OS LEITORES FRANCESES DE WHITEHEAD

Abstract

Despite his long career in England and the important lectures taught and works published in the US, Alfred North Whitehead does not seem to have ever been truly incorporated in anglophone philosophy, at least not until recently. On the other hand, the philosopher found very early on avid readers in France, Jean Wahl being the most pivotal among them. In 1920, Wahl, defying what was then in fashion in the philosophical circles, already touched upon anglophone pluralist thought in his main dissertation, Les Philosophies pluralistes d’Angleterre et d’Amérique. In this early work, Whitehead’s name appears only once. Later, in the 1930s, however, the English philosopher is the main theme of the long study La philosophie spéculative de Whitehead, published in 1931, and he also figures proeminently in Wahl’s work Vers le concret, 1932. After World War II, Wahl will be one of the most important philosophical figures in France and through his teachings a whole generation will be introduced to Whitehead’s thought. Two well-known students of his were Maurice Merleau-Ponty and Gilles Deleuze. To Merleau-Ponty, Whitehead represents an important addition to his metaphysical speculations, playing a relevant role in his courses in the Collège de France about Nature, taught between 1956 and 1960. In Deleuze’s case, Whitehead is a sort of philosophical role model whose thought appears in his works since the 1960s all the way to the end of the century, although he very rarely cites the English philosopher directly. In this work, firstly I explore Wahl’s reading of Whitehead’s work and his role as an intermediary for its reception in France. Secondly, I show broadly how Whitehead appears in Merleau-Ponty’s and Deleuze’s works.Alfred North Whitehead, apesar de sua longa carreira na Inglaterra e a série de importantes publicações que seguiram sua mudança aos Estados-Unidos, não parece ter integrado-se fortemente à filosofia anglófona. Talvez isso tenha ocorrido por causa da forte cisão nesta entre uma certa “tradição analítica”, oposta a uma outra “continental”, cisão essa que não dá conta da particularidade da obra do filósofo. Na França, Whitehead encontrou um leitor entusiasta na pessoa de Jean Wahl. Este, já em 1920, abordava o pensamento pluralista anglófono em sua tese principal Les Philosophies pluralistes d’Angleterre et d’Amérique, nadando na contracorrente da maioria de seus colegas da época. Nessa obra, o nome de Whitehead aparece uma única vez, mas na década de 1930 o filósofo inglês é matéria de um longo estudo intitulado La philosophie spéculative de Whitehead, publicado em 1931, e é também um dos objetos principais da obra Vers le concret, de 1932, ao lado de William James e Gabriel Marcel. Após a Segunda Guerra, retornando de seu exílio nos EUA, Wahl assumirá um importante papel como autor referência e professor de toda uma geração de filósofos. É sobretudo pela via de seus ensinamentos que Whitehead ganhará lugar nas obras de Maurice Merleau-Ponty e Gilles Deleuze. No caso do primeiro, Whitehead representa uma adição notável no debate metafísico de Merleau-Ponty, figurando em papel relevante em seus cursos no Collège de France sobre a Natureza, ministrados entre 1956 e 1960. No caso de Deleuze, Whitehead é uma espécie de modelo de filósofo cujo pensamento aparece em suas obras desde os anos 1960 até o final do século, mas sempre com poucas menções diretas. Neste trabalho, exploro primeiramente a leitura de Wahl da obra de Whitehead e o papel de intermediador que ele desempanha para sua recepção na França. Em segundo lugar, exponho em linhas gerais como Whitehead figura nas obras de Merleau-Ponty e Deleuze

    Similar works