A Economia Feminista como novo campo de pesquisa da Ciência Econômica: uma crítica ao viés androcêntrico da economia mainstream

Abstract

TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Sócio-Econômico. Economia.Este trabalho entende que a ciência econômica, constituída por diversos campos de estudo distintos, é construída socialmente, tal como as demais ciências. No dado contexto, surge a Economia Feminista como novo campo de pesquisa, que possui o gênero como categoria analítica e uma abordagem pluralista. Esse campo de pesquisa vem atuando pela necessidade de reestruturar uma série de suposições enviesadas. O principal viés é o que diz respeito ao androcentrismo no torso da teoria econômica neoclássica, cujo garante o caráter sexista da economia dominante. Não só a ciência econômica herdou valores baseados em especulações masculinas de gênero nos seus modelos e métodos, como as demais disciplinas científicas o fizeram. Desse modo, o objetivo deste trabalho é mostrar que a abordagem da Economia Feminista, a partir do papel fundamental de desvincular as pressuposições dualistas, de valor e das limitações existentes na teoria aqui analisada, busca o horizonte de uma melhor forma de fazer ciência. Para isso, em primeiro lugar, será apresentada a Economia Feminista e sua crítica à concepção mainstream do homo economicus. Num segundo momento, expor-se-á a interpretação do separative self (eu separado) nos modelos neoclássicos, e a crítica às quatro suposições que a fundamenta: o egoísmo no mercado; que as comparações interpessoais de utilidade são impossíveis; que as preferências são exógenas e imutáveis; e que os indivíduos são racionais. Em terceiro lugar, apresenta-se a argumentação acerca da dicotomia hierárquica das características dadas como “masculinas” e “femininas” na epistemologia patriarcal das teorias. E finalmente, a principal crítica no que tange o viés androcêntrico que a perspectiva da teoria da escolha racional carrega, através da premissa mais “sagrada” da economia neoclássica: a racionalidade.This work understands that the economic sciences, consisting of several distinct fields of study, is socially constructed, just like other sciences. In the given context, Feminist Economics emerges as a new field of research, which has gender as an analytical category and a pluralistic approach. This field of research has been acting out of the need to restructure a number of biased assumptions. The main bias is the androcentrism in the torso of neoclassical economic theory, which guarantees the sexist character of the dominant economy. Not only has economic science inherited values based on masculine gender speculations in its models and methods, but other scientific disciplines have as well. In this way, the objective of this work is to show that the Feminist Economics approach, starting from the fundamental role of disentangling the dualistic assumptions, value and limitations existing in the theory analyzed here, seeks the horizon of a better way of doing science. To this end, in the first place, Feminist Economics and its critique of the mainstream conception of homo economicus will be presented. In a second moment, the interpretation of the separative self in neoclassical models will be exposed, as well as the critique of the four assumptions that underlie it: selfishness in the market; that interpersonal utility comparisons are impossible; that preferences are exogenous and immutable; and that individuals are rational. Third, the argument about the hierarchical dichotomy of characteristics given as "masculine" and "feminine" in the patriarchal epistemology of theories is presented. And finally, the main criticism regarding the androcentric bias that the rational choice theory perspective carries, through the most "sacred" premise of neoclassical economics: rationality

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