La ocurrencia de radiodermatitis en pacientes con cáncer en un hospital de enseñanza de Brasilia

Abstract

Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, 2017.A radioterapia consiste em uma modalidade clínica que utiliza a radiação ionizante com finalidade terapêutica para tratamento do câncer. Dentre os efeitos adversos inerentes à essa terapêutica destaca-se a radiodermatite, reação cutânea desconfortável caracterizada por hipersensibilidade, hiperpigmentação, dor, prurido ou descamação. Dependendo da severidade desta reação, pode ocorrer a suspensão do tratamento provocando atrasos e comprometimento do sucesso terapêutico. A ocorrência da radiodermatite não é conhecida em âmbito nacional uma vez que a maioria dos estudos de grande impacto nesta área é internacional. Há uma necessidade em dirimir esta lacuna haja vista que o conhecimento desta ocorrência pode determinar políticas e protocolos essenciais à prática clínica e controle desta radiotoxicidade. Este estudo teve por objetivo verificar a ocorrência de radiodermatite em pacientes com câncer submetidos à radioterapia, identificar o tempo para o surgimento e classificar o grau e a severidade da radiodermatite ao longo do tratamento. Foi conduzido uma coorte prospectiva, realizada no setor de Radioterapia da UNACON/HUB. A amostra foi constituída por 112 pacientes submetidos à radioterapia durante o período de 15 de março de 2016 a 04 de maio de 2017, dentre os quais 31 com câncer de cabeça e pescoço, 50 de mama e 31 na região da pelve (próstata, colo uterino e endométrio). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, utilizando medidas de frequência e proporção, por meio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Todos os pacientes submetidos à radioterapia para câncer de cabeça e pescoço (100%) apresentaram algum grau de radiodermatite ao longo do tratamento, com tempo médio de ocorrência de 11 dias. Na segunda semana de tratamento, 61% dos pacientes já haviam desenvolvido eritema leve. A quinta semana foi a que apresentou maior severidade nas reações, uma vez que houve maior proporção de pacientes com descamação seca (61%), além de 2 pacientes com descamação úmida. Dentre os pacientes com câncer de mama, 98% desenvolveram radiodermatite no decorrer do tratamento, com tempo médio de surgimento de 11 dias. O eritema foi o sinal mais predominante estando presente em todas as cinco semanas de acompanhamento. Na quinta semana de tratamento, 20% dos pacientes apresentaram descamação seca e 14% descamação úmida. Dentre os pacientes que irradiaram a região da pelve, 80% das pacientes com câncer de colo uterino apresentaram algum grau de radiodermatite, com tempo médio de ocorrência de 7 dias. O eritema esteve presente principalmente na terceira e quarta semanas. Dentre as pacientes com câncer de endométrio, houve ocorrência de radiodermatite em 33%, com tempo médio de 11 dias. Dos pacientes com câncer de próstata 52% desenvolveram radiodermatite ao longo do tratamento, e apresentaram tempo médio de ocorrência tardio (18 dias), quando comparado às demais regiões. Houve maior ocorrência de desenvolvimento de eritema leve. O desenvolvimento de estudos observacionais e experimentais que investigam a radiodermatite permitem conhecer melhor essa radiotoxicidade para propor medidas de manejo e controle mais precisas e no tempo certo. Espera-se que os resultados deste estudo contribuam para o desenvolvimento de ações para prevenção, tratamento e controle da radiodermatite.Radiotherapy consists in a clinical modality that uses ionizing radiation for therapeutic purposes to treat cancer. Among the adverse effects, inherent to this therapy is radiodermatitis, uncomfortable cutaneous reaction characterized by hypersensitivity, hyperpigmentation, pain, pruritus or desquamation. Depending on the severity of this reaction, treatment may be discontinued causing delays and compromising the therapeutic success. The occurrence of radiodermatitis is not known at the national level since the majority of the studies of great impact in this area are international. There is a need to resolve this gap since the knowledge of this occurrence can determine policies and protocols that are essentials to the clinical practice and control of this radiotoxicity. This study aimed to verify the occurrence of radiodermatitis in cancer patients submitted to radiotherapy, to identify the time of its appearance and to classify the degree and severity of radiodermatitis throughout the treatment. An prospective cohort study was conducted in the Radiotherapy sector of UNACON/HUB. The sample consisted of 112 patients submitted to radiotherapy during the period of March 15th, 2016 to the 4th of May, 2017, of which 31 had head and neck cancer, 50 had a breast cancer and 31 had cancer at pelvic region (prostate, cancer of the uterine cervix and endometrial). Data were analyzed using descriptive statistics, using frequency and proportion measurements, by using the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) software. All patients submitted to radiotherapy for head and neck cancer (100%) presented some degree of radiodermatitis throughout the treatment, with an average time of occurrence of 11 days. By the second week of treatment, 61% of the patients had already developed mild erythema. The fifth week was the one with the greatest severity in the reactions, since there was a higher proportion of patients with dry desquamation (61%), besides 2 patients with moist desquamation. Among the patients with breast cancer, 98% developed radiodermatitis during the treatment, with an average time of onset of 11 days. Erythema was the most prevalent sign being present at all five weeks of follow-up. In the fifth week of treatment, 20% of the patients presented dry desquamation and 14% wet desquamation. Among the patients that irradiated the pelvic region, 80% of patients with cancer of the uterine cervix presented some degree of radiodermatitis, in a mean time of 7 days. Erythema was present mainly in the third and fourth weeks. Among the patients with endometrial cancer, radiodermatitis occurred in 33%, with an average time of 11 days. 52% of patients with prostate cancer developed radiodermatitis throughout the treatment, and presented an average time of late occurrence (18 days) when compared to the other regions. There was a greater occurrence of development of mild erythema. The development of observational and experimental studies that investigate radiodermatitis allows a better understanding of this radiotoxicity in order to propose more precises measures of control and management, in an accurate time. The results of this study are expected to contribute to the development of actions for the prevention, treatment and control of radiodermatitis.La radioterapia consiste en una modalidad clínica que utiliza la radiación ionizante con finalidad terapéutica para el tratamiento del cáncer. Entre los efectos adversos inherentes a esta terapéutica se destaca la radiodermatitis, reacción cutánea incómoda caracterizada por hipersensibilidad, hiperpigmentación, dolor, prurito o descamación. Dependiendo de la severidad de esta reacción, pueden ocurrir la suspensión del tratamiento provocando retrasos y el comprometimiento del éxito terapéutico. La ocurrencia de la radiodermatitis no es conocida a nivel nacional, ya que la mayoría de los estudios de gran impacto en esta área son internacionales. Hay una necesidad de suprimir esta laguna ya que el conocimiento de esta ocurrencia puede determinar políticas y protocolos esenciales a la práctica clínica y control de esta radiotoxicidad. Este estudio tuvo como objetivo verificar la ocurrencia de radiodermatitis en pacientes con cáncer sometidos a la radioterapia, identificar el tiempo para el surgimiento y clasificar el grado y la severidad de la radiodermatitis al largo del tratamiento. Se realizó un estudio cohorte prospectiva, realizado en el sector de Radioterapia de UNACON/ HUB. La muestra fue constituida por 112 pacientes sometidos a la radioterapia durante el período de 15 de marzo de 2016 a 04 de mayo de 2017, entre los cuales 31 con cáncer de cabeza y cuello, 50 de mama y 31 en la región de la pelvis (próstata, cuello Uterino y endometrio). Los datos fueron analizados por medio de estadística descriptiva, utilizando medidas de frecuencia y proporción, a través del software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Todos los pacientes sometidos a radioterapia para cáncer de cabeza y cuello (100%) presentaron algún grado de radiodermatitis a lo largo del tratamiento, con tiempo promedio de ocurrencia de 11 días. En la segunda semana de tratamiento, el 61% de los pacientes ya habían desarrollado eritema leve. La quinta semana fue la que presentó mayor severidad en las reacciones, una vez que hubo mayor proporción de pacientes con descamación seca (61%), además de 2 pacientes con descamación húmeda. Entre los pacientes con cáncer de mama, el 98% desarrolló radiodermatitis en el transcurso del tratamiento, con tiempo medio de surgimiento de 11 días. El eritema fue el signo la reacción más predominante que está presente en las cinco semanas de seguimiento. En la quinta semana de tratamiento, el 20% de los pacientes presentaron descamación seca y 14% descamación húmeda. Entre los pacientes que irradiaron la región de la pelvis, el 80% de las pacientes con cáncer de cuello uterino presentaron algún grado de radiodermatitis, con tiempo promedio de ocurrencia de 7 días. El eritema estuvo presente principalmente en la tercera y cuarta semanas. Entre las pacientes con cáncer de endometrio, hubo ocurrencia de radiodermatitis en 33%, con tiempo promedio de 11 días. El 52% de los pacientes con cáncer de próstata desarrollaron radiodermatitis a lo largo del tratamiento, y presentaron tiempo promedio de ocurrencia tardía (18 días), cuando comparado a las demás regiones. Se ha producido un mayor desarrollo de eritema leve. Se espera que los resultados de este estudio contribuyan al desarrollo de acciones para prevención, tratamiento y control de la radiodermatitis

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