma linha muito oblíqua. Patas côr de mogno escuro. Esterno, peça labial, lâminas maxilares e ancas côr de mogno. Abdome p.ardo-escuro, com duas faixas brancas que alcançam o terço posterior; entre es- sas faixas há dois pares de manchas negras, separadas, seguidas de três cunhas negras. Face ventral negra, com duas faixas lon- gitudinais creme, levemente oblíquas para trás e para dentro. La- dos testáceos. Hab.: Palmital (E. do Paraná). Lycosa ruíibarbis sp. n. 'Mi ;Võ Fig. 3 Epígino de Lycosa rufibarbis 5 — 23,00 mm. Patas Fcmures Potelas-tíbias Protarsos Tarsos T otal I 9,0 12,5 7,0 4,0 32,5 mm II 9,0 11,5 7,0 4,0 31,5 mm III 7,0 10,0 7,0 3,5 27,5 mm IV 10,0 12,5 11,0 6,0 39,5 mm 130 PAPÉIS AVULSOS Vol. VIII — N.0 It Cefalotórax alto. Área dos olhos dorsais de comprimento qua- se igual à largura. Olhos anteriores iguais, separados um diâme- tro, formando uma linha levemente procurva. Quelíceras com três robustos dentes na margem inferior e três na superior. Tíbias ante- riores armadas de 2-2-2 espinhos ventrais; protarsos com 2-2 espi- nhos ocultos por densas escópulas que alcançam a base das tíbias. Cefalotórax vermelho escuro uniforme, apenas com estreita linha negra mediana e com as linhas radiais finas, negras; região cefálica denegrida. Quelíceras revestidas de densos pêlos verme- lhos cor de brasa. Peça labial, lâminas maxilares, esterno, ancas e patas de colorido negro uniforme. Abdome todo negro, sem dese- nho de contraste. Loc. tipo: Pedra Açú (Rio de Janeiro) Melocosa gertschi sp. n. V ' I \ \i 1 / ' / n' ;///Á 1 f //> (,! 'PÁ i J /y 1'' "'// Fig. 4 - Palpo do $ de Melocosa gertschi 3 — 8,0 mm: Patas Fêmures Patelas-tibias Protarsos Tarsos T oial I 3,4 4,2 2,6 1,8 12,0 mm II 3,2 3,8 2,6 1,8 11,4 mm III 3,4 4,0 3,0 1,6 12,0 mm IV 4,2 5,0 4,4 2,2 15,8 mm Cefalotórax pouco elevado, de perfil dorsal horizontal, com sulco torácico longo e profundo. Olhos posteriores grandes, iguais, formando um trapézio de largura mais ou menos vez e meia maior que o comprimento. Olhos anteriores em fila fortemente procurva os médios duas vêzes maiores que os laterais, separados um do ou- 18-VII-1947 — C. de Mello Leitão — Aranhas de Pedra Açu e Paraná 131 tro diâmetro e meio e a um diâmetro dos laterais. Área dos olhos médios mais larga que alta, mais estreita adiante, os olhos ante- riores duas vêzes menores que os posteriores. Clípeo quase igual à altura da área dos olhos médios. Quelíceras verticais'; a margem inferior armada de três dentes, estando o basilar afastado dos dois distais, que são contíguos. Tíbias I e II armadas de 2-0-2-0-2 es- pinhos ventrais e 0-1-0-1-0 laterais e um dorsal mediano; protar- sos com 2-0-2-0-2 espinhos ventrais e 0-1-0-0-1 laterais. Tíbias III e IV armadas de 2-0-2-0-2 espinhos ventrais, 0-2-0-2-0 laterais e 1-0-1 -0-0 dorsais; protarsos com 2-0-2-0-2 ventrais, 0-1-0-0-1 laterais e 2-0-0-0-2 dorsais. Peça labial de comprimento e' largura iguais, alcançando o meio das lâminas maxilares. Lâminas maxila- res largas, levemente inclinadas, regularmente curvas em sua borda externa. Palpos do macho sem apófise tibial. Fiandeiras posteriores levemente maiores que as anteriores, de segmento apical globuloso. Cefalotórax pardo-claro, revestido de pubescência denegrida, com duas largas faixas laterais (uma de cada lado, perto das bor- das) e uma estreita linha mediana, formada esta de pêlos sedosos brancos, estendendo-se dos olhos médios anteriores até à borda posterior. Quelíceras cor de mogno claro. Patas, palpos, peça labial, lâminas maxilares e ancas amarelo palha. Esterno amarelo palha, com estreita faixa mediana denegrida. Abdome pardo, levemente denegrido, com duas estreitas faixas longitudinais de pêlos brancos. Loc. tipo: Palmital (E. do Paraná). Nota — A presente espécie é dedicada ao Dr. W J. Gertsch, do Museu Americano de História Natural. Trachelas caviunae sp. n. V Fig. 3 Epígino de Trachelas caviunae ? -— 7,4 mm. Patas Fêmures Patelas-tíbias Protarsos T arsos T otal I 2,4 3,0 1,6 1,2 8,2 mm II 2,2 2,8 1,5 1,0 7,5 mm IIÍ 1,7 2,3 1,2 0,8 6,0 mm IV 2,5 3,2 2,4 1,0 9,1 mm 132 PAPÉIS AVULSOS Vol. VIII — N.0 I! Cefalotórax chagriné e piloso, revestido de pelos sedosos singelos. Olhos posteriores iguais, equidistantes, separados entre si três diâmetros, formando uma linha fortemente recurva. Olhos anteriores em linha procurva, os médios levemente maiores, separa- dos mais de um diâmetro e a menos de um diâmetro dos laterais. Área dos olhos médios mais larga que alta, paralela, os olhos ante- riores levemente maiores que os posteriores. Clípeo mais baixo que a área dos olhos médios. Quelíceras robustas, chagrinées, a mar- gem inferior armada de dois dentes iguais, separados. Peça labial trapezóide, de largura da base quase igual ao comprimento, quase alcançando o ápice das lâminas maxilares. Esterno convexo, de ou- relo pouco nítido. Abdome oval curto, de dorso achatado. Patas inermes; todos os tarsos e protarsos escopulados; em I e II até à base; em III e IV na porção distai. Cefalotórax negro. Abdome castanho escuro, com as depres- sões musculares negro-avermelhado. Ventre castanho-claro, com quatro pontos escuros. Patas cor de mogno claro, sendo os fêmures anteriores denegridos, de ápice claro. Loc. tipo: Caviuna (E. do Paraná). Vuifíla tripunctata sp. n. yW feLW i A Wir / /N Fig. 6 Palpo do de Vulfila tripunctata $ — 4,2 mm. Abdome: 2,2x0,6 mm. Patas Fêmures Patelas-tíbias Protarsos T arsos T otal I 3,2 4,8 3,6 1,6 13,2 mm II 2,2 2,8 2,2 0,8 8,0 mm III 1,8 1,6 1,8 0,6 5,8 mm IV 2,6 2,8 2,8 0,6 8,8 mm 18-VII-1947 — C. de Mello Leitão — Aranhas de Pedra Açu e Paraná 133 Cefalotórax baixo, estreito adiante, sem sulco torácico presen- te. Olhos posteriores em fila procurva, iguais, os médios separados entre sí diâmetro e meio e a um diâmetro dos laterais. Olhos ante- riores em linha reta, equidistantes, os médios muito menores, punc- tiformes. Área dos olhos médios mais alta que larga, mais estreita adiante, os olhos anteriores muito menores que os posteriores. Que- líceras maiores que a fronte, de margem inferior armada de três pequenos dentes contíguos. Peça labial duas vêzes mais longa que larga, quase alcançando o ápice das lâminas maxilares. Tíbias anteriores (I) armadas de 2-2-2-2 longos espinhos ventrais, fracos e 1-1 dorsais, sem espinhos laterais; protarsos com 2-2 longos es- pinhos ventrais basilares e 1-1 laterais. Abdome alongado, pon- tudo atrás. Fenda traqueal a igual distância das fiandeiras e da fenda genital. Todo o corpo amarelo-creme claro; apenas o abdome é orna- do de três manchas negras dorsais, sendo duas anteriores, alonga- das, junto à borda anterior e a terceira, bem menor, no terço médio. Loc. tipo: Mercês (E. do Paraná). Gophoa rubríceps sp. n. Fig. 7 - Palpo do $ de Gophoa rubriceps S -— 7,6 mm. Abdome: 4x 1,7 mm. Patas Fêmures Patetas-tíbias Protarsos Tarsos Total I 2,0 3,0 1,2 0,8 7,0 mm II 1,6 2,4 0,9 0,7 5,6 mm III 2,0 2,0 1,1 0,9 6,0 mm IV 2,2 2,8 1,5 1,0 7,5 mm Cefalotórax baixo, deprimido logo atrás dos olhos posteriores, de região torácica plana. Olhos intermediários mais próximos dos 134 PAPÉIS AVULSOS Vol. VIII — N.0 11 olhos laterais anteriores que dos posteriores. Olhos anteriores for- mando uma linha levemente recurva, o diâmetro dos médios quatro vêzes maior que o dos laterais. Clípeo retro-oblíquo, muito estreito, piloso, de pêlos sedosos creme. Quelíceras verticais, de margens superior e inferior armadas de um só dente. Peça labial mais longa que larga, alcançando o meio das lâminas-maxilares. Esterno alon- gado, mais largo adiante que a base da peça labial. Ancas anterio- res (I) muito mais robustas que as outras. Patas anteriores (I) muito robustas, de fêmur convexo, patela e tíbia cilíndricas, espes- sas, a tíbia armada de 1-1 pequenos espinhos erectos, ventrais an- teriores, protarso com 2-2 espinhos ventrais, iguais aos da tíbia. Patas do segundo par de tíbia inerme; protarsos com 1-2 espinhos ventrais. Patas III com a tíbia armada de 1-1-1 espinhos anteriores, um apical ventral e um mediano posterior; protarso com um vertici- lo apical. Patas posteriores (IV) com armada de 2-0-0-0-2 espi- nhos ventrais e 1-1 anteriores; protarso com um espinho mediano dorsal e um verticilo apical. Abdome alongado, levemente achatado no dorso, quase cilíndrico. Cefalotórax fulvo-avermelhado com algum sombreado na re- gião cefálica, quase glabro. Patas anteriores castanho-escuro, de tarsos creme; na face dorsal das patelas duas faixas nuas, con- fluentes; nas tíbias duas faixas nuas, paralelas e nos protarsos uma faixa mediana; as outras patas pardo escuro, de tarsos creme. Quelíceras cor de mogno avermelhado. Peça labial, lâminas ma- xilares e esterno pardo-fulvescente. Ancas anteriores cor de mo- gno claro; ancas II a IV testáceo claro. Abdome negro: na meta- de anterior do dorso algumas estrias longitudinais de pêlos bran- cos, sedosos e na metade posterior dois pares de pequenas manchas de pêlos brancos sedosos. Ventre negro com duas linhas longitu- dinais testáceas. Fiandeiras negras. Loc. tipo: Vila Velha (E. do Paraná). Parabonna goffcrgéi sp. n. $ .— 2,8 mm. Patos Fêmures Patelas-tíbias Protarsos Tarsos T otal I i.o 1.6 0,8 0,4 3,8 mm II 1,0 1,6 0,8 0,4 3,8 mm III 0,8 1,0 0,6 0,4 2,8 mm IV 1,2 1,5 1,0 0,6 4,3 mm Cefalotórax muito achatado, regularmente arredondado dos lados, estreitado adiante, com sulco torácico presente, pequeno. Olhos posteriores pequenos, em fila recurva, os médios menores 18-VII-1947 — C. de Mello Leitão — Aranhas de Pedra Açu e Paraná 135 que os laterais, separados entre si mais de dois diâmetros e a meio diâmetro dos laterais. Olhos anteriores iguais, contíguos, em linha reta, área dos olhos médios mais larga que alta, mais estreita adi- ante, os olhos anteriores maiores. Clípeo nulo. «Quelíceras verticais, m \\ Fig. 8 Palpo do $ de Parabonna Goffergci fracas, de margens inermes, a inferior com leve carena. Peça labial de comprimento e largura iguais, alcançando o meio das lâminas maxilares, que são largas, levemente oblíquas, com a inserção dos palpos mediana. Ancas posteriores bem maiores que as anteriores; estas iguais às do segundo par, que, por sua vez, são maiores que as do terceiro par. Esterno rombo atrás, separando as ancas pos- teriores. Patas I e II com as tíbias armadas de 2-2-2-2-2 longos espinhos semi-retos; protarsos com 2-2-2 espinhos semelhantes. Patas III e IV quase inermes; apenas com um espinho apical nas tíbias e outro nos protarsos. Abdome de comprimento vez e meia maior que a largura, achatado, de dorso muito plano, truncado adi- ante, arredondado atrás, de lados paralelos. Fiandeiras anteriores sobcontíguas, cilíndricas. Cefalotórax cor de mogno claro, com estreita orla lateral negra. Patas, palpos, quelíceras, peça labial, lâminas maxilares, esterno e ancas um pouco mais claros. Abdome pardo-acinzentado claro, sendo o dorso ornado de estreita orla marginal denegrida. Palpos do macho curtos; fêmur cilíndrico; patela mais curta que espessa, assim como a tíbia; esta com longa apófise apical externa de ponta recurva em S; tarso maior que a patela e a tíbia reunidas, com grande címbio e bolbo complexo. Loc. tipo: Marumbí (E. do Paraná). 

Algumas aranhas novas de Pedra Açú e Paraná

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Algumas aranhas novas de pedra Açü e Paraná

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