A utilização da radioterapia (RT) mediastinal para tratar tumores próximos ao coração pode resultar em doença valvar cardíaca induzida pela radiação, dentre outras patologias cardiovasculares. Pode haver um intervalo de latência de anos ou décadas entre a exposição à radiação e o desenvolvimento de doença valvar cardíaca clinicamente significativa, com o dano valvar caracterizado por fibrose e calcificação. O aumento de risco está relacionado à dose de radiação recebida, ao intervalo desde a última exposição e ao uso concomitante de quimioterapia cardiotóxica. Desfechos clínicos relevantes a longo prazo e o risco perioperatório de cirurgia valvar estão relacionados aos efeitos da radiação nas estruturas mediastinais, incluindo fibrose pulmonar, disfunção ventricular e constrição pericárdica. Novas técnicas de RT mediastinal estão sendo desenvolvidas para reduzir a dose de radiação no coração. Estratégias de vigilância e rastreamento são requeridas para este grupo de sobreviventes de câncer sob risco de desenvolver complicações valvares significativas.Utilization of mediastinal radiotherapy (RT) to treat tumors near the heart can result in radiation-induced valvular heart disease among other cardiovascular pathologies. There can be a latent interval of years or decades between radiation exposure and development of clinically significant heart valve disease, with valve damage characterized by fibrosis and calcification. Increased risk is related to radiation dose received, interval from last exposure and use of concomitant cardiotoxic chemotherapy. Long-term relevant clinical outcomes and the perioperative risk of valve surgery are related to the effects of radiation on mediastinal structures including pulmonary fibrosis, ventricular dysfunction and pericardial constriction. Newer mediastinal RT techniques to reduce the radiation dose to the heart are being developed. Surveillance and screening strategies for this group of cancer survivors at risk of developing significant valve complications are required
