Caracterização das taxas de absenteísmo de profissionais da enfermagem no serviço de emergência de um hospital público universitário

Abstract

Objetivo: Caracterizar a taxa de absenteísmo por licença saúde dos profissionais de enfermagem e verificar os preditores associados ao afastamento da atividade laboral do Serviço de Emergência de um Hospital Universitário do Sul do Brasil. Método: Trata-se de um estudo transversal retrospectivo, de análise quantitativa dos dados, realizado em um hospital público de Porto Alegre. A população amostra é composta por profissionais de enfermagem (Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem), que exercem seu trabalho no Serviço de Emergência dos quais serão sujeitos da pesquisa aqueles que possuem registro de afastamento do trabalho por atestado ou licença saúde no recorte temporal de janeiro de 2013 à 31 de março de 2019. Resultados: Cerca de 72,6% do sexo feminino, 170 (86,3%) brancos, com média de idade (± DP) de 45,05 (9,77) anos, 61,4% com 10 a 12 anos de estudo e 147 (74,6%) técnicos de enfermagem. Dos 2403 afastamentos por doenças analisados, a causa mais prevalente foi devido a doenças clínicas 1503 (62,5%), seguido de doenças osteomusculares 556 (23,1%). A média (± DP) de dias afastados foi de 10,10 dias (27,66) Dos funcionários que necessitam mais de 15 dias de afastamento, caracterizando afastamento para o INSS (n=204), destes 142 (69,6%) eram técnicos de enfermagem (OR: 1,02; IC 95%= 0,93-1,12) e 62 (30,4%) enfermeiros (OR: 0,94; IC 95%= 0,76-1,17). A média de lotação do setor foi de 148,57% (+ 34,83) o que caracteriza superlotação no setor. O mês com taxa maior foi agosto (165,59%). Após a análise univariável os preditores relacionados ao afastamento a partir de 15 dias das atividades laborais foram: Idade (OR: 0,97; IC 95%= 0,95-0,99) e causas relacionadas a doenças osteomusculares (OR: 8,95; IC 95%= 5,30-15,11). Conclusão: Nosso estudo demonstrou que a idade e doenças osteomusculares foram fatores preditores de afastamento por doenças por mais de 15 dias das atividades laborais. O absenteísmo por doença compromete o funcionamento do serviço, a equipe de enfermagem e os usuários, promove uma sobrecarga de trabalho e interfere na qualidade assistencial de enfermagem

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