Ilustrações do capítulo encontram-se no Anexo I do livro Universidade para o século XXI: educação e gestão ambiental na Universidade de Brasília, p. 317.O manejo adequado dos resíduos urbanos é considerado um dos temas
ambientais mais atuais e importantes. O envolvimento da comunidade universitária
nos assuntos ligados ao lixo por ela produzido e nas decisões sobre o seu
correto armazenamento e disposição é uma contribuição vivencial fundamental
para a construção e consolidação de uma consciência ambiental. Desde 1998 a
Universidade de Brasília (UnB) empreende esforços para apontar soluções viáveis
e condizentes com a problemática dos resíduos no campus universitário. O
presente artigo tem por objetivo compartilhar a metodologia e os resultados da
caracterização dos resíduos sólidos do campus realizada em 1999, no âmbito do
Programa Agenda 21 da UnB, e ajudar na reflexão sobre o papel da comunidade
universitária no desejo de equacionar a problemática dos resíduos. A metodologia
adotada para caracterização dos resíduos domésticos envolveu a estimativa
dos resíduos domésticos gerados por 11 unidades acadêmicas e administrativas
no período letivo de 21 de agosto a 30 de novembro de 1999. Foi estimado que a UnB produzia, à época, cerca 1.800 kg de lixo diariamente, ou seja, aproximadamente
43 toneladas ao mês. Da produção total de lixo do Campus, constatou-se
que papel e papelão representavam 50,5% do total de lixo produzido. Os resíduos
orgânicos representavam 32%, seguido de 1,6% de plásticos, 1,8% de vidros e
0,9% de metais. Os materiais não recicláveis representavam 3% do lixo produzido.
A alta percentagem de materiais recicláveis na composição do lixo sinalizava
a necessidade de adotar procedimentos para o descarte e a coleta seletiva dos
resíduos no Campus, bem como um programa institucional de gerenciamento de
resíduos que levasse em consideração iniciativas que visem à redução e à reutilização
de papel e papelão