Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular
Doi
Abstract
Introdução e Objetivo: A infeção protésica aórtica é uma complicação rara mas potencialmente fatal. O seu tratamento requer a excisão completa do material protésico, desbridamento dos tecidos infectados circundantes, antibiótico de largo espectro e revascularização que pode ser realizada através de uma reconstrução in situ ou bypass extra-anatómico. Os autores apresentam um caso de reconstrução in situ com enxerto de pericárdio bovino.
Métodos e Resultados: Reportamos o caso de um doente previamente submetido a um bypass aorto-bifemoral com prótese de Dacron complicada de infeção aos 6 anos e foi submetido a excisão completa da prótese vascular e recontrução in situ com prótese bifurcada de prata. Após 1 ano, o doente iniciou quadro clínico de febre e tumefação inguinal pulsátil bilateral com sinais inflamatórios. A tomografia computorizada mostrou sinais de infeção protésica, completa aposição de ansa duodenal D3 à prótese de Dacron. Foi operado com excisão total da prótese, exclusão da fistula através de uma doudenojejunostomia e reconstrução in situ com enxerto biológico tubular em Y com tubo de pericárdio bovino e artérias femorais superficiais endartrectomizadas ex vivo. Teve alta após 45 dias de antibiótico endovenoso e com bom estado geral.
Discussão e Conclusão: Os doentes com infeção aórtica apresentam um estado frágil e com alto risco de mortalidade e morbilidade. Devido ás suas propriedades de disponibilidade imediata, manuseio fácil, baixo risco de reinfeção e durabilidade, os enxertos de pericárdio bovino são uma opção útil na reconstrução urgente de infeções vasculares.