Neste artigo, discute-se a Pedagogia como a ciência prática que vincula as atividades de ensino e aprendizagem a uma sólida fundamentação científica, explicando e prescrevendo saberes e procedimentos de intervenção e desenvolvimento da Educação. Analisa-se de modo crítico uma visão fisicalista que reduz a Pedagogia a um programa de treinamento técnico sem objeto nem métodos próprios. É apresentada uma nova cosmovisão que reconhece o equilíbrio entre razão e experiência, considerando a importância da experiência na construção de novos conhecimentos, mediante o resgate da evolução histórica do conceito e o seu papel na aprendizagem e, conseqüentemente, na formação dos docentes. Ressalta-se igualmente que a consciência da experiência pode ser uma forma de tornar o ser humano responsável eticamente pelo ciclo de produção científica, pois as modificações ou transformações propiciadas pela ciência ocorrem em um mundo inseparável do ser no qual se insere a mente. Por isso, a discussão sobre experiência envolve, também, além dos aspectos cognitivos, a dimensão ética da ação humana. Nesse contexto, emerge a Pedagogia do Equilíbrio, que se constitui na simbiose das categorias complexas da totalidade, do movimento, da tensão e da superação na Educação. Conclui-se que a Pedagogia do Equilíbrio se funda não apenas na certeza de premissas e normas da reflexão racional ou da teorização científica, mas em seu equilíbrio com outros inúmeros fatores fundados em valores e princípios éticos que permitem ao ser humano empreender sua trajetória de conscientização e emancipação, visando a um mundo 'inédito mas viável', inspirado na utopia freiriana.We discuss in this article Pedagogy as a practical science that links the teaching and learning activities to a solid scientific foundation explaining and prescribing knowledges and procedures for intervening in, and developing, education. We analyze in a critical way the physicalist view that reduces Pedagogy to a technical training program without its own object or methods. A novel worldview is presented which recognizes the balance between reason and experience, considering the importance of the latter in the construction of new knowledge, and recovering the historical evolution of the concept and its role in learning and, therefore, in teacher education. Likewise, we stress that the conscience of experience can be a way to make the human being ethically responsible for the cycle of scientific production, since the modifications or transformations brought about by science take place in a world inseparable from the being in which mind dwells. Thus, apart from cognitive aspects, the discussion about experience involves also the ethical dimension of human actions. In this context, there emerges a Pedagogy of Balance constituted by the symbiosis of the complex categories of totality, motion, tension, and overcoming in education. We conclude that the Pedagogy of Balance is founded not just on the certainty of premises and rules of rational reasoning or scientific theorizing, but on an equilibrium of numerous other factors based on ethical values and principles that allow the human being to walk his or her path of conscience and emancipation towards a world 'novel, but viable' inspired in the Freirian utopia