Por uma sociologia polifônica: introduzindo vozes femininas no cânone sociológico

Abstract

Recent controversies surrounding the sociological canon have foregrounded the need to think about the process of erasing and silencing ‘non-Western’ and female contributions to the discipline. By emphasizing the androcentrism of the sociological canon, our goal is to contribute to the construction of a less biased and limited sociology through the inclusion of female voices previously excluded from its official history. We start by briefly describing the conditions that enabled this exclusion, taking the Chicago women sociologists as an example, along with the emergence of a particular conception of theory and research associated with the formation of the classical canon. Next, by questioning the use of terms such as ‘founders,’ ‘classics’ and ‘canon,’ we maintain that the existence of a canon, classical or otherwise, plays a central role in the identity of the discipline and of social theory itself. Finally, in order to productively include the contributions of sociology’s women pioneers, we propose substituting the literary metaphor of the canon with a musical one: a type of polyphony that emphasizes the contrast between different voices and simultaneously establishes how they can be combined in a common tradition that makes dialogue possible.Controversias recientes acerca del canon sociológico han puesto de manifiesto la necesidad de pensar el proceso de borrado y silenciamiento de las aportaciones “no occidentales” y femeninas a la disciplina. Al enfatizar la dimensión androcéntrica del canon sociológico, nuestro objetivo es contribuir a la construcción de una sociología menos sesgada y limitada a partir de la inclusión de voces femeninas excluidas de la historia oficial de la disciplina. Inicialmente, hacemos una breve descripción de las condiciones que permitieron excluir esas voces, tomando como ejemplo a las sociólogas de Chicago, posibilitando el surgimiento de una particular concepción de la teoría y la investigación asociada a la formación del canon clásico. Luego, al enfatizar el uso de términos como “fundadores”, “clásicos” y “canon”, argumentamos que la existencia de un canon, sea clásico u otro, juega un rol central en la identidad de la disciplina y de la propia teoría social. Finalmente, para incluir productivamente los aportes de las pioneras de la sociología, proponemos sustituir la metáfora literaria del canon por una metáfora musical: una especie de polifonía que enfatiza el contraste entre diferentes voces y, al mismo tiempo, establece cómo esas pueden combinarse en una tradición común que hace posible el diálogo.Controvérsias recentes em torno do cânone sociológico têm pontuado a necessidade de se pensar o processo de apagamento e silenciamento de contribuições “não-ocidentais” e femininas à disciplina. Ao enfatizar a dimensão androcêntrica do cânone sociológico, nosso objetivo é contribuir para a construção de uma sociologia menos viesada e limitada a partir da inclusão de vozes femininas excluídas da história oficial da disciplina. Inicialmente, efetuamos uma breve descrição das condições que possibilitaram a exclusão daquelas vozes, tomando como exemplo as sociólogas de Chicago, e a emergência de uma concepção particular de teoria e de pesquisa associada à formação do cânone clássico. Em seguida, ao tensionarmos o uso de termos como “fundadores”, “clássicos” e “cânone”, defendemos que a existência de um cânone, clássico ou não, desempenha papel central para a identidade da disciplina e da própria teoria social. Por fim, de forma a incluir de maneira produtiva as contribuições das pioneiras da sociologia, propomos substituir a metáfora literária do cânone por uma metáfora musical: um tipo de polifonia que enfatiza o contraste entre diferentes vozes e, ao mesmo tempo, estabelece como elas podem ser combinadas numa tradição comum que torna o diálogo possível

    Similar works