A República Bolivariana da Venezuela, país que dispõe das maiores reservas de petróleo do mundo, que
já teve os mais elevados índices de produção petrolífera da América Latina e que detém uma variedade
de recursos naturais capaz de o tornar autossuficiente, acabou por se distanciar de um caminho focado
no desenvolvimento e entrou numa fervilhante ebulição social, política e económica. Um cenário
improvável de antever, tendo em conta a dimensão do seu impacto, mas que retrata apenas uma pequena
fração de uma realidade retratada como degradante e desumana, desmentindo as afirmações do próprio
governo venezuelano. A inabilidade das políticas empreendidas, sobretudo, após a morte do precursor
da Revolução Bolivariana, Hugo Chávez Frias, pelo atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
Moros, e a sua administração, contribuiu para a emergência de uma crescente vaga migratória no
subcontinente americano e provocou um desastre humanitário, que se considera ser exacerbado pela
polarização política (intensificada pela afirmação de um novo interveniente político, Juan Gerardo
Guaidó), pelas sanções económicas impostas, maioritariamente, pelos Estados Unidos e pela mais
recente pandemia mundial.
Desta forma, o principal objetivo que se impõe neste estudo é: compreender o alcance, a natureza
e as repercussões da crise venezuelana, que, por diversas vezes, passa despercebida aos olhos do mundo
e da atual agenda mediática internacional. Para tal, a análise documental de fontes oficiais e a realização
de um estudo de caso sobre um grupo particular de emigrantes foram essenciais para perceber as
adversidades por que passam os venezuelanos.The Bolivarian Republic of Venezuela, a country with the largest oil reserves in the world, which has
had the highest oil production rates in Latin America and has a variety of natural resources capable of
making it self-sufficient, has distanced itself from a path focused on development and has entered in a
social, political and economic boiling. An unlikely scenario to predict, given the scale of its impact, but
one that portrays only a small fraction of a reality portrayed as degrading and inhuman, disproving the
statements of the Venezuelan government itself. The inability of the policies undertaken, especially,
after the death of the forerunner of the Bolivarian Revolution, Hugo Chávez Frias, by the current
president of Venezuela, Nicolás Maduro Moros, and his administration, contributed to the emergence
of a growing wave of migration in the American subcontinent and caused a humanitarian disaster,
considered to be exacerbated by political polarization (intensified by the affirmation of a new political
actor, Juan Gerardo Guaidó), economic sanctions imposed, mainly, by the United States and the most
recent global pandemic.
In this sense, the main objective that is imposed in this study is: to understand the dimension, nature,
and repercussions of the Venezuelan crisis, which, on several occasions, goes unnoticed in the eyes of
the world and the current international media agenda. To achieve this purpose, the documentary analysis
from official sources and the realization of a case study on a particular group of emigrants were essential
to understanding the adversities faced by Venezuelans