Degeneração, subalternidade e favela: Anália, ‘uma mulher de cor preta’ no Rio de Janeiro pós-abolicionista

Abstract

This article analyzes the history of Anália: black, poor, a slum dweller, with many admissions to the National Asylum for the Insane (HNA) and sentenced Anália to 15 years in prison after committing a murder 1937. Throughout her life, Anália was in conflict with different hegemonic discourses, among them the cultural and gender norms of her time. One of her hospitalization at HNA, “a woman of black colour” was the name registered in her patient records, which we identified as a typical discursive act of racism in post-abolitionist Brazil. In dialogue with the subaltern studies, we connected Anália’s case to the everyday life of the popular classes, above all, to the social and racial exclusion, as well as the gender expectative for black women in post-abolitionist Rio de Janeiro. Finally, we linked this case and the favelas to Brazilian model of governmentality and Rio de Janeiro’s urban project.Este artigo analisa a história de Anália: mulher, negra, pobre, favelada, diversas internações no Hospício Nacional de Alienados (HNA) e condenada a 15 anos de prisão, após cometer um assassinato em 1937. Em sua vida, Anália esteve em conflito com diferentes discursos hegemônicos, como as normais culturais e de gênero de sua época. Em uma das internações no HNA, “uma mulher de cor preta” foi o nome registrado no seu prontuário, o que identificamos como um ato discursivo típico do racismo cultural no Brasil pós-abolicionista. Em diálogo com os estudos subalternos, conectamos o caso Anália ao cotidiano das classes populares, sobretudo à exclusão social e racial, assim como às expectativas de gênero das mulheres negras, no Rio de Janeiro pós-abolicionista. Por fim, relacionamos esse caso e as favelas ao modelo brasileiro de governamentalidade e ao projeto urbano do Rio de Janeiro

    Similar works

    Full text

    thumbnail-image

    Available Versions