Centro de Estudos Africanos do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa
Doi
Abstract
Este artigo foca a mobilização para o conflito dos jovens, alegando que a guerra constitui
um terreno de possibilidades para a juventude urbana na Guiné‑Bissau e mostrando
como estes mesmos jovens navegam através da guerra através de opções tácticas e manobrando
os seus laços sociais. Baseando‑se no termo crioulo guineense dubriagem, o artigo
propõe o conceito de navegação social enquanto uma perspectiva de análise esclarecedora
da práxis em ambientes instáveis. Este conceito foca as formas de actuação em ambientes
de mudança social, enquadrando o processo de movimento. O artigo defende uma análise
da práxis partindo de uma interpretação Batesoniana e intermorfológica da acção para
aprofundar a compreensão dos actos dos jovens em situações de conflito.This article sheds light on the mobilisation of young people into conflict. It argues that
warfare constitutes a terrain of possibility for urban youth in Guinea‑Bissau, and shows
how they navigate war as an event by tactically manoeuvring within the social ties and
options that arise in such situations. Building on the Guinean Creole term of dubriagem,
the article proposes the concept of social navigation as an analytical optic able to shed light
on praxis in unstable environments. The concept of social navigation makes it possible to
focus on the way we move within changing social environments. It is processuality squared,
illuminating motion within motion. The article thus advocates an analysis of praxis
that takes its point of departure in a Batesonian and intermorphological understanding of
action in order to further our understanding of the acts of youth in conflict