Relação entre alterações emocionais, desenvolvimento de cefaleias e sintomas de DTM nos profissionais de saúde, em período pós-pandemia COVID-19

Abstract

Introdução: Os profissionais de saúde estiveram expostos a grande tensão emocional, induzida pelas exigências inerentes ao controlo da pandemia COVID-19. Esta pode ter tido um efeito nocivo na sua saúde mental e torná-los vulneráveis ao desenvolvimento de cefaleias e de disfunções temporomandibulares (DTM). Objetivo: Avaliar a relação entre os níveis de depressão, ansiedade e stress, as cefaleias e os sintomas de disfunção da articulação temporomandibular (ATM) nos profissionais de saúde em contexto pós-pandémico. Materiais e métodos: Um estudo transversal foi realizado utilizando um questionário online distribuído entre a população em estudo, com recurso a redes sociais. A amostra foi caracterizada segundo parâmetros sociodemográficos, os estados emocionais depressão, ansiedade e stress (DASS-21), a presença de cefaleias (ICHD-3) e a presença de sintomas de disfunção da ATM (DC/TMD). A análise inferencial foi executada através dos testes Phi, V de Cramer e Gamma. Resultados: Fizeram parte da amostra 118 indivíduos, a maioria dos quais do género feminino com cargo de enfermagem. Verificou-se uma prevalência de depressão de 38,1%, de ansiedade de 51,7% e de stress de 39,8%. As cefaleias estavam presentes em 62,7% da amostra e os sintomas de DTM em 50%. Foi encontrada significância estatística entre as cefaleias e os níveis de stress (p=0,034), entre os sintomas de DTM e os níveis de depressão (p=0,009), ansiedade (p=0,003) e stress (p=0,014) e entre a presença de cefaleias e de sintomas de DTM (p=0,002). Conclusão: Observou-se uma relação positiva entre as cefaleias e o stress, entre os sintomas de DTM e os três parâmetros emocionais e entre os sintomas de DTM e as cefaleias. Os dados sugerem que a pandemia poderá ter potenciado estes sintomas.Background: Healthcare professionals have been exposed to various psychosocial stressors, due to the demand for containment of the COVID-19 pandemic, making them especially vulnerable to headaches and temporomandibular disorders (TMD). Aim: To evaluate the relationship between depression, anxiety, and stress levels, headache and TMD symptoms in healthcare professionals in a post-pandemic setting. Methods: A cross-sectional study was performed using an online questionnaire spread via social networks. The sample was characterized by selected demographic variables, depression, anxiety, and stress levels (DASS-21), headache presence (ICHD-3) and temporomandibular joint disorder presence (DC/TMD). Inferential statistical analysis was conducted, using the Phi, Cramer’s V and Gamma tests. Results: A representative sample of 118 participants was gathered, most of which being composed of women and nurses. A prevalence of 38,1% was found for depression, 51,7% for anxiety, and 39,8% for stress. Regarding headache a prevalence of 62,7% was reported and of 50% for TMD symptoms. Significant differences were found between headache and stress (p=0,034), symptoms of TMD and depression (p=0,009), anxiety (p=0,003), and stress levels (p=0,014), and between headache and TMD symptoms (p=0,002). Conclusions: There seems to be a positive correlation between headache and stress levels, between TMD symptoms and all psychosocial parameters and between TMD symptoms and headache. Data suggests that the pandemic could have been a contributing factor to the development of these disorders

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