Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Abstract
Within this article we analyse the heroism manifested in The Lusiads, while deconstructing the idea that one sole hero figure can be found in this literary piece. We demonstrate that the descriptions carried out by Luís de Camões do not follow to the letter Greek-Latin models, such as the Odyssey, the Iliad or the Aeneid, given that the heroic behaviours portrayed – or expected – are spread among several characters (literary and extraliterary ones). In the wake of this heroic ideal’s refraction, the poetic discourse reveals itself to be multifaceted and polysemic, since the epic – and even lyric – gaze over the past serves as an example for – and as a reflection upon – achievements yet to come.No âmbito do presente artigo, analisa-se o heroísmo que está patente n’Os Lusíadas, desconstruindo-se a ideia de que uma só figura de herói nessa obra se encontra. Demonstra-se que as descrições levadas a cabo por Luís de Camões não seguem à letra modelos greco-latinos, como o poderão ser a Odisseia, a Ilíada ou a Eneida, dado que os comportamentos heroicos retratados – ou desejados – se encontram esparsos por várias personagens (literárias e extraliterárias). Na senda desta refração do ideal heroico, o discurso poético revela-se plurifacetado e polissêmico, uma vez que o olhar épico – e mesmo lírico – sobre o passado serve de exemplo para – e de reflexão sobre – façanhas vindouras