Associação do peso ao nascer e aterosclerose subclínica em adultos do ELSA-Brasil

Abstract

O baixo peso ao nascer tem sido associado com maior mortalidade e risco de doenças cardiovasculares ateroscleróticas no adulto, mas a relação do peso ao nascer com aterosclerose subclínica é controversa. Na última década, em alguns estudos, o baixo ou elevado peso ao nascer foi identificado como um fator de risco em crianças, adolescentes e adultos jovens, porém, outros estudos não encontraram associação e há pouco estudos em adultos. Esta tese visa avaliar a associação entre peso ao nascer e medidas de aterosclerose subclínica em adultos. O primeiro objetivo foi avaliar adultos que apresentam medidas de peso ao nascer, ultrassonografia de carótida e tomografia computadorizada com cortes para análise de escore de cálcio. O segundo objetivo foi revisar sistematicamente a evidência na literatura sobre esta associação e, se possível, sumarizar os resultados em meta-análise. Para o primeiro objetivo (artigo 1) foram analisados 7868 participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Os desfechos foram a Espessura Íntima-Média da Carótida (EMIC) e/ou Escore de Cálcio Coronariano (ECC), definidos a partir de imagens coletadas de acordo com protocolos internacionais padronizados. A EMIC foi dicotomizadas a partir do percentil 90, ajustado para sexo, idade e cor da pele como referência para a população brasileira. O ECC como =0 e >0; ou 0-99 e >100=0. O Peso ao nascer foi autorrelatado e categorizado como: baixo 4,0 Kg. Foi estimada a razão de prevalência (RP) por meio de um modelo de regressão de Poisson com variância robusta; e as diferenças de médias de EMIC, por meio de regressão linear múltipla. As médias de EMIC ajustadas para sexo, idade, raça ou cor de pele e centro de pesquisa nos participantes com peso ao nascer baixo (n=425), normal (n= 6838) e elevado (n= 605) foram as seguintes: 0,60 mm (DP 0,11); 0,60 mm (DP 0,11); e 0,62 mm (DP 0,11), respectivamente ( 0; or 0 -99 and > 100 = 0. Birth weight was self-reported and categorized as: low 4.0 kg. We estimated prevalence ratios (PR) using the Poisson regression model with robust variance. Differences in CIMT means were estimated using multiple linear regression. The mean CIMT differences were adjusted for sex, age, race or skin color, and research center in participants with low (n = 425), normal (n = 6838) and high (n = 605) were 0.60 mm (SD 0.11); 0.60 mm (SD 0.11) and 0.62 mm (SD 0.11), respectively (<0.001). High birth weight showed a positive association with CIMT (0.02 mm 95%CI (0.01; 0.03) and the 90th percentile of CIMT PR = 1.37 (95%CI 1.14 to 1.65) after adjusting. We found no statistically significant association between low or high birth weight and CAC or with EMIC. The systematic review with meta-analysis was based on analytical observational studies. The protocol was registered in PROSPERO (CRD42020210241). We used 11 the electronic databases Medline, Embase, Scopus, Web of Science, and Cochrane CENTRAL, without restrictions until January 31, 2021. We assessed the methodological quality of the studies using the Newcastle-Ottawa Scale. For the meta-analysis, we used a random-effects model. The measure of effect was the mean difference (MD) with its 95% confidence intervals (CI). Heterogeneity was assessed using the inconsistency statistic (I2). We included 19 studies, 9 from Europe, 9 prospective cohort studies, and 9 with adequate methodological quality. All studies included women and men, and 72% were published in the last 10 years. Low birth weight in preterm (DM: 0.010 mm; 95% CI: 0.000 to 0.020; p = 0.04; I2: 78%) and term births (DM: 0.000 mm; 95% CI: -0.005 to 0.005; p = 0.95; I2: 0%) and high birth weight (DM: 0.010 mm; 95% CI: 0.001 to 0.020; p = 0.02; I2: 49%) were associated with higher levels of CIMT, but only low birth weight in preterm infants and high birth weight in term infants reached statistical significance. In conclusion, high birth weight was associated with an increase in the prevalence ratio of CIMT independent of other prior cardiovascular risk factors in full-term adults participating in the ELSA-Brasil. These findings are consistent with the meta-analysis of the literature and support the theory that intrauterine nutritional factors combine with adverse events in adulthood

    Similar works