Avaliação subjetiva global produzida pelo paciente em mulheres com tumores de ovário, útero e mama do Inquérito Brasileiro de Nutrição Oncológica (IBNO)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós Graduação em Nutrição Humana, 2017.Introdução: O câncer de mama e os tumores ginecológicos estão, atualmente, entre os dez tipos de câncer mais incidentes na população feminina mundial. O comprometimento do estado nutricional dessas pacientes está associado a uma diminuição da resposta ao tratamento oncológico, maior necessidade de internação, menor qualidade de vida e menor chance de sobrevivência. Umas das ferramentas de avaliação nutricional com sensibilidade e especificidade significativas utilizadas na oncologia é a Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Paciente (ASGPPP). Este estudo teve como objetivo investigar, por meio da ASG-PPP, o estado nutricional e a relação entre o risco nutricional e fatores associados em pacientes hospitalizadas portadoras de tumores femininos no Brasil. Metodologia: Estudo transversal, desenvolvido com pacientes diagnosticadas com câncer de mama e tumores ginecológicos, hospitalizadas durante o mês de novembro de 2012 em instituições públicas e privadas do Brasil. Todas as pacientes foram avaliadas por meio da ASGPPP até 24 horas após a admissão hospitalar. Realizou-se análises descritivas, de comparação de médias e regressão múltipla para estudo de associação entre as variáveis. Resultados: Constituíram o grupo do estudo 1220 pacientes, 640 delas portadoras de câncer de mama (52,4%) e 580 de tumores ginecológicos (35,7% de útero e 11,9% ovário). Idade média de 52,6 ± 13,3 anos. Os três grupos de pacientes referiram significativa perda de peso (p = 0,011). O peso corporal referido no momento da coleta foi significativamente diferente entre os três grupos (p = 0,020), tendo as pacientes com câncer de ovário apresentado a maior perda de peso (p = 4), sendo 73,8% com câncer de ovário, 69,2% uterino e 58,0% de mama (p = 4), with 73.8% of patients with ovarian cancer, 69.2% of patients with uterine cancer and 58, 0% with breast cancer (p <0.001). Most of the patients presented symptoms of nutritional impact, where the most prevalent were loss of appetite (28.3%), nausea (23.5%), dry mouth (21.5%) and constipation (19.0%). The disease stage (p = 0.029) and weight loss in the last six months (p = 0.005) were associated with PG-SGA scores, regardless of tumor sites. Conclusion: The PG-SGA performed in women with breast and gynecological cancer showed that patients with ovarian cancer hospitalized in Brazil are the group with the highest prevalence of malnutrition and with a higher incidence of symptoms compared to uterine and breast cancer. Regardless of the diagnosis, the disease stage and weight loss are associated with the need for early nutritional intervention