Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo, 2019.Em caráter exploratório, a tese examina a relação cidade e meio ambiente, partindo do pressuposto que o urbanismo contemporâneo e a sustentabilidade do meio ambiente urbano não dialogam (Franco, 2001). Discutem-se aspectos de biodiversidade urbana, serviços ecossistêmicos culturais, desenho urbano e biofilia, tendo as cidades médias brasileiras como base de estudo. A metodologia está estruturada em três seções: (a) reflexão teórica da literatura concernente ao tema; (b) categorização das cidades médias pelo potencial de biodiversidade; e (c) análise espacial dos serviços ecossistêmicos culturais (SEC) para verificação do acesso humano. Busca-se identificar, a partir da abordagem desenvolvida, o potencial de biodiversidade nas cidades médias brasileiras por meio do acesso humano à natureza, para a amostra de 21 estudos de caso. É interesse responder a duas questões de pesquisa: (1) é possível relacionar serviços ecossistêmicos culturais e desenho urbanos no que diz respeito à preservação? (2) e em que medida as cidades médias brasileiras promovem acesso humano à natureza e à biofilia, o que permitiria qualificá-las como mais sustentáveis? Os resultados apontam que os assentamentos investigados apresentam potencial alto a médio de biodiversidade e níveis satisfatórios de acesso aos serviços ecossistêmicos culturais que traduzem o acesso à natureza. Não se pode asseverar, porém, que as cidades médias são de todo mais sustentáveis, mas não se mostra improcedente afirmar que a natureza, por meio dos serviços ecossistêmicos, se faz bastante presente nestes assentamentos. Entende-se que os resultados obtidos se alinham à literatura existente (Cardoso, 2011; Uchyama et al., 2015 e Raudsepp & Peterson, 2016), o que consolida a estratégia de investigação e contribui com futuras pesquisas relacionadas aos serviços ecossistêmicos, em especifico aqueles de natureza cultural.In an exploratory character, the thesis examines the relationship between city and environment, assuming that contemporary urbanism and the sustainability of the urban environment do not dialogue (Franco, 2001). Aspects of urban biodiversity, cultural ecosystem services, urban design and biophilia are discussed, with the Brazilian middle cities as the basis of study. The methodology is structured in three sections: (a) theoretical reflection of the literature concerning the theme; (b) categorization of medium-sized cities by biodiversity potential; and (c) spatial analysis of cultural ecosystem services (CES) for verification of human access. Based on this approach, the aim is to identify the potential of biodiversity in Brazilian medium-sized cities through human access to nature, for the sample of 21 case studies. It is interesting to answer two research questions: (1) Is it possible to relate cultural ecosystem services and urban design with respect to preservation? (2) and to what extent do Brazilian medium-sized cities promote human access to nature and biophilia, which would qualify them as more sustainable? The results indicate that the investigated settlements present high to medium potential of biodiversity and satisfactory levels of access to the cultural ecosystem services that translate the access to the nature. It cannot be asserted, however, that medium-sized cities are more sustainable at all, but it is not unfounded to claim that nature, through ecosystem services, is quite present in these settlements. It is understood that the results are in line with the existing literature (Cardoso, 2011; Uchyama et al., 2015 and Raudsepp & Peterson, 2016), which consolidates the research strategy and contributes to future research related to ecosystem services, in particular those of a cultural nature