Nunes, Carolina Batista

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Lume 5.8

Evento Salão UFRGS 2021: SIC - XXXIII SALÃO DE INICIAÇÃOCIENTÍFICA DA UFRGSAno 2021Local VirtualTítulo Conhecimento de pescadores sobre mudanças nos regimes deinundação em três rios AmazônicosAutor CAROLINA BATISTA NUNESOrientador RENATO AZEVEDO MATIAS SILVANOConhecimento de pescadores sobre mudanças nos regimes de inundação emtrês rios AmazônicosAutora: Carolina Batista NunesOrientador: Renato Azevedo Matias SilvanoInstituição de origem: Universidade Federal do Rio Grande do SulDevido ao pulso de inundação, o ciclo hidrológico na bacia Amazônica apresentavariações sazonais entre períodos de cheia e seca. Em virtude das mudançasclimáticas, eventos hidrológicos extremos, como a intensificação de secas e cheias,estão ocorrendo com maior frequência na bacia Amazônica. Os povos ribeirinhos epescadores artesanais detêm extenso conhecimento ecológico local (CEL), quepode auxiliar no entendimento sobre mudanças ambientais, especialmente emregiões carentes de dados como a Amazônia. Nosso objetivo é verificar, através doCEL dos pescadores, mudanças observadas nos regimes de secas e cheias, bemcomo a influência do ciclo hidrológico nos peixes, em três rios de águas claras(Tapajós, Tocantins e Trombetas) na Amazônia brasileira. Seguindo um questionáriopadronizado e utilizando o método “bola de neve”, realizamos entrevistas com 106pescadores em 17 comunidades do rio Tapajós, 33 pescadores em 4 comunidadesdo rio Tocantins e 29 pescadores em 4 comunidades do rio Trombetas, em 2018 e2019. Dos 168 entrevistados nos três rios, 94% perceberam mudanças nos períodosde cheias e secas. Entre estas mudanças, 38% observaram diminuição nos níveisda água durante a cheia; 21% relataram que os rios têm secado menos e 17%relataram períodos de seca e cheia mais instáveis. Influências da cheia e seca nospeixes foram relatadas por respectivamente 84% e 72% dos entrevistados. Ospescadores afirmaram que, durante a cheia, os peixes passam a utilizar o igapó(37%) e tornam-se mais difíceis de capturar (21%), enquanto que, durante a seca,os peixes tem sua captura facilitada (18%) mas morrem em lagos que secam (20%).O conhecimento dos pescadores indica alterações no pulso de inundação nos riosTapajós, Tocantins e Trombetas, sendo que tais alterações podem afetar adisponibilidade e utilização dos recursos pesqueiros, colocando em risco asatividades de subsistência destas populações.

Conhecimento de pescadores sobre mudanças nos regimes de inundação em três rios Amazônicos

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