ALVIM, M. J.

BOTREL, M. de A.

XAVIER, D. F.

Infoteca-e

   FATE es   E Via ad Três espécies de gramíneas destacaram-se para produzir forragens em áreas de morro: B.decunbens, braquiarão e setária. Garantem produção na seca, boa cobertura vegetal e capacidade de suporte, além de serem bem resistentes. MurtON DE ANDRADE BOTREL, MAURÍLIO J. ÁLVIM E Deise E XAVIER E J m muitas regiões do país, as fazendas de exploração leiteira si- tuam-se em áreas de morro, e as pastagens são constituídas princi- palmente por espécies | nativas. E nesse cená- rio que muitos produto- res e técnicos vêm procurando fazer o melhor aproveitamento possível de volu- mosos, o alimento mais indicado quando se deseja ter custos reduzidos na ativida- de. A opção das gramíneas usadas na for- ma de pasto, forragem verde picada fomecida no cocho ou conservada, como silagem, feno ou silagem pré-murchada, vem se constituindo na melhor das opções para situações de topografia desfavorável. Tal opção, no entanto, vem exigindo cuida- dos preservacionistas, a fim de se evitar os efeitos nocivos da erosão, que gera perda da camada superficial do solo e causa O aparecimento de áreas erodidas. Hoje, a forrageira predominante nesse cenário é o capim-gordura, encontrado qua- se sempre vegetando espontaneamente em solos ácidos, pobres em fósforo e com níveis tóxicos de alumínio. Essa gramínea apresenta certas características forrageiras desejáveis, tais como boa produção de se- mentes, baixa susceptibilidade a pragas e doenças, fácil propagação, boa palata- bilidade e baixa exigência nutricional. En- tretanto, a capacidade de suporte e o potencial dessas pastagens para produção de leite são baixos. Levantamentos efelua- dos pela Embrapa-Gado de Leite na re- gião Sudeste, em sistemas de produção de leite a pasto de capim-gordura, apre- sentaram produtividade média de 4,5 kg/ vacaídia e 360-475 kg/ha/ano. Além dis- so, notou-se que o baixo potencial forrageiro do capim-gordura é frequente-         custas de sementes as pastagens ntram-se em proces- radação, caracteriza- to por plantas o dessas áreas, ntribuição do volu- o de variedades de o e de melhor va- do alguns cuida- ta a decli- ção com o pre-                casos       ova espécie e   de tal forma que se evitasse o sub ou superpastejo. Após pastejarem em meados dos períodos da seca e das chuvas, os animais eram retirados da área experimen- tale as gramíneas deixadas em descanso, até que estivessem novamente em condi- ção de serem aproveitadas. Nesse inter- valo, faziam-se uma avaliação da porcen- tagem de cobertura vegetal do solo e uma amostragem através de cortes para estimar a produtividade e a qualidade (proteina bruta). Dois dias após o início do pastejo, fez-se uma avaliação visual da palatabilidade das diferentes espéci- es (resultados na tabela 1). B.DECUNBENS, BRAQUIARÃO E SETÁRIA: AS MELHORES OPÇÕES PARA MONTANHAS Entre as gramíneas estudadas, as braquiárias foram as que proporcio- naram ao solo melhor cobertura ve- etal. Considerando a média de todas avaliadas, a porcentagem olo coberto foi de 90%, um o no controle da erosão   ca, que foi es B.hu-      Faixas alternadas e em nível ajudam a preservar aárea de pastagem. do solo, sendo o índice médio de cobertura de todas estas gramíneas de 42%. Esses resulta- dos indicam a utilização dessas forrageiras ape- nas para áreas de topo- grafia plana ou ligeira- mente ondulada, onde os riscos de erosão são menores. Deve-se, no entanto, ressaltar O comportamento da se- tária, que, apesar de cespitosa, proporcionou boa cobertura ao solo. As espécies B. de- cumbens e B.brizantha (braquiarão), foram as que proporcionaram maior produção de for- ragem, tanto na época da seca como na das águas. Entretanto, o plantio da B.de- cumbens em grande escala deve set evita- do, devido a sua alta susceptibilidade às cigarrinhas. Outras gramíneas que se des- tacaram pelo potencial para produção de forragem, principalmente durante a época da seca, foram a setária, o andropogon e o makueni. A B.humidicola, a B.ruziziensis e                      rr Hã... ÕÃ o capim-jaraguá fo- ram, entre as gra- míneas avaliadas, as que apresenta- ram menor produ- ção de forragem durante a estação da seca. Já a con- centração de prote- ina foi relativamen- te alta nos capins makueni, setária, andropogon e B. ruziziensis; baixa na Bhumidicola e B dictioneurae mé- dia nas demais es- pécies avaliadas. As gramíneas preferidas pelos bo- vimos, tanto no perí- odo das águas, co- mo no da seca, fo-    Ley lELe lot   EV] ção mensal de forragem, cobertura do s Codes eb Co Sr e RENTE]    Go) Eo RR TO TI TENS as em área de topografia acidentada ram: andropogon, B nuziziensis, maku- ni e setária. As di- ças em acei- dade podem, em parte, serem atri- aos teores de proteína que varia- e as espécies em avaliação, visto lor nutritivo é um dos fatores da a que está diretamente relacionado sua palatabilidade. Pesquisas as na Zona da Mata de Minas ue tiveram como objetivo avali- ar s montanhosas, o efeito da lo- da suplementação volumosa no ganho de peso de animais na fase de re- I                              Produção Mensal Cobertura Proteína Bruta Palatabilidade* Nome científico Nome comum de MS (kg/ha) do Solo (%) Seca Chuvas Seca Chuvas Seca Chuvas Brachiaria decumbens Braquiária 870 2.330 98 9,0 13,3 0 1 Brachiaria brizantha Braquiarão 860 2.920 B3 9,5 13,5 0 1 Panicum maximum Makueni 650 2.390 40 12,7 14,8 1 2 Setaria sphacelata Setária 560 2.230 72 12,4 14,1 1 2 Andropogon gayanus Andropogon 500 2.180 48 12,4 15,4 2 2 Cynodon nlentuensis Estrela 440 2.560 19 11,5 8,0 0 1 Digitaria setivalva - 430 1.360 53 11,7 13,9 1 1 Cenchrus ciliaris Buffel 420 1.900 50 8,2 11,2 0 2 Paspalum plicatulum - 390 1.760 49 10,0 3,7 1 1 Panicum maximum Green Panic 320 2.060 26 10,6 11,5 1 1 Hemarthria altissima Hemartria 200 2.670 55 10,7 3,7 1 1 Brachiaria ruziziensis Braquiária 130 1.560 73 12,2 15,9 2 2 Brachiaria humidicola Quicuio 8o 2.470 93 6,5 10,5 0 0 Brachiaria dictyoneura Braquiária 60 1.540 90 ta 11,2 0 1 Hiparrhenia rufa Jaraguá 40 530 33 9,0 8,5 0 2 “O = baixa palatabilidade; 1 = palatabilidade média; 2 = alta palatabilidade cria e sobre a persistência da pastagem de capim-gordura, mostraram que, na au- sência da suplementação, taxas de lota- ção a partir de 0,8 UA/ha/ano causaram rápida degradação da pastagem. Concluiu-se também que as gramí- neas Brachiaria brizantha (braquiarão), Brachiaria decumbens e a Selaria spha- celata (capim setária), foram as espéci- es que apresentaram maior potencial para produção de forragem, principalmente no período da seca, além de proporci- onarem boa cobertura vegetal ao solo. Em razão disso, essas gramí- neas constituem opções para forma- ção de pastagens em áreas de rele- vo acidentado. Antes de o produtor decidir pela gramínea mais indicada para as condições de sua proprie- dade, ele deve levar em conta alguns aspectos específicos sobre cada uma delas: Brachiaria decumbens - Atual- mente, dos 100 milhões de ha de pastagens cultivadas no país, cerca de 30 milhões são constituídos por essa espécie. Vários fatores contri- buíram para essa rápida dissemina- ção, como: facilidade na aquisição de sementes de boa qualidade, boa to- lerância a solos de baixa fertilidade, rápido estabelecimento, alta compe- tição com plantas invasoras e boa do solo contra recomenda-se         var Basilisk, mais conhecido como aus- traliana. O primeiro se caracteriza por ser menos vigoroso, pela baixa produção de sementes e pelo grande número de estolões, o que lhe permite proporcionar uma boa cobertura vegetal ao solo. Já o cultivar australiana é mais vigoroso, flo- resce durante quase toda a estação de crescimento e apresenta excelente produ- ção de sementes. Essas apresentam, con- tudo, um período de dormência após a colheita, de aproximadamente 12 meses. Esse cultivar também se caracteriza pela alta agressividade na competição com plantas invasoras, podendo esse fato estar associado com o efeito alelopático causado por algumas espécies do gê- nero brachiaria. A grande facilidade de disseminação da B.decumbens, aliada à alta propor- ção da semente produzida, que fica ar- mazenada no solo por longo período, têm trazido dificuldades na sua erradi- cação durante o preparo do solo para a implantação de culturas anuais ou de outras espécies forrageiras. Uma outra desvantagem dessa espécie é sua bai- xa tolerância à geada, sendo também, em determinadas circunstâncias, hospe- deiras do fungo Pithomyces chartarum que, quando ingerido pelos bovinos, pode causar problemas de fotossen- sibilização. Quando comparada com o capim-gordura, a B.decumbens propor- ciona melhor cobertura vegetal do solo, maior produção de matéria seca, maior capacidade de suporte e mais elevado vo por animal e por hec- ja Embrapa já    ÃO ÃwWÃÕZÃ]— ==   Pastagens degradadas devem ser recuperadas com variedades adequadas. - ma planta je porte vigoroso, ndo atingir m de altu- ando com- com as de- braquiárias, pécie apre- hábito de mento mais Oso & pouco nento dos em contato o solo. As fo- cobertas somen- ventral, As sementes são maio- as das outras espécies de bra- uso para formação de pasta- ativamente recente, mas a ex- ão das áreas com essa espécie aumentado consideravelmente a uma série de características s que essa forrageira apre- tre elas estão a boa tolerân-                              a               A  cia às cigarrinhas das pastagens, alto potencial para produção de forragem de boa qualidade, boa aceitabilidade pelos bovinos e boa resistência à seca. Setaria sphacelata - Por suas caracte- rísticas forrageiras, a setária vem desper- tando crescente interesse na formação de pastagens. Destaca-se por sua capacida- de de crescimento durante a época da seca, tolerância ao pisoteio e boa ca- pacidade de su- porte, resultando em significativa produção animal. Apesar de o cres- cimento da setária ser cespitoso (em forma de toucei- ras), quando pas- tejada, proporcio- na boa cobertura vegetal ao solo, Esse comporta- mento, em parte, pode ser explicado pela excelente res- semeadura natu- ral e grande capa- cidade de perfilha- mento basal ob- servada nessa es- pécie. Os cultiva- res nandi e kazan- gula são os mais utilizados na for- mação de pastagens no país. O nandi dife- re do segundo por florescer mais cedo, ser de porte mais baixo, produzir menos forra- gem durante o verão e pela coloração mais clara das inflorescências e folhas. TOdiN9-+irsang onnouy Milton de Andrade Botrel, Maurílio José Alvim e Deise Ferreira Xavier são pesquisadores da Embrapa-Gado de Leite. SINCRONIZAÇÃO DE CIOS REDUÇÃO DO INTERVALO ENTRE PARTOS TRATAMENTO DE OVÁRIOS CÍSTICOS E ANESTROS MAXIMIZAÇÃO DA ESTAÇÃO DE MONTA E DA TE. WELHOR CUSTO BENEFÍCIO POR VACA PRENHE. ss" e as COMERCIO - IMPORT : EXPORT Matriz Uberabaá-MG Fone: (034) 312.3945 Fax: [034] 3533.8276 Esl. (0341 872.5335 e-mail: táveleide com.br EDVET HD   galo Dm am 8 ls am ANO KXXV «Nº 409 - NOVEMBRO 1998 = R$ Polpa citrica e opção segura e econômica para a dieta Qualidade: tendências da industria alimentícia Ii PAULISTA   Gramineas na formação de pastos em morros Cana e uréia aceleram o crescimento de novilhas 

Gramíneas para formação de pastagens em áreas de morro.

http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/593108/1/Gramineas-para-formacao-de-pastagens-aereas-de-morros.pdf

Gramíneas para formação de pastagens em áreas de morro.

Abstract

Similar works

Full text

Available Versions

Infoteca-e