Este texto busca repensar as relações entre os feminismos brasileiros e o Estado. O diálogo e a tensão contínuos estão fundados na pauta feminista que não só supõe uma revolução cultural das subjetividades, como exige uma notável reforma/revolução política. Se, de um lado, o enfrentamento da violência contra as mulheres ganha fôlego, a pauta da educação pela igualdade de gênero e pela legalização do aborto sofre o que já se chamou de “backlash”. Trava-se um embate entre movimentos neoconservadores que buscam a imposição moral a toda sociedade e os movimentos feministas que buscam a ética da autonomia individual, da pluralidade e dos direitos sociais.This text aims to rethink the relationship between Brazilian feminisms and the state. Dialogue and continuous tensions are grounded in the feminist agenda that not only presupposes a cultural revolution regarding subjectivities, but that also exacts a notable reform or political revolution. On the one hand, while addressing violence against women is gaining ground, on the other, education for gender equality and the legalization of abortion suffers what has been called “backlash”. There is a clash between neoconservatives movements that seek to imposed their moral viewpoint on the whole society and feminist movements that defend the ethics of individual autonomy, plurality and social rights