Etnomatemática e modelagem: da linguagem à insurreição dos saberes

Abstract

Este artigo tem como objetivo discutir algumas inquietações oriundas dos processos de modelagem de saberes etnomatemáticos relacionados ao ambiente escolar e à matemática escolar. Dessa forma, com o intuito de entender as relações disponíveis nos modelos que emergem destes processos, alguns conceitos filosóficos das obras de Michel Foucault e Ludwig Wittgenstein foram utilizados para pensar o campo da Educação Matemática. A fundamentação nas ideias de Wittgenstein possibilita um olhar aos múltiplos saberes como um jogo de linguagem de diferentes formas de vida e suas semelhanças de família; por outro lado, a partir da insurreição de saberes, Foucault viabilizou a compreensão de que estes múltiplos saberes podem ser submetidos a uma cientificidade hegemônica quando inseridos no ambiente escolar. O conjunto destas ideias direcionou a uma complexa rede de conhecimentos, saberes e práticas que faz com que outras “matemáticas” não legitimadas – ou seja, as “etnomatemáticas” – sejam inseridas no ambiente escolar, utilizando-se dos processos de modelagem de saberes socioculturais

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