As emoções desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de uma
personalidade saudável, mas também no aparecimento e perpetuação do adoecer mental. As
pessoas com experiência de doença mental, têm frequentemente incapacidade em lidar com as
suas próprias emoções, que consequentemente contribui para eventuais descompensações da
sua doença, motivando sucessivos internamentos. Também os enfermeiros vivenciam situações
de cuidados emocionalmente intensas, podendo assim influenciar cada interação bem como a
sua prática. Face a tudo isto, senti necessidade de desenvolver competências de Especialista em
enfermagem de saúde mental e psiquiátrica na gestão das emoções na Pessoa com experiência
de doença mental, que se traduziram no meu percurso formativo, espelhado no presente
relatório.
Neste meu percurso formativo, realizei dois estágios, que decorreram em dois contextos
diferentes, num serviço de internamento de psiquiatria e num hospital de dia de psiquiatria. Os
objetivos prenderam-se com o desenvolvimento de competências para o desenvolvimento de
intervenções de cariz psicoterapêutico que contribuíssem para a promoção da capacitação da
pessoa na gestão das suas emoções. As relações interpessoais foram essenciais, para que tanto
eu enquanto enfermeira, como as pessoas por mim cuidadas, nos desenvolvêssemos juntas,
tornando-se assim um processo dinâmico, que ocorreu durante a prestação de cuidados de
enfermagem, segundo a teoria das relações interpessoais de Peplau, que sustentou as
intervenções.
Ao longo do meu processo formativo, foi-me possível concluir que o autoconhecimento
é a pedra de toque da inteligência emocional, uma vez que permite um conhecimento maior de
si mesmo e das emoções e uma melhor compreensão do que se está a sentir e vivenciar no dia a-dia, conduzindo ao desenvolvimento da capacidade de lidar de forma apropriada com as
emoções