Ensino de Química e preconceito: apontamentos à luz da Teoria Crítica

Abstract

No panorama da literatura educacional recente, não são poucas as pesquisas que têm como proposta discutir, de várias perspectivas conceituais e enfoques, a questão do preconceito. No que diz respeito ao ensino escolar de Química, é possível localizar, na literatura especializada, trabalhos que discutem contextos sociais complexos articulados a partir da abordagem pedagógica de conceitos químicos e da formação docente. Citamse como exemplo as questões do cotidiano e ensino de Química, as estratégias CTS, as assimetrias escolares e as dificuldades de aprendizagem, a formação docente, para focar os mais densamente abordados. Apesar da relevância e da inequívoca correlação com as formações sociais, o preconceito ainda é tema de frequência relativa baixa em trabalhos na área, muito embora venha ganhando atenção recente. Nesse sentido, merece destaque o livro Os preconceitos e a química, de autoria de Mariza Magalhães, tomado neste trabalho como objeto de investigação. A partir de uma pesquisa de natureza bibliográficodocumental, analisamos criticamente a opção pedagógica da autora para tratar do tema preconceito e ensino de química, nela apontando o que se insinua como limitações conceituais, na medida em que tal abordagem parece se contentar com os aspectos cognitivos do preconceito. Importa-nos tensionar essa escolha, baseados nas noções de preconceito tais quais se fundamentam na Teoria Crítica. Argumentamos com isso que, embora o preconceito se oponha ao processo de conhecer e mesmo o deforme, a aquisição cognitiva não é, por si só, suficiente para aniquilar as formas sociais preconceituosas

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