Duncan, Bruce Bartholow

Georg, Alvaro Ernani

Polanczyk, Carisi Anne

Schmidt, Maria Inês

Toscano, Cristiana Maria

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Lume 5.8

Arq Bras Cardiol volume 79, (supl. 111), 2002 273 Custo-efetividadedaCampanhaNacionaldeDetecçãodoDiabetesMellitusnoBrasil Caris i A Polanczyk, Alvaro Georg, Maria Ines Schrnidt, Cristina M Toscano, Bruce B Duncan. Programa de Pós-graduação em Epidemiologia UFRGS Porto Alegre RS Brasil e Orga-nização Panamericana da Saúde Brasília DF Brasil. Introdução: Diabetes mellitus (DM) é uma condição prevalente e associada à elevada morbimortalidade cardiovascular. Dados nacionais demonstram que um percentual expressivo de indivíduos acometidos desconhece o seu diagnóstico. Objetivos: Avaliar a relação de custo-efetividade da Campanha Nacional de Detecção do Diabetes Mellitus (CNDDM) realizada pelo Ministério da Saúde, que realizou rastreamento do DM no Brasil. Métodos: Durante o período de06/03/2001 a fJ7 /0412001, todos os indivídu-os com mais de40 anos foram convidados a participar da CNDDM, realizando exame de glicemia capilar na unidade de saúde mais próxima. A partir dos resultados alterados (glicemia em jejum> 100 mg/dl ou sem jejum> 140 mg/dl) foram estimados os casos pro-váveis de diabetes mellitus na população e construído um modelo de decisão analítico. Para análise dos custos foram incluídos custos totais federais e estimados os custos locais despendidos com a CNDDM. Ainda, foram considerados os custos de realização de glicemia série a na rede SUS para confirmação diagnóstica dos indivíduos triados como suspeitos. Os resultados são expressos em reais (R$) por DM detectado. As incertezas foram exploradas através de análises de sensibilidade. Resultados: A campanha teve uma cobertura de 73%, sendo que dos 21.7 57.255 exames de glicemia realizados, 16% (3,4 milhões) foram anonnais. Assumindo uma prevalência de DM não conhecida de 4,8%, o número de casos novos prováveis obtido foi de 1.041.634. Considerando-se os custos federais, o custo direto por caso detectado teria sido deR$ 44 (U$ 19), na eventua-lidade de todos os suspeitos da primeira etapa do rastreamento terem sido submetidos ao exameconfumatório. O custo direto mais plausível situa-se entre R$ 81 (U$ 35) e R$ I I 8 (U$ 5 J ), considerando que somente 50% a 30% dos testados positivos na primeira etapa terem confim1ado o resultado. Conclusões: Os valores absolutos obtidos são inferiores aos de outros países, que relatam um custo de U$100porcaso detectado. O real impacto econômico da CNDDM será obtido se os casos detectados precocemente foram mane-jados com o objetivo de reduzir ou retardar as complicações e mortalidade da doença. Para ser atrativa do ponto de vista econômico, esta redução das complicações deve ser superior ao custo cumulativo do rastreamento e subseqüente tratamento, oferecido mais precocemente a esta população. 275 Comportamento e associação de fatores de risco cardiovascular em uma população de motoristas de ônibus Nelson R Mendes de Souza, Nelson A Souza e Silva. Progr. de Pós graduação-Mestrado em Cardiologia-UFF Niterói RJ Brasil eDep. de Clínica Médica da Faculdade de Medicina-UFRJ Rio de Janeiro RJ Brasil. Fundamentos: Estudo de Framingham e de Morris sobre motoristas de ônibus (The Lancet,28nov 1953,p.1111-1 120). Objetivo: Estudar as associações entre falOres de risco cardiovascular. Delineamento: Estudo epidemiológico transversal em população pré-definida. .Paciente: 559 motoristas todos do sexo masculino, idade média de 41,4 anos. Método: Questionário: idade, tempo de abandono do tab~co. Medidas: freqüência car-díaca (FC) , peso, altura, pressão arterial (PA) em posição sentada (PAS registrada no início da 1 o fase dos sons de Korotkof e a PA D na 5o fase). Dosagem de colesterol to-tai(Cf), glicose(G),HDL. Fatores de risco: idade>45 anos, HAS (PA;, 140/90mmHge normotensos em tratamento medicamentoso), Hdll ;?: 60 mg/dL (fator nega-ti v o para ris-co), HDL< 35 mg/dL, Hipercolesterolemia(Cf;, 200mg/dL); obesidade (IM C;, 27 Kg/ m2), Diabetes ( G2: 126 mg/dL), efeito do cigarro- tabagista atual ou que parou há< 5 anos, Hist. familiar de coronariopatia precoce- pelo menos um de 1 o grau com infarto, angina, revascularizados ( < 65-mulher e 55-homem) Estatística: Coef. correlação speannan, teste de K.- Wallis, Qui-quadrado. Pacote Es-tatísticoStata5. Resultados: Soma dos fatores de risco: 5 motoristas (1 ,0%) com - 1; 124 (23 ,9%) com O; 186 (35,8%)com I ; 121 (23,3%)com2; 62(12,0%)com3; 18(3,47%)com4 e3(0,6%) com 5. Cerca de 36,6% dos motoristas tinham 3 ou mais fatores de risco. As medianas dos seguintes fatores aumentaram conforme aumentava a soma dos fatores de risco: idade (p:0,0001), tempo como motorista (p:O,OOOO) IMC e cint. abdominal (p=Ü,OOOO), FC (p:O,OOOO), G (p: O,OOOO) , Cf (p:O,OOOO), triglicerídeos (p: O,OOOO), PAS (p=O,OOOO), PAD(p=O,OOOO), enquanto a mediana do HDL diminuiu quanto maior era a soma dos fatores de risco (p=O,OOI 0). A escolaridade mostrou associação negativa com a soma dos fatores de risco (p=O,()()(X)). A proporção de motoristas com mais de dois fatQres de risco foi crescendo do abstêmio, ex-tabagista e tabagista (p=O,OOO) e de abstêmio em relação a usuários e ex de bebida alcoólica (p=0,008). Conclusões: A população é de alto risco para doença cardiovascular. É provável que haja mecanismos fisiopatológicos comuns e influências recíprocas entre os fatores. O nível de escolaridade, nessa população, marca maior risco, o mesmo em relação a FC . O abstêmio ao álcool configurava menor risco ao contrário de ser ex ou usuário de álcool. Já em relação ao tabaco havia diferença entre as 3 categorias. Resúmos Temas Livres 274 Projeto Bambuí: Estudo com base populacional do risco de doença isquêmica do co-ração na popuJação com 30 ou mais anos. Sandhi M Barreto, Valéria MA Passos, Ali sson R A Cardoso, Maria Fernanda F Lima-Costa, Grupo BHAS . Faculdade de Medicina, UFMG Belo Horizonte MG Bras il e Centro de Pesquisas René Rachou, FIOCRUZ Belo Horizonte MG Brasil. Fundamento: O Estudo de Framingham mostrou que alguns fatores podem ser usados para predizer o desenvolvimento de doença cardiovascular na população (Anderson KM el ai, American Heart Journal, 1990; 121 :293-8). Objetivos: Este estudo objetivou determinar a conUibuição global e ind ividual de fatores clínicos, laboratoriais e de estilo de vida no risco de desenvolver doença isquêmica do coração (DIC). Delineamento: Trata-se de um estudo transversal de base populacional. Material e Método: Participaram do estudo uma amostra probabilística simples da popu-lação com 30-59 anos e toda a população com 60+- anos residentes em Bambuí, Minas Ge-rais. Os seguintes fatores foram considerados para a construção do escore de risco: gênero, idade, fumo, diabete, pressão sistólica e diastólica, colesterol total e HDL. Foi utilizada a ponluação (escore) para cada fator e a probabilidade final de desenvolver DIC em 10 anos estimados pelo Estudo de Framingham (Wilson PWF el ai, Circulation, 1998; 97: 1837 -47). O escore baseado na idade para cada gênero foi definido como escore esperado e foi com-parado àquele obtido a partir da soma dos pontos de todos os fatores que compõem o perftl de risco em homens e mulheres. Foi analisada a contribuição de cada fator isoladamente para a diferença entre o risco observado e esperado com base na idade e sexo. R esultado: Os resultados mostram que o escore observado em cada faixa etária se dis-tancia gradativamente daquele esperado apenas com base no envelhecimento, sendo esta diferença aparente nos homens desde os 30 anos e nas mulheres a partir dos 50 anos. O tabagismo e a hi pertensão arterial contribuíram para aumentar a diferença entre os escore observado e esperado desde os 30 anos, em ambos os sexos. A presença de diabe-tese colesterol total >240mg% são responsáveis por elevar o risco deDICa partir dos 50 anos em ambos os sexos, enquanto que um maior nível de HDLc contribui para reduzir este risco entre os homens a partir dos 30 anos e entre as mulheres a partir dos 50 anos. Conclusão: É a primeira vez, no Brasil , que esta metodologia quantitativa é utilizada para estimar o ri sco de DIC em uma comunidade. Os resultados alertam para a contribui-ção de medidas educativas, particularmente a redução do hábito de fumar, e de medidas terapêuticas para a hipertensão arterial na diminuição do risco de doença coronariana na população adulta e idosa. 276 Perfil lipídico em mulheres atletas na pós menopausa sem ter a pia de reposição hormonal Giuseppe S. Dioguard i, nabil ghorayeb, Patrícia Smith , Daniel Daher, Cláudio A. Baptista, Michel Batlouni. Instituto Dante Pazzanese De Cardiologia S:Paulo SP Brasil. Fundamentos: Na pós-menopausa habitualmente ocorre elevação do colesterol total, do LO L-colesterol e dos triglicérides e diminuição do HDL-colesterol. Em contrapartida, a atividade física regular contribui para melhorar o perfil lipídico. No entanto ex istem pou-cos estudos na literatura que observaram o perfil lipídico de atletas na fase pós-menopausa . Objetivo: Analisar o perfil lipídico em atletas menopausadas comparando-o com o de atletas jovens que menstruam reguarmente. Delineamento: Estudo transversal comparativo de dois grupos. População e m étodos: Grupo"! composto por 28 at le tas, idades entre 22 e 40 anos (M=26,6 ±8,7) e Grupo_IJ, 39 atletas menopausadas, sem TRH, idades entre 50 e 65 anos (M=57,6±6,5). Ambos os grupos seguiam dieta perca lórica, normoproteica e hipolipí-dica. Todas as atletas eram competitivas e a modalidade esportiva predominante era a de fundista. Foram dosados, após 12 horas de jejum, o colesterol total, HDL-colesterol e triglicérides.O LDL-colesterol foi obtido pela fórmula de Friedwald.Todas foram sub-metidas também a teste ergométrico para avaliar a capacidade fucional e detectar pos~ síveis anormalidades cardiovasculares não observadas ao exame clínico e eletroardio-gráfico.A análise estatística foi efetuada por teste t de Student. Resultados: Todas ti veram resposta cardiovascular nonnal ao teste ergométrico. A capaci-dade funcional do grupo! foi de 17, 1±3,1 METedogrupoD de 13,2±2,8MET (p <0,001) Tabela. Perfil lipídico em atletas pré e pós menopausa PERFIL LIPÍDICO PRÉ-MENOPAUSA PÓS-MENOPAUSA p CT 180,7 ± 53,4 228,6± 37,7 0,04 LDL-C 100,7 ± 23,3 145,9± 39,0 0,02 HDL-C 77,0± 10,1 69,6± 13,6 NS TG 75,2 ± 28,3 139,5 ± 66,1 0,03 Conclusão: O resultado deste estudo evidenciou que os nfveis séricos de colesterol total, LDL-C, e triglicérides em mulheres atletas na pré e pós- menopausa, sem terapia de re~ posição hormonal diferem significantemente , porém não houve diferença es tatistica-mente significante nos níveis de HDL-C.É provável que a atividade física regulare inten-sa contribua para a manutenção de níveis elevados de HDL-C em mulheres atletas me-nopausadas, mesmo sem TRH. 69 

Custo-efetividade da Campanha Nacional de Detecção do Diabetes Mellitus no Brasil

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